25. Dois babys, dois destinos

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Eu não demonstrava, mas me sentia meio que dentro de um filme louco, impossível e clichê de ilha deserta, só que era real e eu estava lá também.

E agora escurecia para meu pânico interno embora continuava a ser o ombro sereno molhado da minha amiga Vic chorosa. Ok, ela perdeu a prima, mas puxa... N estava lá todo picotadinho e eu nem tinha conseguido ajudá-lo a arrumar uma esteira decente.

Sim, ele e o dono do pseudo Titanic 8 bilhões, vulgo amigo de infância futuro marido da minha amiguinha chorona, estavam maus e machucados e por isso alguns daddys fizeram uma esteira de folhas para eles...

Eu ainda pensava aonde diabos eles aprenderam aquelas coisas, mas enfim, cavalo dado não se olha os dentes e isso era questão menos urgente. Além do que, eu tinha bons olhos e ver um desfile de daddys gatos sem camisa fazendo trabalho braçal era ótimo e ajudava minha alma aflita também, homens bonitos sempre ajudava, embora claro, Kyungsoo não fez, continuava vestido da cabeça aos pés, aquela praga mesmo ajudando os irmãos a construir uma tenda de folhas, estacas e sei lá mais o que que encontraram pela ilha.

Algumas horas depois que chegaram naquele pedaço paradisíaco de salvação náufraga, segundo um dos filhotes da Jess vulgo geninho manjador dos paranaues, de acordo com o sol já faziam mais de seis horas, e foi tempo o suficiente para eles vasculharem quase toda a ilha, recolher água, contabilizar o que sobrou nos botes, fazer levantamento geral sobre todo mundo, e arrumar esteiras para os dois machucados, N era a tentativa de salvar a prima da Vic, o LJS era a tentativa de salvar o submarino.

Eu não sabia quem foi o mais idiota, mas ok, estavam vivos afinal.

E por causa do luto e choro lamentável da Vic, eu continuava no mesmo lugar há horas, com ela nos braços e ainda sem conseguir perguntar ao menos para algum dos meus futuros maridos se N estava bem. E como parecia que eu tinha sido o eleito pageador da enlutada, deixaram nós dois lá, enquanto todos andavam de lá para cá fazendo uma coisa e outra.

Havia coisa boas em ser um náufrago de uma ilha deserta com quase noventa daddys. A paisagem era ótima, lhe rendia risadas, ainda mais com os Im que eram superdivertidos e as bagunças das crianças que se sentiam seguras ali para brincar à vontade.

Estavam com problemas? Sem dúvidas, estavam perdidos sem nada absolutamente nada a não ser o que tinham no corpo quando tudo afundou? Também. Tinham poucas chances de serem achados em um momento próximo? Isso era uma verdade quase absoluta e ainda assim eu me sentia aliviado de estar ali com a tropa toda, todos estavam vivos e isso era um saldo bom. Menos a Z encrenqueira, claro.

Eu sentia pela morte dela como um ser humano, mas a verdade era que estava meio que aliviado porque Z podia acabar com a vida da minha amiga com aquele gênio louco, ao menos agora Vic ia poder caminhar com as próprias pernas e viver como queria.

Podia soar frio, mas era como eu me sentia no fundo do meu coração.

Então percebi que o choro parou e surpreso vi que ela dormia nos meus ombros e que começava a pesar... Nossa Vic!

— Aqui.

E para minha quase surtação - Existia essa palavra? - Kyungsoo surgiu na minha frente e pegou minha amiga no colo com a tranquilidade de um baixinho forte 'pra caramba. Uia...

— Obrigado.

Disse baixo e o Dom do Channy, já disse que meu amigo era sortudo? Assentiu com um sorriso suave:

— Agora vá tomar um banho, você trabalhou bem hoje.

Oi? Eu só fiquei sentado ali... Aishiii...

Contrato invejávelOnde histórias criam vida. Descubra agora