6. Nós podemos apenas dançar a esse som.

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Ambição jovem. Dizemos que iremos devagar, mas nunca vamos. Premonição. Me vejo passando todas as noites com você.

Ariel abriu os olhos com a imagem de Jimin analisando suas mãos. Sorriu involuntariamente, a cena era, no mínimo, curiosa. Avistava J-Hope pelos corredores, andando em circulos impaciente.

— Eu não culpo você, as vezes depois de um show tudo que queremos é desmaiar. — Ele tentou consolá-la.

Olhou o local onde estava. Seria um hospital? Parecia com uma enfermaria. Posteriormente descobriria que nem havia saído do prédio onde estava dançando. Lá eles tinham um lugar para atender qualquer um que se acidentasse.

— Vamos embora? — Esforçou-se para levantar, apoiando em uma das mãos do loiro. — Eu estou melhor, pode pedir pra tirarem este soro. — Ter uma agulha em sua mão a deixava aflita, por mais que fosse para o seu bem. Já estava recuperada e com pensamentos de assaltar a geladeira da casa dos meninos quando regressasse.

Quando Ariel finalmente se libertou, os dois saíram juntos em um carro que os levaria direto para casa. J-Hope ficaria pois precisava resolver algumas pendências no prédio da BigHit. Durante o caminho para a casa, perguntou-se pela primeira vez onde e com quem Jin estaria. Seria a loira dos olhos azuis? A japonesa deslumbrante? Quem eram suas trainees? Qual seria a missão delas? Olhava pela janela pensativa enquanto Jimin mexia em seu celular.

— Você quer passar em algum lugar? — Perguntou preocupado com o silêncio dela.

— Só se você souber onde tem um MC-Donalds aqui. — Falou desleixada, em tom de brincadeira.

Ele sinalizou ao motorista e de repente a rota do carro mudou. O que era um comentário brincalhão acabou se tornando um novo destino para os dois.

— Tem? — Ela parecia surpresa por ele a tê-la levado a sério.

— Sim. Nós não comemos lá, mas acho que dada a situação você precisa. — Era fofa a forma como ele se preocupava.

A brasileira voltou a fitar a janela do carro, queria ver um pouco do que estava perdendo da cidade por ficar reclusa na casa e a mercê das atividades estabelecidas pelo Reality Show.

— O que você espera encontrar? — Disse percebendo que ela lançava um olhar perdido na paisagem de fora do carro.

— Me traz paz. — Suspirou. — Eu consigo pensar melhor quando olho o caminho passando por mim.

— Entendo. — Respondeu sério.

— Minha dança estava muito ruim? — Tentou puxar assunto, preocupada se tinha feito uma cena ruim.

Ele sorriu dizendo "Eu gosto de ver garotas desajeitadas dançarem". Jimin passava a maior parte de seu tempo se preocupando em aperfeiçoar seu canto, a dança era um alívio. Para ele toda aquela situação era um escape da vida corrida de ensaios, shows. Pela primeira vez em meses ele podia descansar. A presença das garotas não era um incômodo se ele estivesse fazendo o que gostava.

Ao chegar no Mc Donalds, deu a Ariel algum dinheiro para que ela comprasse lanches para os dois.

— Você não vem? — Olhou-o confusa.

Talvez aquela fosse uma pergunta inocente, mas uma das coisas que ela não sabia era que ele sentia falta de poder fazer coisas normais sem ser reconhecido. Pegou um boné qualquer que achou no carro e colocou na cabeça dele, escondendo todo seu cabelo loiro. Levantou também a gola de sua blusa até o pescoço. "Vamos" ordenou autoritária, puxando-o pelas mãos.

A Intrusa #1 [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora