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Até que um homem estava vindo em nossa direção ficou nos encarando.

- Que vergonha!

Ele falou quando passou por nós. De repente eu sinto um coisa me puxando para o chão. Por sorte Ayla não foi junta.

- Você está doido? - Era nítido a raiva que Carol sentia. Seu rosto estava vermelho e algumas veias de seu pescoço estavam saltadas. Ela me ajudou a levantar do chão.

- Vocês que estão. Onde já se viu? Duas mulheres assim.

- Porque você fez isso com a minha mamãe? - Perguntou chorando.

- Porque é pecado. Não pode ficar assim.

- Assim como, meu anjo? - Debochou.

- Criando uma criança. Não pode! É pecado. Tem que ter um homem na casa para poder mandar na mulher. Isso está errado. Deus fala na bíblia que a mulher foi feita para o homem. Vocês vão queimar no inferno.

- Primeiro: Como que eu vou para o inferno, se o arco-íris fica no céu? Logo isso é impossível. - Ela falou e Ayla riu. - Segundo: Essa é a tua religião certo? Se eu não faço parte dela eu não preciso segui-la, mas você sim. Terceiro: Não que seja da sua conta, mas somos amigas. E estarmos andando com uma criança não significa nada. Quarto: Bater em mulher também é pecado, trair a mulher também é pecado, rabiscar a pele também é pecado. - Falou e apontou para uma tatuagem que ele tinha.

- Não, mas...

- Mas nada. Você é um machista, homofóbico e hipócrita.

- Vocês são um lixo.

- Você paga minhas contas? - Carol perguntou.

- Não.

- Ótimo!

- Vocês vão estragar as famílias assim.

- A família é sua?

- Não.

- Então o que isso tem a ver com a sua vida?

- Nada, mas...

- Mas nada. Fique quieto e saia enquanto eu não chame a polícia. Até porque homofobia é crime. - Ele saiu rapidamente depois do que Carol disse.

- Obrigada. - Falei para Carol, já que me ela defendeu.

- Um segura a mão do outro, baby.

- Mãe você tá bem? - Ela perguntou estendendo os braços, para que eu pegasse ela no colo, peguei ela no colo.

- Estou meu amor.

Dei um beijinho na testa dela. Como estou acostumada a segurar Ayla com uma mão só, Carol tentou segurar em minha mão e desviei fomos em silêncio até a sorveteria. Quando chegamos Ayla pediu ajuda para uma mulher que estava servindo os sorvetes enquanto eu e Carol pegavámos uma mesa.

- Por que você foge? - Perguntou quando sentamos.

- Que?

- Por que foge quando eu chego perto?

- Não sei. - Respondi encarando um porta guardanapo.

- Desculpe. - Ela falou e se levantou, indo pegar sorvete.

- Droga! - Abaixei a cabeça e fiquei assim até Carol e Ayla voltarem.

- Day?

- Oi. - Levantei a cabeça. - Vou pegar o sorvete.

Quando me levantei vi um rosto que não queria nunca ter visto. Eu sentei na cadeira e comecei a me sentir mal.

- Cê tá bem? - Carol perguntou ficando ajoelhada de frente para mim.

- Vamos embora?

- Mas você nem tomou sorvete mamãe e a gente não terminou o nosso.

- Boa tarde. Posso ajudar?

- Sai daqui! - Falei me levantando encarando.

- Que isso Day? - Se assustou com minha reação e levantou ficando ao meu lafo. - O moço só quer ajudar.

Ele encostou as mãos no ombro de Carol. Eu tirei ela de perto dele, a puxando pela cintura.

- Não seja ousado e não encoste nelas. - Peguei 20 reais e joguei na mesa. - Fica com o troco.

Puxei Ayla e Carol e saímos daquele lugar, elas ainda estavam com o potinho de sorvete na mão.

- Agora você pode me explicar? - Ela perguntou me parando. - Você está pálida Day. Vou comprar uma água.

- Não volta lá. Por favor. - Eu fiquei desesperada.

- Calma Day. Não vou voltar lá. Eu pego a água ali na farmácia.

Fomos para a farmácia e ela comprou água. Quando comecei a me sentir melhor, fomos para a delegacia, elas já tinham terminado o sorvete. Depois de uma pequena burocracia pegamos as coisas da Carol e fomos para casa. Quando chegamos lá.

- Ayla, bolsa no quarto. - Falei e ela foi correndo deixar a bolsa no quarto dela.

- Ele está em coma e pode demorar para ele voltar. O médico deu três opções: desligar os aparelhos após 3 meses, desligar após um ano ou desligar de imediato. Ele me deu até sexta para pensar. Não vou pensar sozinha, me ajuda Carol.

- Eu não sei o que fazer.

- Eu também não.

- Vem cá. - Carol me puxou pela cintura e me abraçou. - E aquele cara lá da sorveteria?

- O que tem?

- Eu que pergunto. Tu passou mal só de ver ele.

- Ele era do mercado, ele me assediou diversas vezes lá, já me molestou e tudo. E quando saiu começou a me perseguir até que ele conseguiu o que queria. - Falei segurando o choro.

- Não chora Baby.

- É vergonhoso.

- Eu teria vergonha de ser ele. Não precisa ter medo, eu te protejo.

- Com essa altura toda? - Dei uma risada sarcástica.

- Hey. Não me zoa não.

- Tu parece aqueles cachorrinhos pequenos sabe?

- Pinscher? - Carol falou arqueando uma sobrancelha.

- Isso ae.

- Eu posso ser muito maior se você quiser. - Falou me puxando pela cintura, fazendo nossos corpos colarem. Meu Deus que pegada gostosa.

- Menina, tu é pequena, mas tem uma pegada, que meu Deus.

- Eu sei disso. - Ela fez uma cara maliciosa, eu me afastei dela e fui pegar uma água.

- Posso te fazer uma pergunta? - Falou me seguindo até a cozinha.

- Diga, pequena sereia.

- Por que você está fugindo de mim?

- Tu já fez essa pergunta na sorveteria. - Falei bebendo um gole de água.

- Eu sei. Mas não tive respostas.

- Eu não sei, Carol. - Falei olhando o copo.

- Não sabe ou não quer contar? - Falou indo mais perto de mim.

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