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- Para! Por favor. - Gritei desesperada, já que eu estava começando a ficar sem ar.

Elas pararam e pude perceber que Ayla estava no chão e que Carol estava em cima de mim. Ela começou a me olhar e foi ficando estranho, um estranho bom. Sabe aquela sensação de conforto? De paz? Foi o que eu senti. Eu comecei a reparar nela, ela tem sardas, a boca dela é rosinha, ela é toda delicada, o rosto parece de porcelana. O cabelo dela tem uma tonalidade única de ruivo, ele é cacheadinho. Meu Deus que mulher perfeita! Quando olhei em seus olhos percebi que ela também me analisava, logo seus olhos pararam nos meus. Eu não sei o que eu senti, mas foi bom e eu nunca senti isso na vida.

-  Vocês vão se beijar? Porque se for, eu vou pro meu quarto. - Perguntou fazendo Carol sair de cima de mim, um pouco tímida.

- Não vamos. A gente tava brincando de fazer cócegas na Day.

- É que vocês começaram a se olhar como meus papais se olhavam.

Vi que Carol estava sem graça e tentei desviar do assunto.

- Resumindo tudo isso, a senhorita - Falei olhando para Ayla - Vai ficar com a Carol. Okay?

- Tá. - Ela abaixou a cabeça.

- Mãe, você já vai sair?

Fiquei meio que em choque, ela me chama assim, mas as vezes. É uma sensação tão boa, tão gostosa.

- Vou tomar um banho primeiro e almoçar.

- A gente pode ir com você mãe? A tia Carol falou que precisa buscar as coisas dela.

- Tem que almoçar primeiro.

Carol preparou o almoço e comemos, o clima não estava tão agradável. Eu estava tensa, sabia que as notícias não seriam tão boas. Eu só não quero que meu outro irmãozinho se vá também sabe?

- Vamos?

- Você tem carro?

- Não. Vou pedir Uber.

- Burguesa.

- Trabalhando naquele mercado? Ah tá. - Demos risada e eu pedi o Uber.

- Sabe se o hospital é perto daquele endereço que te mostrei? É que é a rua da delegacia. Preciso pegar minhas malas.

- A delegacia fica a uma quadra do hospital. Vocês podem ir na delegacia enquanto eu converso com o médico.

- Ou a gente te espera e vamos juntas. Pode ser?

- Do jeito que a pequena sereia preferir.

Falei e quando percebi estávamos muito perto uma da outra. Eu podia sentir a respiração dela. Porra o que eu estou fazendo? Ela está me deixando doida. Eu prometi a mim mesma que não vou me apaixonar de novo. Isso Day! Foca nisso. Olhei para o celular e vi que o Uber estava chegando, me afastei dela.

- AYLA! O UBER CHEGOU. CORRE.

Ayla veio correndo até a porta.

- Tia eu vou pagar o carro pra gente ó. - Ela mostrou uma carteira que ela tinha, dentro dela tinha 20 reais.

- Nada disso! Eu vou pagar para vocês.

- Tá bom. - Ela falou e jogou a bolsa longe.

- Quando a gente chegar quero essa bolsa no seu quarto. - Falei e a menina concordou.

- Tá bom, Day.

Desde que Ayla falou isso não trocamos uma palavra, nenhuma das três. Ayla estava na janela da esquerda, Carol na da direita e eu no meio. Ayla jogava no meu celular e Carol estava concentrada nas músicas que tocavam na rádio. Parecia uma eternidade, mas a "viagem" durou 25 minutos. Chegando no hospital, Carol ficou com Ayla na parte de espera e eu fui falar com o médico.

- Boa tarde. - Cumprimentei o médico.

- Boa tarde. Então, tenho duas notícias, uma boa e outra nem tão boa.

- Joga as duas de uma vez.

- O Carlos não sofreu nenhuma fratura, ele está intacto, exceto que bateu muito forte com a cabeça, ele está em coma e como a senhora deve saber, não tem uma previsão para uma pessoa acordar. Pode demorar dias, meses ou anos.

- Sim, eu sei.

- Temos três alternativas, desligar os aparelhos após 3 meses, desligar após um ano ou desligar de imediato. Você vai ter um certo tempo para pensar. Vamos ver como vai ficar o estado dele. E daqui uma semana, você volta e me fala.

- Okay. Mesmo horário?

- Pode ser na sexta? As 17hrs?

- Pode sim. Obrigada.

Sai da sala e Ayla veio correndo em minha direção.

- Ele tá vivo?

- Sim. Em casa conversamos tá? Vamos pegar as malas da tia Carol. Pode ser?

- Pode. Me dá o celular para eu jogar?

Entreguei o celular para ela.

- Tá bem? - Ela perguntou preocupada.

- Estou.

- Mesmo? - Eu senti um nó na minha garganta, meus olhos começaram a lacrimejar.

- Vem cá. - Ela me puxou para um abraço e ficamos ali por uns 5 minutos.

- Como ele está?

- Em coma.

Ainda estávamos abraçadas, Ayla não escutava nada.

- O que o médico disse?

- Em casa eu falo. Pode ser? Preciso esfriar a cabeça.

Nos soltamos do abraço.

- Vamos tomar sorvete? - Carol sugeriu o que fez Ayla morrer em amores por ela.

- Vamos tia Carol. Eu amo sorvete você gosta de sorvete? -  Falou pulando igual uma pulguinha.

- Eu gosto de sorvete. Qual o seu preferido?

- Chiclete, chocolate e sensação.

- Vou experimentar o de chiclete, porque nunca comi. Ah, só não mergulha no sorvete, para esfriar a cabeça. - Ela falou a última frase baixo, para que só eu escutasse.

- Deus me livre, eu ia estragar o sorvete.

- Ou não. - Ela fez uma cara maliciosa, eu retribui dando um sorriso de canto.

- A gente vai demorar muito pra tomar o sorvete?

- Não. Estamos indo agorinha mesmo.

Quando saímos do hospital Ayla pegou na minha mão e na mão de Carol. Ficamos balançando ela. Até que ...

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Rebuild Me - DayRol - ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora