12- Amanhã

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"Porque o amanhecer logo antes do nascer do sol é mais escuro"

— Acho que sei onde ela pode estar. — Mentiu.

Pegou sua jaqueta e chamou Alfred. Ao entrar no carro, sentando-se ao lado do motorista e encaixando o cinto, disse:

— Nós vamos procurar Ariel, primeiro tentaremos em cafeterias e lojas por perto. Talvez algum restaurante. - Jin aparentava preocupado.

— Não é necessário. — Alfred respondeu tranquilo, ligando o carro.

— Han? — Franziu a testa.

— Eu sei onde ela está. — Respondeu. — As vezes eu acho que você pensa que eu trabalho só para você.

Jin o olhou espantado por aquela resposta, até ouvir sua justificativa.

— Foi isso que Ariel disse ao entrar no carro e me pedir para levá-la a Lotte Tower.

— Espere, o que exatamente aconteceu? — Jin tentava entender como Alfred e Ariel haviam embarcado naquela aventura.

— Talvez eu tenha contado essa história de forma que ela parecesse rude. Eu estava voltando pra casa, quando a vi Ariel sair de uma cafeteria. Quando a cumprimentei de dentro do carro, ela me deu um bolinho, pediu que a levasse a Lotte Tower e disse para cobrar a carona de você. — Disse com um sorriso perverso.

— // —

Ariel saia do Mouse Rabbit Café com uma pequena sacola em uma mão e o celular na outra. Olhava concentrada para seu mapa. Queria encontrar aquele grande prédio transparente que havia visto de longe, de dentro do avião, na sua chegada a Seul.

— Olá Ariel. — O motorista de Jin brotava a sua frente, antes que ela atravessasse a rua.

— Oh, olá Alfred. O que você está fazendo aqui?

— Estava voltando pra casa e te vi, quer uma carona?

Ela não podia contar a ele que não pretendia voltar. Ariel começava a se cansar da situação em que estava. Súbitos desejos de voltar para o Brasil começavam a ocupar sua mente. Lembrou-se do coreano a sua frente, que a olhava esperando que ela proferisse uma resposta.

— Você poderia me levar a Lotte Tower? — Resolveu aproveitar aquela oportunidade. Recordou-se de que ele era um motorista particular. — Eu tenho bolinhos! — Retirou um da sacola e ofereceu a ele.

— Sempre que precisar, pode me chamar. Colocamos na conta de Jin. — Ambos gargalharam. — A torre fica do outro lado da cidade.

— Está tudo bem, apenas me deixe lá. Depois eu volto sozinha pra casa. — Mentiu.

— Tudo bem. — Não questionou a garota.

— // —

— E você não achou estranho uma garota querer ir pra torre mais alta da Coreia? — Cruzava os braços, repreendendo o motorista.

— Me agradeça, se não fosse por mim, você nem saberia onde ela está. — Falava ao mesmo tempo em que prestava atenção no trânsito.

— Ela parecia triste? — Fez uma ultima pergunta.

— Estava bem. — O motorista finalizou.

Após atravessarem a ponte, ainda havia um caminho considerável para percorrer até a torre. Já eram quase 9:30 da noite, o horário de visitação acabaria as 10 horas em ponto. Se se atrasasse, poderia não encontrá-la. Ao chegar no local, Jin subiu direto para o 65º andar, onde o observatório ficava. Esse era seu primeiro palpite de onde a garota estaria.

A Intrusa #1 [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora