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O despertador tocou as 5:00, desliguei ele, olhei para o lado e Carol dormia feito um neném.

- Hey. Tá na hora de acordar.

Ela fez algum barulho impronunciável e virou para o lado. Abracei ela por trás e comecei a falar baixinho no ouvido dela.

- Acorda Pequena Sereia.

- Mais cinco minutos. - Ela resmungou sonolenta.

- A gente vai se atrasar. São Paulo tem trânsito linda.

- Eu sei. - Ela se virou e pela proximidade pude sentir sua respiração.

- Tu é linda até quando acorda. Como consegue? - Falei e coloquei uma mecha de seus cachos atrás da orelha.

- Eu que te pergunto Baby. - Ela beijou o canto da minha boca e levantou, mas eu a puxei, ficando por cima dela.

- Poderia ter ido com a boca mais pro lado.

- Tipo aqui? - Beijou minha bochecha.

- Não.

- Aqui? - Beijou minha orelha.

- Não.

- Onde então?

- Aqui. - Dei um selinho demorado nela e levantei indo correndo para a cozinha. Preparei o café, os pães e a mesa.

- Nossa que aprendada essa menina!

- Acorda a Ayla pra mim? Por favor! - Falei enquanto corria para o quarto me trocar.

- Acordo!

Tomei um banho rápido, tomei café e quando eram 6:00 estávamos esperando a van que levaria Ayla para escolinha, a van acabou atrasando. Assim que chegou, Carol e eu fomos correndo para a estação.

- Ué. - Carol tinha um ponto de interrogação na cara.

- Se a gente for de ônibus vamos chegar lá 8:00. E entramos 7:30. Não vai dar certo.

- Bora de trem então.

O trem chegou e, como sempre, estava lotado. Fiquei com dó da Carol que estava toda encolhida eu tentei proteger ao máximo ela daquelas pessoas brutas. Duas estações passaram e fomos correndo para o mercado. Chegamos lá, nos trocamos e fomos para nosso lugar de trabalho. Quando chegamos nossa chefia pediu para que eu revisasse algumas coisas com Carol.

- Day, amanhã eu entro de férias. - Sandra, nossa patroa falou.

- Quem vai tirar suas férias?

- Euzinha minha deusa sapatônica! - Fabiana falou e eu ri.

- Oi meu amor. - Abracei ela.

- Você tinha falado que ela era bonita, só não imaginava que era tanto. - Fabiana ficou de boca aberta com Carol, que no mesmo instante ficou vermelha de vergonha.

- Ela tem vergonha. Faz isso não! - Falei e abracei Carol, tampando o rosto dela.

- O cheiro de couro tá forte demais hoje! - Sandra falou nos fazendo rir.

- Vamos trabalhar pois daqui a pouco vão chegar pessoas para entregar os currículos, e tem uma pilha de currículos para serem analisados. Carol o que prefere fazer?

- Não sei. As meninas que sabem!

- Aqui você decide. - Falei e ela sorriu.

- Analisar os currículos.

- Okay então. Carol analisa os currículos, Fabiana me acompanha nas entrevistas, Day chama as pessoas para a entrevista e entrega as fichas.

O dia de trabalho foi bem corrido. Carol ainda estava um pouco perdida, tinha MUITA coisa para fazer. Ninguém estava dando conta. Tivemos que chamar uma menina de outro setor e fazer 1 hora a mais.

- Droga a Ayla! - Falei assim que saimos do mercado.

- O que tem minha filha? - Fabiana falou me abraçando pela cintura.

- Ela está na escolinha.

- E o CaDu? O João?

Abaixei minha cabeça, olhei pra Carol e senti meus olhos arder.

- Hey não chora! - Ela me parou. - Por favor Day! - Ela fez uma cara triste.

- Tá.

- Aconteceu alguma coisa? - Fabiana olhou sério para nós.

- Eles sofreram um acidente. O CaDu está em coma e o ... - Cadol não conseguiu completar.

- Desculpe! Day me perdoa. Eu não sabia e ... - Cortei ela.

- Relaxa ok?

- Vou levar vocês pra escolinha da Ayla.

- Aí que linda! Minha mulher vai me dar carona.

- Quero uma recompensa depois tá! - Ela fingiu ter segundas intenções na frase e eu ri alto.

- Vai se foder Fabiana. - Carol estava calada, o tempo todo.

- É muito diferente lá? - Falei tentando puxar ela pro planeta terra.

- Não. - Falou e olhou pra janela. Cheguei perto dela e depositei um beijo em seu ombro.

- Está bem? - Falei baixo. Ela balançou a cabeça fazendo um sim. - Não está não. Tu fala mais que a Ayla. O que aconteceu Pequena Sereia?

- Nada. Relaxa! - A ruiva falou me olhando.

- Você está com um olhar triste, mas se não quer falar, tudo bem. Quando quiser eu estou aqui.

- Ta bom. Posso deitar aqui? - Ela apontou pro meu ombro.

- Sempre meu amor. - Ela deitou a cabeça no meu ombro e eu abracei ela.

- Eu tô de vela da minha mulher com a crush dela. Eu não acredito. - Ela falou fazendo a Carol rir.

- Tá com vergonha? - Carol falou me olhando, eu provavelmente estava com a cara toda vermelha.

- Um pouco.

- Só porque ela falou o que você não tem coragem de falar? - Carol falou arqueado uma sobrancelha.

- Abusada.

- Sou mesmo!

- Casal chegamos. - Sai correndo do carro e fui pegar meu neném.

- Mamãe! - Ela gritou vindo em minha direção, toda feliz.

- Obrigada Dandara! - Peguei a mochila de Ayla e fomos para o carro.

- Oi tia Carol. Oi tia Fabi. - Ayla comprimentou as duas com um beijinho no rosto.

- Todo mundo ganhou beijinho e eu não. - Fiz bico.

- Pede pra tia Carol, mamãe. - Ela riu e colocou a mão nos olhos.

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