23. Dia 1

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 Michelle assistiu nervosa o submarino afundar com metade dos homens dentro e se não confiasse absolutamente neles, teria surtado como todos em seu bote, porém manteve os olhos cravados na água em silenciosa espera e angustiante demora...

Vai meninos, vai, vai...

O olhar de confie em mim e leve as meninas do Sunggyu estava fixo em sua mente, ela estava presente na sala de controle quando a pane aconteceu, um curto circuito que corrompeu a com pressurização e em seguida o sonar da nave, precisavam deixá-lo antes de um colapso e seu marido apenas a encarou e ela soube, devia levar os outros para fora, eles dariam um jeito lá dentro.

Eles sairiam vivos.

Os que ficaram para trás sabiam nadar, eles eram os melhores, eles eram seus homens e seus amigos, eles iam sair... Iam sim...

E então um bote subiu e inflou sozinho e depois outro e logo cabeças foram surgindo na superfície enquanto ela passava a respirar aliviada pouco a pouco conforme fazia a contagem visual. Ghan já estava desmaiado nos braços de um Ren pálido e Min chorava, Jess estava engalfinhada pelos filhos enquanto Chan recebia o mesmo abraço grupal das suas crianças. Baek olhava atormentado para a água fazendo o mesmo que ela certamente enquanto Tao abraçava Vic e o Fred.

E então seu marido foi o último a emergir e trouxe um corpo que ela já sabia estar morto devido as circunstâncias. Zhera.

Michelle mergulhou na água e nadou rápida até o marido enquanto ouvia os surtos da irmã em pânico. Zhoumi ia cuidar dela, precisava dar atenção ao maior problema ali. Kyungil nadou até seu lado e a abraçou tenso:

— Volte para o Bote.

— Relaxa pão doce, eu sei me virar – Se voltou para o marido e o encarou mais uma vez, aliviada e preocupada – Estamos longe do continente a essa altura e com um bote? Sabe lá a quantos dias da ilha madeira. Temos dois bebês... Precisamos pensar rápido, Gyu!

Terminou baixo enquanto Donghae e Bangão também se juntava a eles.

O mar estava calmo, eram quatro botes que cabiam todos, mas ainda assim...

— Precisamos deixar o corpo dela para trás, não temos tempo para sentimentalismo, logo ela vai atrair tubarões e outros carniceiros do mar, e estamos em águas internacionais e no Atlântico. Sinto muito Mimi, mas precisamos fazer isso e agora.

Yongguk disse ainda mais baixo e nesse ponto JB e Key se juntaram a eles também. Mimi olhou para o rosto pálido e sem vida da garota e desviou os olhos para a irmã que já chorava nos braços do marido e os dois maridos dela que subiam em outro bote e pareciam tremer nas bases também...

Droga!

— Amor?

Seu marido a olhou tenso e então Michelle assentiu pedindo um minuto e se virou para todos que estavam sendo unidos pelos daddys ainda na água para formarem um só grande bote, se continuassem separados, a deriva podia distanciá-los ainda mais.

Logo tinha a atenção de todos:

— Zhera não resistiu e temos de deixá-la, se levarmos o corpo, seremos perseguidos por tubarões, não podemos levá-la. Estamos em um ponto cego aqui e precisamos ser rápidos para que consigamos alcançar terra, todos vão ajudar e todos precisam ser fortes nesse momento. Victória, diga adeus a sua prima.

Mimi queria acrescentar um sinto muito amor, mas não podia. Chorar era só perder ainda mais líquido, coisa que tinham pouco disponível e potável, tinham dois bebês, várias crianças e os quites sobrevivências eram escassos.

Ceder agora não era opção.

Vic a olhou em um estado lamentável e Mimi quase foi abraçá-la, mas ainda assim permaneceu a encarando o mais fria que pode e todos fizeram silêncio absoluto enquanto a jovem olhava longamente a única parente viva, agora imóvel nos braços de Sunggyu e depois fazia uma prece sussurrante. Em seguida Amber fez quase o mesmo.

