3. Tentações

830 98 69
                                    


  Ele acordou desnorteado. Tudo parecia girar, tudo doía, mas principalmente, tudo estava em branco.

Olhou ao redor e se viu em um cômodo de cores pastéis, claras e um janela meio aberta de onde dava para ver um jardim bonito do lado de fora.

Ele não conhecia o lugar.

Ergueu as mãos e notou como elas eram bem cuidadas, em como eram elegantes e em como eram desconhecidas. Uma aflição subiu em seu peito e ele sentiu vontade de chorar, o que estava acontecendo?

Então percebeu que estava em uma cama de hospital, porque um fio fino estava preso em seu peito por ventosa e ligado a um aparelho que ressonava baixinho. Eram seus batimentos? Ele esteve em um acidente?

Mas quem era ele?

Arregalou os olhos e ofegou, senhor... Ele não sabia seu nome!

QUEM ERA ELE? O QUE ESTAVA FAZENDO ALI? O QUE ACONTECEU?

A porta se abriu rápido e por ela passou uma mulher alta e muito bonita, loira e com o jaleco escrito algo que não conseguia ler. Era o nome dela?

Ela o olhou séria e então outras mulheres de uniforme padrão entraram e vieram para ele tocando em seu peito enquanto outra o fazia deitar de novo já que nem percebeu que tentava se erguer e ao mesmo tempo falavam em uma língua estranha entre si.

Não estava em casa, mas onde era sua casa?

Foi quando sentiu um perfume conhecido, mas que não sabia como conhecia e logo uma mulher elegante vestida em um Chanel clássico, preto e de gola canoa, entrar como se fosse alguma rainha egípcia.

As mulheres ao seu redor de afastaram e ela falou na língua estranha das outras algo curto e seco. Elas saíram em seguida deixando apenas ele e a mulher imponente ali. Naquele quarto.

Ele reconhecia o modelo que ela vestia, mas não sabia quem era ela, fazia sentido?

— Ren – Ela disse vindo para si séria até se sentar ao seu lado e o olhar longamente. Aquele era seu nome? Sentiu seus olhos arderem mas respirou fundo, precisava saber – Desculpe pela confusão de agora, estávamos esperando que despertasse, mas não tão subitamente, aquelas eram suas médica e enfermeiras. Elas cuidavam de você enquanto passava pelo pior.

— Pior?

Ela assentiu, então o encarou ainda mais fixo:

— O que se lembra?

Ele fechou os olhos e suspirou, nada, queria gritar, queria culpar alguém daquilo, estava tão frustrado! Sentia as emoções, mas sua memória... Era como uma tela em branco sobre ele, contudo aparentemente não sobre roupas. Fazia sentido?

— Gosto desse Chanel, é elegante. Mas é da coleção do ano passo, suponho.

Um riso gracioso ecoou pelo ambiente e ele abriu os olhos um pouco enfeitiçado pelo som. Ela era tão linda...

— Como esperado de um gênio da alta costura, meu Ren pode se esquecer de tudo menos do bom gosto – E ela ergueu uma das mãos até tocar em seu rosto com delicadeza – Houve um acidente com você e meu irmão, ele te protegeu do pior, mas quando caíram sua cabeça acabou batendo na quina da rua. Mas Yun, fora uns cortes se saiu até que bem, afinal ele que pratica esportes radicais está acostumado a cair, mas você se machucou mais, não fisicamente, entretanto a Doutora Ângela disse que se cuidarmos bem de você nas próximas semanas pode recuperar as lembranças mais importantes. É um caso meio complexo, mas você vai ficar bem. Eu te trouxe para o melhor centro médico do mundo meu querido, eu reuni uma junta médica para você, vai ficar tudo bem.

Contrato invejávelOnde histórias criam vida. Descubra agora