8. Borboleta

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Não pense em nada, não diga nem uma palavra. Apenas me dê um sorriso, ainda não consigo acreditar. Tudo isso parece que foi um sonho, não tente desaparecer. Isso é real? Você é tão linda que tenho medo. Você vai ficar ao meu lado?

— Que tipo de barulho? — Jin perguntou assustado.

— Algo se abrindo. Como uma bolsa.

Ela tentou simular o som que havia ouvido, mas ele não compreendeu. Decidindo juntos esquecer o acontecido, os dois tiraram os sapatos e andaram descalços pela areia por algum tempo. 

— Então, o que tem pra se fazer por aqui? — Ela parecia esperançosa.

— Vários lugares para comer, você já foi ao Namdaemun? — Respondeu animado, parecendo gostar daquela oportunidade.

— Não, mas acho que alguém já comentou sobre esse nome na casa. — Esperou que ele contasse mais sobre seus planos. — O que me lembra, quando voltarmos vou cozinhar algumas coisas, chega de comer insetos. — Ariel realmente detestava a comida coreana e não tinha problemas em dizer isso aos quatro ventos.

— O Namdaemun Market é um dos mercados mais antigos da Coreia. No começo, nele eram vendidos apenas roupas e arroz, porém com o tempo, a região atraiu turistas de várias partes da ásia e hoje ele é considerado o paraíso das compras em Seul, com mais de dez mil lojas vendendo todos os tipos de produtos. — Disse alegre, já pensando no que compraria para comer.

O casal pegou um ônibus chegar a seu destino. Ao chegar no local, avistaram uma construção histórica. Ao ver os olhos de Ariel brilharem, Jin anunciou que aquela era a faixada do mercado. Na parte de dentro, várias barraquinhas vendendo comidas, roupas, sapatos e todos os tipos de bugigangas os aguardavam.

Foram primeiro a uma barraquinha com algumas verduras e legumes a mostra, pareciam ter adentrado na parte que vendia comidas do lugar.

— Talvez eu deva levar algo para cozinhar para os meninos amanhã. — Jin pensou em voz alta ao mesmo tempo que olhava para os dois lados para se certificar de que não havia ninguém ali para reconhecê-lo. O mercado era um espaço que atraia multidões, não só de coreanos, mas também de turistas. Ao voltar sua atenção para Ariel, viu que ela havia desaparecido. Fitou o horizonte e encontrou-a já longe dele, olhando uma vitrine de uma grande barraca.

— Você gosta de câmeras? — Jin disse ao seu ouvido, percebendo a admiração dela pelas máquinas a sua frente.

— Eu sempre quis ter uma dessas. — Respondeu mirando uma Instax Mini² — Mas nunca comprei, não tinha coisas emocionantes e lugares maravilhosos para fotografar. — Confessou com pesar.

— Espere um minuto. — Disse decidido ao entrar na barraca e conversar com o dono, que imediatamente veio e retirou a câmera do vidro e a colocou em uma bolsa. — Toma, você vai precisar. — Estendeu o presente a ela, satisfeito.

— Jin, eu trouxe dinheiro. — Protestou empurrando a bolsa de volta para ele.

— E dai? É um presente, aceite! — Se deu por vencida, já sabendo que ele poderia ser muito insistente quando estava determinado.

Colocou o filme na máquina e pediu ao dono que tirasse uma foto dela e de Jin em frente ao mercado.

— Como se diz obrigado em coreano? — Ela perguntou ao ver Jin agradecer ao homem que tirou a foto.

— Kam-saha-mnida. — Ele repetia a palavra para que ela tentasse imitá-lo, porém a brasileira estava sempre enrolando a língua, cena que fazia o vendedor rir do casal desajeitado.

Os dois seguiram andando pelo mercado, passando por bancas que vendiam lanches como insetos fritos e polvos crus.


— Vocês precisam de comidas melhores, quando voltarmos vou cozinhar algo realmente comestível. — Ela disse ao sentir o cheiro das iguarias. — Vem. — Puxou o parceiro pelas mãos, indo em direção a um stande de queijos. — Quero ver se encontro algumas coisas já que estamos aqui. — Procurou por lanches que fossem mais comuns ao redor do mundo e contentou-se com algumas barras de chocolate e salgadinhos.

A Intrusa #1 [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora