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Eu sai sem rumo. Não sei para onde vou, mas preciso ir. Depois de um tempo andando achei melhor ir na casa da minha melhor amiga/psicológa, a Raquel, dava uns 20 minutos andando. Quando cheguei, toquei a campainha e nada dela atender. Droga! Ela não está em casa. Sentei em um degrau que fica na frente da casa dela e fiquei ali vendo os carros passarem. Depois de aproximadamente 10 minutos ela chegou do trabalho.

- Dayane? Tá fazendo o que aqui? - Falou Raquel se aproximando de mim.

- Preciso conversar.

- Vamos entrar. - Entramos na casa dela e ela preparou um suco de laranja para nós. - Aqui. - Me entregou um copo de suco. - O que anda te incomodando?

- Eu não sei se realmente gosto da Carol.

- Eu vou falar algumas coisas e você me diz o que vem primeiro em sua cabeça.

- Ok.

- Abraço?

- Ayla e Carol.

- Trabalho?

- Legal.

- Por que? - Se assustou, já que todas as vezes que falava de trabalho com ela eu reclamava.

- Carol trabalha comigo.

- Tá explicado. - Sorri fraco - Um filme?

- Pequena Sereia ou Divertidamente

- Por ... ?

- Me lembram a Carol.

- Dayane vai beijar a Carol agora! E só volte aqui quando ela for sua namorada.

- Eu tenho medo de machucar ela.

- Não tenha Day. Se ela gosta de você e você ficar evitando ela, vai ser bem pior.

- Eu sei.

- Então tenha uma conversa de adulta para adulta com ela. - Fiz uma cara maliciosa. - DAYANE SUA SAFADA! - Ela berrou me dando um tapa.

- Eu sonhei com ela.

- Como?

- A gente transou.

- Sonhos eróticos? Quem diria em Dayane!

- Para de me zuar. Otária. E aquele boy?

- Ah mana. Larguei!

- Por que?

- Ele tava me enrolando muito sabe? Não podia me ver, não me falava nada da vida dele, vasculhei todas as redes sociais dele e vi que ele era casado.

- Mentira? Que canalha!

- Pois é! Ai dei um pé na bunda dele. E sabe quem é a mulher dele?

- Quem?

- A Joana. - Fiz uma cara de dúvida - Aquela menina que trabalha na papelaria em frente ao mercado.

- Cara toda vez que eu passava lá ela estava com uma cara de apaixonada. Coitada.

- Pois é. Eu não iria fazer isso com ela. Eu fui lá, eu conversei com ela, eu falei pra ela tudo o que aconteceu.

- E ela?

- Não acreditou em mim. Acreditou no papinho furado do Gustavo. Ela deve ter tanto chifre!

- Espero que ela abra os olhos logo.

Ficamos conversando por mais um tempo e fui para casa, chegando lá Carol estava deitada no sofá com Ayla.

- Cheguei.

-  Eu fiquei preocupada. Você saiu do nada. - Carol falou levantando do sofá, falando baixo, pois Ayla estava dormindo no sofá.

- Eu precisava conversar com uma amiga. Sobre a gente.

- Não entendi.

- Vou colocar a Ayla na cama, a gente pode conversar depois?

- Claro que sim.

Coloquei Ayla na cama, tomei um banho e fui para o quarto de Carol.

- O que queria falar?

- Eu nunca te contei esse meu trauma né? Não a história completa.

- Não.

- Quer saber?

- Seria uma boa.

Ela estava sentada na cama e eu fui em sua direção, logo depois deitei no meio de suas pernas e comecei a lembrar de tudo o que aconteceu.

- Eu conheci a Márcia quando eu tinha 16 anos. A gente conversava muito, todo dia, toda hora. Essa amizade era virtual, até que a gente se viu pessoalmente. Aí a gente, quer dizer, eu me apaixonei por ela e começamos a namorar. Era um relacionamento MUITO, mas MUITO abusivo. Ela me humilhava sempre que podia e sempre que não podia também. Ela fez da minha vida um inferno. Ficamos juntas por 2 anos. Ela todo dia fazia questão de dizer que me amava e minutos depois, me falava que eu era um lixo, que me odiava, que eu nunca ia conseguir conquistar meus sonhos. Que eu cantava mal, que eu nunca serviria para trabalhar com música, porque eu era horrível nisso. Ela me batia as vezes, já me empurrou da escada várias vezes. Em uma delas Ayla estava em minha barriga, eu quase perdi meu neném pro conta dela. Uma semana depois disso ela falou que tinha que ir embora, por causa da faculdade que ela queria fazer. Ela falou que estava indo pois a faculdade era tudo pra ela e que não ficaria por minha causa porque eu nunca signifiquei nada para ela e porque eu era um lixo. Depois disso, eu me tornei uma pessoa totalmente fria, só Ayla que me deixa um pouco mais maleável, até com os meninos eu sou um pouco rude as vezes. Eu dei tudo o que eu podia e o que eu não podia para ela. Eu estava cega e ela não se importava de me usar. Depois dela eu jurei nunca mais me apaixonar por ninguém.

- Sinto muito. - Ela falou séria.

- Eu tenho medo de me entregar e ser pior do que ela foi pra mim. - Me levantei sentando de frente para Carol. - Não me entenda mal quando eu falo que te amo e depois que não quero nada. Eu só estou confusa. Você me esquentou o que eu jurei que estava congelado. Carol eu gosto muito de você. Mas tenho medo de acontecer tudo de novo. Tu pode me jurar várias vezes que não faria nada. Mas a insegurança tá aqui toda hora na minha cachola falando: "Ela vai te largar. Ela não te ama de verdade. Você é inútil, um lixo, por que alguém como ela ficaria com alguém como você?"

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Rebuild Me - DayRol - ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora