5. Nós somos a prova de balas.

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Fecho meus olhos só quando o sol nasce na manhã seguinte. Morais tendenciosas e oposições em todo o canto, os limites dentro de mim que derrubei. Onde quer que eu vá, tudo o que faço, vou mostrar a todos o tanto quanto afiei minha faca.

Ariel acordou com o celular tocando as 8:30 horas da manhã. Ainda havia algum tempo para que pudesse se preparar psicologicamente para a maratona de atividades físicas que lhe aguardavam naquele dia. Se convenceu de que deveria estar animada antes de levantar.

— OMG! Marina! — Disse assustada ao lembrar-se da mensagem da amiga.

Marina odiava quando começavam a lhe contar algo e não terminavam. Ariel agora pensava se realmente era prudente contar algo. Ela estava no Brasil, não revelaria nada a ninguém, mas ainda sim, tinha um mau pressentimento. Não se lembrava de todas as cláusulas do contrato, porém tinha certeza de que algo a proibia de expor o acontecido.

— Olá! Me diga.... Quem você pegou primeiro? — Disse a amiga empolgada ao telefone.

— Ai Marina, eles não são como os homens dai! Outra cultura, outros gostos. Eu sou irritante pra eles. — Tentou mentir.

— Você é irritante para todos, amiga! — Ela não estava errada. — O que você queria me contar ontem?

— Na... Nada. Estão me fazendo ir a academia hoje cedo! Acredita? — Disse expressando uma falsa raiva.

— Tudo bem. Eu sei que você me contará quando estiver pronta. — Respondeu encerrando a ligação sem delongas.

Elas eram amigas há anos, podiam perceber mesmo separadas quando algo importante acontecia na vida uma da outra. Marina não se importava que Ariel tivesse segredos, cedo ou tarde, ela os relataria. Ariel sempre escondia suas emoções ao máximo possível, nunca demonstrava suas frustrações e anseios. Por algum motivo, ela nunca se apresentava vulnerável, sempre esperava até ser consumida por suas fraquezas e explodir em um mar de sentimentos.

— / / —

Alguém batia na porta impaciente.

— Por favor, me diga que já está acordada! — Lisa gritava do lado de fora.

— Sim, vou abrir. — Havia, finalmente, aprendido a trancar a porta.

— Ótimo, você não se trocou ainda, um trabalho a menos. — Disse ao entrar e jogar para ela uma muda de roupas de academia. Um short razoavelmente curto e uma blusa de manga solta compunham o look controverso e Ariel sabia exatamente o porquê daquilo. — Vista isso!

— Eu já tenho roupas. — Disse apontando para o guarda-roupa aberto.

— Não, você não tem! — Cruzou os braços. — Sente-se, preciso ter uma conversa séria com você. — Apontou para a cama.

Ariel pegou as roupas e começou a se trocar na frente da agente, murmurando  no tom mais baixo possível "diga logo".

— Sabe, é isso que eu e os outros produtores adoramos em você. — A conversa não tinha começado como ela imaginava. — Estávamos vendo algumas filmagens. — Sentiu um frio na barriga ao ouvir aquela frase, mas não fez nenhuma expressão que demonstrasse isso. — Você é o drama do Reality. Todo bom show precisa de um personagem para causar conflito.

— O que você quer dizer? Você não disse que nos deixaria em paz? — Bufou tentando puxar o pano do short para mais próximo do joelho.

— Que gracinha, tão inocente. Nessa idade você não deveria ser assim. — Ironizou.

— HEY! — Repreendeu-a por lembrá-la que tinha vinte e cinco anos e as outras garotas estavam entre os dezoito e dezenove.

— Você será a pessoa que todos amarão odiar. — Continuou sem se importar com a opinião da brasileira. — Agora vista-se, sua missão hoje é flertar com Jungkook. — Ordenou.

"Desde quando isso é permitido?" Pensou por um segundo, antes de se dirigir desanimada para o corredor.

A Intrusa #1 [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora