o dever chama

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Eu e Laine praticamente percorremos todo o bairro naquela tarde. Compramos um celular para mim, coisas para a casa, roupa para nós e mantimentos para a semana, já que o que ela tinha comprado de manhã foi só para o café. Descobrimos lojinhas curiosas e interessantes assim como bons cafés e para minha felicidade, uma casa de instrumentos musicais usados. Descobri o nome do meu bairro sem querer, Samcheongdong. Ficava perto da casa da presidente. Como os meninos tinham encontrado aquele lugar? Fiquei curiosa.

Era quase noite quando entrei na loja de instrumentos ansiosa para saber se tinha uma harpa. Eles gostaram quando eu tinha tocado, então não custava nada eu treinar mais um pouco para tocar para eles, certo? Aliás, nesses dois meses passei a pesquisar mais das músicas deles, e acabei me apaixonando pela música que Lay tinha escrito, Miss you much, e tinha estudado um pouco nela na harpa, tinha ficado legal e eu queria fazer uma surpresa.

O atendente deveria ter minha idade e ficou pasmo, sem disfarçar, quando perguntei se tinha uma harpa. Ainda um pouco chocado, ele me levou até a única que tinham e que ele disse que já estava ali há um bom tempo, era um modelo original, meus olhos analisaram o instrumento de cima abaixo, afinal eu tinha certo domínio sobre harpas, minha tia era harpista e tinha me passado tudo o que sabia, já que só eu gostava do instrumento além dela. E minha tia era especialista em originais. Tínhamos dois.

Testei para ver se ainda estava afinada e para minha alegria, estava sim. Sorri.

— Laineeeee!

— Já sei, eu sabia que era isso que estava procurando. Ok, vamos levar.

— Mas quanto temos ainda?

— A Mônica emprestou o cartão gold! Temos bastante.

E Laine sorriu em complô. Eu ri baixo. Falávamos em português e parecíamos duas maníacas, mas era divertido.

— Ela vai nos perdoar, afinal é uma Harpa cromática de cordas cruzadas, não é qualquer harpa.

— Ok, vamos levar.

E vinte minutos depois nós saímos sorridentes com a entrega da harpa para o dia seguinte.

Fucei no meu novo celular mandando mensagens aos meninos resumindo o que fizemos e que estávamos voltando para casa.

Chegamos, alimentamos o Garfield e nos estiramos no sofá para cochilar, tínhamos comprado uma tevê pequena também, que conseguimos trazer na mão e eu aproveitei para instalá-la enquanto pensava no que comeríamos no jantar, será que eles conseguiriam voltar àquela noite? Será que teriam muito trabalho no dia seguinte? Esperava que a tal reunião não tinha sido tão tensa como eles desconfiavam que seria.




Kai evitou sair da sala socando a porta. Não acreditava que estava ali a mais de quatro horas ouvindo o manager dar sermão porque alguém fotografou o que nem parecia ser ele e Lay no aeroporto. Sério, a foto estava horrível, mal iluminada e era claro que podia ser qualquer pessoa, muitos caras da idade deles tinha um corpo parecido. O fato era que era eles mesmo, mas a foto não revelava isso, era só mais uma entre as milhões de fotos que as sasaengs insistiam em tirar e postar na internet. Ele adorava as fãs, mas tinha umas que só por deus!

E como se não bastasse, também voltou ao assunto que era perigoso andar por aí sem informá-lo e vários outros blá blá blás. No fim sobrou para todo mundo, porque Baek e Chanyeol também tinham saído na noite anterior, e Suho foi para um encontro pessoal depois do trabalho, o que também deixou o manager nervoso. O fato era que ele estava se esquecendo de uma coisa muito importante, eles não eram mais crianças e tinham suas vidas pessoais, embora bem discretamente, óbvio. Suho tentava explicar a ele com educação, porque Suho tinha uma paciência divina, mas o problema dele era que devia ser surdo ou queria ignorar mesmo.

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