Mimi nunca tinha visto sua irmã naquele estado, nem imaginava que ela gostasse tanto assim da problemática prima da Vic, mas naquele momento também quis ir abraçar a irmã que sofria como se ela fosse a real viúva. Já os viúvos pareciam tão mortos quanto ela... Hummm ia precisar ficar de olhos naqueles dois, droga!

— Muito bem, pode soltá-la, Sunggyu.

E seu marido liberou os braços enquanto ela assistia a jovem afundar na água clara até sumir na escuridão mais profunda ao som do choro baixo e de cortar o coração de ambas as mulheres.

— Agora volte para o bote.

Kyungil pediu e ela acatou porque naquele momento estava mesmo cansada de bater as pernas para se manter fora da água.

Logo Kyungil, Sunggyu, Key e o Bangão terminaram de juntar os botes e prendê-los um nos outros. Donghae e Kangin reuniram os kits sobrevivências que vinham em cada bote enquanto o capitão dava ordens a pequena tripulação de três que também sobrevieram. Alguns Kim e Min ainda estavam na água e antes que ela brigasse com o Minseok sobre aquilo ele ergueu um peixe e Mimi quase riu.

Claro que ele ia pensar em pescar, como não!?

— Sushi, Kim? Só você mesmo!

Donghae resmungou e aquilo de alguma forma aliviou o ambiente. Eles precisavam sobreviver no meio do mar e em situação crítica até achar alguma ilha perdidia de deus, mais que coisa...

Repassou o mapa da área em sua mente, mas nada lhe vinha na lembrança de terra por perto, então o capitão se voltou para eles e olhou para o céu com cara preocupada.

— Vem vindo chuva... É melhor se prepararem.

Aishiii...

Michelle não era de rezar, mas naquele segundo, pediu com todas as forças por uma chuva suave e jamais, jamais mesmo uma tempestade. Tempestade não, por favor...




Fanny cruzou a sala de reunião da líder do conselho de mommys, Park Shinhye e se sentou na mesa junto das irmãs. Estavam todos de volta em Seul, todas furiosíssimas com o irmão sumido e com a fuga filha da mãe do seu baby e ainda tinham que ouvir sermão.

Queria tanto dar na cara de alguém!

Ren não perdia por esperar, ele aceitou a fuga com o Teo, ele merecia um castigo bem aplicado! Ele tinha dito sim, ele era DELA! DELA PARA SEMPRE!!!

— Vocês foram condenadas - A voz fria da mulher sentada na mesa de pernas cruzadas e olhar glacial ferveu seu sangue, como ASSIM? Shinhye lhe sorriu crua – Me poupe do seu drama queridinha, vocês roubaram um baby da Suzy, da SUZY, SUAS IMBECIS! Acham que só porque são da família Kim as leis não se aplicam? Pois deveriam dar o exemplo e não fazerem o que fizeram. Se caso se aproximarem que seja cem metros dele a coisa vai ficar complicada para o lado de vocês, além disso trinta por cento da fortuna de vocês vai ser transferida para fundos de caridade, sem choro nem reclamação. E estão proibidas de ter outro baby em um prazo de...

— Não queremos ninguém, Shinhye, só o Ren.

Tae disse tão fria quanto a mulher dona do olhar seco.

Fanny sorriu, isso Tae, coloca ela no lugar dela!

E então sua irmã se ergueu e saiu da sala, Fanny sorriu irônica para a outra e esperou todas as irmãs saírem da sala antes de falar em tom cortante:

— Você ameaçou a pessoa errada, queridinha, a pessoa errada.

E saiu batendo a porta, sabia que a irmã tinha um plano e sabia que teria seu baby de volta e quanto o pegasse...

Ahhhhh Ren, você ia aprender a obedecer, obedecer certo e sem choro!

Ia mesmo!

Contrato invejávelOnde histórias criam vida. Descubra agora