Contrato invejável

21. Sentimentos conflitantes

Ren ergueu a mão para bater na porta do quarto do Doutor Nick, mas suspirou abaixando segundos depois. Será que devia mesmo seguir o conselho do Baek e se consultar? Será que estava perturbado realmente a nível suficiente para falar com um psiquiatra?

— Deixa de ser tolo Ren, é só uma conversa, você está bem, bem mesmo!

A prima da Vic também faria aquilo, até Baek estava pensando em voltar a fazer terapia, ele fez por muito tempo anos antes... O que ele tinha a perder? Teve uma noite infernal cheia de sonhos eróticos com as malditas das Kim misturado com a preocupação com Teo que podia estará em qualquer lugar agora já que as irmãs não o perdoariam por ajudá-lo a fugir... Ele corria perigo... E ainda tinha a Tae, ela parecia mal aquela noite, o que será que ela tinha?

Suspirou e por fim bateu mesmo na porta. Uma voz suave pediu que ele entrasse e logo estava dentro do quarto pequeno que parecia uma sala de estar pacifica. Conhecia de vista e até mesmo já tinha dito oi algumas vezes ao Doutor Hwang Nichkhun na vila dos amigos, sabia também a fama dele em Seul, era o melhor dos melhores em sua área, mas todos os irmãos eram médicos, a família toda era a melhor no que fazia.

Ren entrou e sorriu ao vê-lo sentado em uma poltrona com um livro na mão e óculos caindo no nariz. Ele era um daddy fofo, sempre achou.

— Consultório improvisado?

Perguntou evitando rir, ele sorriu assentindo:

— Vim a trabalho no fim das contas, todos nós e já que meus irmãos estão cuidando do N agora, nada mais justo que eu fazer a minha parte, mas venha, sente-se, Baekhyun me disse que viria.

— Obrigado.

Ren se sentou na poltrona frente a dele e assistiu ele silenciosamente tirar os óculos e colocar junto ao livro na mesinha lateral, aquele lugar poderia mesmo facilmente se passar por um consultório pequeno, nem parecia que estavam em um submarino navegando a toda pelo oceano... O Daddy dono daquilo tudo devia ter gastado uma fortuna para adaptá-lo a uma mini mansão interna.

— Diga-me Minki, o que está sentido, agora que é você mesmo de novo?

Era exatamente aquilo que se perguntava desde que abriu os olhos, o que de fato sentia? Estava em seu juízo perfeito, estava enlouquecendo? Porque estava em conflito, logo ele que nunca se sentia assim?

— Eu posso estar com aquela síndrome com nome estranho de pessoas que se sentem ligada ao seu sequestrador?

Perguntou o que mais lhe remoía a mente. Talvez fosse aquilo, talvez aquela fosse a resposta... Doutor Hwang Nichkhun apenas o olhou mais seriamente:

— Se chama Síndrome de Estocolmo, Minki, e para definir isso precisaríamos fazer mais exames, mas acredito que não seja esse seu caso. Me fale o que está sentindo, diga tudo, pode dizer o que quiser porque nada vai sair daqui, será um segredo nosso, ok?

— Ok – Ele se sentou mais confortável e encarou os olhos calmos – Elas me sequestraram, me enganaram, me seduziram e eu estou louco de raiva, mas ao mesmo tempo... Eu não sei, sei que devia odiar todas elas porque além disso essa... Essa fixação por mim colocou todos os meus amigos em perigo e quase mataram o próprio primo e explodiram um aeroporto... Elas são loucas! Mas ainda assim... Quando fecho meus olhos eu vejo os da Tae sabe, e isso está me deixando louco doutor! Eu estou maluco? Isso é ridículo, não é?

— Quando foi seu último relacionamento amoroso, Minki?

Ren mordeu os lábios e refletiu, não teve tempo nesses últimos anos além de casos esporádicos raros e aquilo não contava como relacionamento... Então puxou pela mente e se lembrou do seu último namorado ainda na faculdade e acabou torcendo o nariz. Não teve um final legal, ele era muito ciumento.