Retornando...

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O som do celular o despertou. Era de Lay, mas Kai atendeu mesmo assim, afinal havia dormido no sofá esperando mais notícias ou outra ligação dela, e o chinês tinha deixado o aparelho na mesa de centro com ele.

— Alô?

— Kai?

— Noona?

Ele se ergueu tentando espantar o sono, correu para o Lay, afinal não falava bem nem inglês, muito menos português e acordou o mais velho sacudindo seus ombros. Lay despertou assustado, mas ao ver o celular e sua cara de apressado, recobrou os sentidos e pegou o aparelho.

— Yixing falando.




Lay atendeu o aparelho tentando espantar o sono, e ao ouvir a voz de Laine, ele acordou. Ela falava rápido, mas ele podia entender, barulhos ao redor dela mostrava que ela estava em um lugar público. E fora do Brasil porque não era português o que ouvia como som ambiente.

— Desculpa acordá-los no meio da madrugada, Lay, mas estou ligando para avisar que acabei de chegar em Santiago e estou esperando a Lulu, ficamos de nos encontrar no aeroporto. Temos um voo para daqui há quatro horas, devemos chegar aí em um dia mais ou menos, nosso voo será de dezoito horas. Consegui que o passaporte extra fosse aceito então está tudo ok, graças aos deuses ela tinha documentos extras em casa. Nos vemos amanhã.

— Obrigado noona, mesmo!

Ele não sabia que ela ia encontrar Zhēnguì lá, se sentia tão aliviado...

— Não precisa agradecer, vocês dois são da família agora. Até amanhã.

Ela desligou e Kai praticamente rosnou para saber o que ela disse. Lay explicou e viu o mais novo expressar o mesmo alívio que ele sentia, um alívio genuíno que significava a esperança de vê-la.

— Ela está vindo, finalmente! Como a noona foi rápida!

— Pois é, afinal elas estavam certas, foi melhor esperarmos ela aqui.

— Melhor e mais sufocante você quer dizer, eu quase tive colapsos nesses dias. Vamos verificar esse voo, eu vou para o aeroporto recebê-las e se você disser que não, eu te jogo fora desse dormitório!

Lay riu dando um soco no braço de Kai.

— Eu não diria isso, elas vão chegar de madrugada, é um ótimo horário, podemos conseguir ir discretamente. Vamos fazer.

Ele viu Kai sorrir, finalmente, e se sentiu bem, estava preocupado com o mais novo, agora as coisas voltariam um pouco ao normal. Sua Zhēnguì estava vindo, segura e bem, o que mais ele podia pedir?




— Laine está vindo?

Kai assistiu divertido a forma como Xiumin se engasgou na mesa do café da manhã, eles agora moravam em dormitórios diferentes, mas tomavam café juntos sempre que podiam, e a boa nova era uma ótima ocasião. Chen deu tapinhas calmos nas costas do mais velho que ainda encarava o nada um pouco chocado.

— Sim, ela foi buscar Zhēnguì em Santiago e levar os documentos para que ela pudesse seguir viagem sem problemas. Ia ser mais rápido do que pela embaixada, penso eu.

— Mas se Luana é a única sobrevivente da queda do avião, elas vão conseguir embarcar sem chamar a atenção, Lay?

— Eu acho que elas planejam manter isso em segredo por enquanto, Suho. Não sei. Noona pode conseguir isso.

— Claro que pode, ela é uma bruxa afinal.

Baek sorriu de canto enquanto Xiumin dava um peteleco na cabeça dele.

— Não fale assim, dongsaeng!

— Mas é verdade e...

— Ainda assim, não fale dessa forma.

— Aish! 'Tá, 'tá.

— Então elas chegam essa madrugada? Que legal!

Chanyeol sorriu feliz, Lay viu Kai retribuir o sorriso para o alto. Lay assentiu.

— Vou levá-las para o apartamento, imagino que elas chegarão muito cansadas, aliás, preciso conversar sobre isso, Luana está com uma semana de atraso na escola, isso precisa ser visto. E noona não fala coreano.

— Qual é o colégio que ela foi transferida? De repente posso ver com o Man...

— Esqueça, Suho, precisamos fazer tudo discretamente, eu vou conversar com Noona sobre isso, afinal era Rafael quem seria o tutor dela aqui e ele era poliglota.

— Falando nele, Lulu deve estar mal hein... O cara não era tipo irmão dela ou algo assim, não era?

— Era, Baek, quero ver como ela está sobre isso também.

— Não querendo causar um mal-estar, pessoal, mas fico me perguntando, como ela sobreviveu a queda?

D.O perguntou confuso. Lay também se perguntava, estava imensamente feliz por ela ter sobrevivido, mas como ela conseguiu? Tinham tanto o que conversar...

— Minha garota é a melhor. Simples assim.

Kai respondeu tirando risos gerais da mesa. Lay piscou para o mais novo, sim, Zhēnguì era a melhor.




Eu sorri ao ver minha irmã na praça central do aeroporto.

Corri para ela sendo envolvida em um abraço longo, saudoso e quente. Tinha me despedido e trocado e-mails e tudo com meus mais novos amigos de viagem, feliz por ter conhecido todos, grata por tudo, mas ainda assim sentia urgência em ir logo e encontrar minha irmã. Deixei-os no centro da cidade e corri para ao aeroporto ansiosa. Mal me cabia de felicidade.

Minha irmã fez todas as milhões de perguntas que eu já imaginava e uma hora depois eu ainda contava tudo que aconteceu, que vi e que encontrei no caminho até ali, ambas estávamos com as mãos cheias com xícaras de chocolate quente, à espera do voo para Seul. Tinha trocado de roupa, era bom usar minhas roupas de novo, e também tínhamos Garfield em outra gaiolinha, ele estava tão feliz com a civilização que entrou sem um resmungo. Eu podia entender seu alívio. Afinal meu gato era cosmopolita.

Então Laine me contou que avisou os meninos e que eles nos esperariam, eu fiquei imensamente feliz, estava com tantas saudades deles, tão preocupada. Tão aliviada que tudo terminou bem. Só que não, por que eu sabia que minha saga estava no início, afinal eu ainda tinha dois maridos secretos para lidar em uma das cidades mais tecnológicas do mundo e manter nossa relação em segredo seria outro trabalho dantesco. Mas ainda assim eu iria tentar com o meu melhor, afinal, eu amava aqueles dois k idols. 

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