1 bons tempos

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Olá hoje início as postagem de meu primeiro livro, desejo de coração que gostem de acompanhar Meg.  

Toda vez que surgia uma nova etapa em minha vida,  sentia que ficavam para trás sonhos inacabados.
Nunca me esqueci desses sonhos e planos que tracei com pessoas que naquele momento foram especiais para mim, e de certa forma me ajudaram aprender  e crescer. Com cada uma dessas pessoas pude sonhar uma realidade diferente, porém por motivos distintos nos perdemos com o passar do tempo.

Como se diz pensamento tem força, nunca deixei de pensar neles. Será que foi esse desejo de descobrir como teria sido se tivéssemos seguido juntos que os trouxe de volta pra minha vida?

Quando eu era mais nova, sentia que tinha duas pessoas dentro de mim, não pense que eu era bipolar, não era o meu caso.

Mas perto de completar quatorze anos tinha a impressão de estar vivendo duas vidas.

Na adolescência eu era uma menina muito alegre, muito falante, vivia entre amigos, especialmente minha querida Ângela que sempre esteve ao meu lado.

Nos conhecemos no terceiro ano do primário, Ange era uma pernambucana, muito doce,  minha confidente.
Como se não bastassem o tempo durante as aulas para conversar, tínhamos o hábito de escrever cartas uma para a outra, foi o jeito que encontramos de estarmos perto.

Meu lugar especial na escola era a biblioteca, amava me perder nos livros.
Lendo, seja uma aventura ou um belo romance.

Entre meus amigos eu era leve, e muito feliz, adorava juntar casais, meio que um cupido, e acima de tudo sempre, sempre apaixonada.

Tinha também duas amigas um pouco mais velhas Fla e Kesi.
Foi ao lado delas que eu vivia e sofria minhas paixões, desde o primeiro beijo, que não por coincidência foi com o mesmo menino.

Eu passava meus finais de semana na casa delas, era meio um jeito de estar longe e me esquecer do resto, de minha outra vida.

Me sentia bem com minhas amigas, sair para andar sem rumo, rindo e jogando conversa fora, ou até mesmo ficar de bobeira reclamando dos meninos que partiram nossos corações.

E pensar que naquele momento esse era nosso único problema....
Gostava de estar com elas, escutando música, ou assistindo um bom filme.
Eram momentos muito felizes. Eu me sentia livre assim como elas, uma menina alegre e apaixonada.

Sempre fui muito romântica, não tinha receio de entregar meu coração, que nunca estava vazio, sempre iludido e sonhando mil jeitos de ser feliz, mesmo que saísse muitas vezes machucada.

Eu acho que isso era meio que uma fuga, que encontrei para viver, sem pensar nas dificuldades que passava quando os amigos estavam distantes, e eu tinha que encarar minha realidade que estava longe de se tornar um conto de fadas.

Eu nunca tive nenhum medo de recomeçar, ainda que muito jovem, sempre sonhei em viver um grande amor, mas não um amor que quebrasse minhas asas, um amor que me ensinasse a planar os céus.

Agora em casa tudo mudava, a alegria dava lugar às  responsabilidades.
Essa menina sonhadora, sumia e o que restava era uma menina pé no chão, que tinha que ajudar os pais, e separar suas brigas constantes, cuidar dos meus irmãos, ter a cabeça no lugar, falar pouco, para que não magoasse ninguém.

Desde muito nova trabalhava vendendo lingerie com minha mãe, ou ficava em casa cuidando dos meus irmãos, que eram muito pequenos.

Esses problemas não tiravam a minha alegria, apenas me acostumei.
Se era assim, o jeito era rezar e pedir a Deus, pois ele sabia o que estava fazendo.

Nunca desistir era meu lema, uma hora as coisas têm que melhorar.
Se tinha que ajudar eu faria o meu melhor, meus irmãos não precisavam passar por isso, podiam crescer felizes, e por eles eu me doava sem medos.

Havia muita fé em meu coração e uma esperança que tudo podia mudar, sabia que éramos muito amados, e se eles estavam juntos ainda tinha alguma chance, achava que o amor podia superar tudo. 

Assim como nas páginas dos meus livros onde sempre havia um felizes para sempre.

Nas horas vagas eu escrevia em meu mundinho a parte onde eu podia ser apenas Meg, sem pressão sem medos, apenas sonhos, me fechava em meu quarto e aproveitava que todos estavam calmos dormindo, e imaginava uma vida tranquila, sem medos ou brigas.

Não sei quando essas brigas começaram, mas não podiam durar para sempre.
Em algum momento tinham que parar, nos éramos uma família, deveríamos cuidar uns dos outros e sabia que eles nos amavam. Então o que estava errado?

Ainda era muito jovem e pensava que o amor deveria ser o bastante, mas nem sempre é assim, estava sempre sonhando com o amor, isso ocupava muito minha cabeça, e escrever era meu bálsamo, como se quando começava a compor minhas rimas, fosse levada para um mundo a parte só meu.

Onde preencher meu coração com um amor, me tornava completa, e plena.

Seco uma lágrima solitária e coloco meu porta retrato com a foto de minha família reunida, junto à foto com minhas amigas. É sempre bom lembrar bons tempos.

Em que eu tinha esperanças que o amor fosse o suficiente para tudo dar certo.

Pena que tive que apreender que nem sempre o amor basta. E esses pensamentos de menina ficam para trás.

Lua
Sou lua aquela que ama
Em segredo, que sofre iludida
Que chora sem ser notada
Que ama sem ser amada.
Que sofre sem te ter
Mais não vivi sem você.

Sou lua sozinha mesmo,
Ao lado de milhares de estrelas
Que se alimenta de tristezas.
Todos passam por mim
Mas é como se não
Estivesse ali.

Sou aquela que vive de um
Sorriso de uma lembrança.
Que se alimenta de esperanças
Por muitos sou notada
Mas por quem quero
Não sou amada.

Ao seu lado sou cheia
Bela e esperada.
Quando se vai sou
Minguante menina solitária
R.m

Espero que tenham gostado.

Os Sonhos Que Ficaram Para Traz.Onde histórias criam vida. Descubra agora