9. O baby que você respeita

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  Meu nome é Fred e eu sou um baby de luxo.

Para quem ainda não sabe e esteja confuso mesmo nessa altura das coisas, eu vou explicar porque sou desses caras legais em extinção: Existem três tipos de babies. Os baby de companhia, como minha linda, maravilhosa e tudo de bom amiga Vic, que apenas saem com os daddy, fazem companhia de várias formas, mas não tem sexo, nunca, never, nadinha de nada. Esses são os BC, como é conhecido nesse tipo de trabalho.

Então tem os baby sugar, são os baby padrão, trabalham para um daddy por vez, pode ou não ter sexo incluído no contrato que também pode ou não ser indeterminado. Não fazem ménage, nem inclui relações poligâmicas. São os BS e existe a classe de onde eu comecei: Os baby de luxo, que são os baby que trabalham só para daddys em poligamia, também podem ou não ter sexo no contrato e pela natureza da atuação, possuem os contratos mais complexos, cheio de adendos e que pode ou não incluir tantas outras coisas em cláusulas especificas.

E tem eu, um super baby de luxo que faz o que bem entende, e que aceita o contrato que me convém.

Sou um dos mais caros da Ásia e tenho lista de espera, minha chefe Suzy sabe das minhas exigências então como uma pessoa maravilhosa que é, nunca me decepciona.

Eu gosto do meu trabalho porque sim. Gosto mesmo e se falar mal eu dou uns tapas. Já estou deixando claro agora, porque sou desses.

Voltando...

Existe muito preconceito nesse mundo e muitos nos comparam com prostitutos, porém, a relação baby/daddy não é um caso de uma noite em que o há sexo e somos pagos para isso, não, não é assim, existe contrato, existe responsabilidade e compromisso e em quase todas as vezes, a não ser nos casos BC, vamos morar por um tempo com o daddy ou daddys em questão.

Como diz um sábio filosofo. O buraco é mais embaixo.

Enfim, é assim que as coisas funcionam e como eu já disse, amo meu trabalho, mas estou de férias.

Tudo começou quando minha mana fofa disse que queria parar.

Veja bem, muitos começam e param ao longo do caminho, é comum como em toda profissão, a maioria de nós entra por causa do dinheiro que não vou negar, vale a pena. Afinal um homem ou mulher que querem o que nós babies oferecemos, é porque querem uma pessoa segura para estar junto por um tempo, sem serem pressionadas pelo que são ou o que possuem. Geralmente são pessoas ricas, cheia de pressão sobre elas e que não tem tempo, paciência nem disposição de tentar achar uma companhia agradável sem ser algum alpinista social interesseiro. Eu penso em mim sempre como um lindo, fofo e divertido presente de aniversário e todos, mas todos mesmos os meus ex daddys nesses quase oito anos jamais reclamaram, aliás muitos viraram queridos em meu coração, amigos que as vezes me ligavam para pedir algum conselho.

Sabe, eu casei pelos menos cinco deles que eu me lembre.

Pois modéstia à parte, eu sou a pessoa certa se quer alguém para desabafar e tudo o que homens de negócios com muito trabalho e pouco tempo precisam é alguém que os ouça, de verdade, não apenas por educação.

Mas voltando outra vez, eu tirei férias para acompanhar minha jovem amiga no novo emprego, que seria no mundo dos daddys, mas de outra forma.

Babys do lar.

Ok, esse termo não é meu, é dos lindinhos e cute cute dos babys (Com ys mesmo porque usam assim e não porque eu não saiba conjugar o termo, que fique claro) para quem fomos trabalhar em regime meio caótico, porém divertido, ajudando eles em casa com o que precisassem. Se autodenominam baby club e eu adorei quando ouvi, afinal todos são babys de daddys poligâmicos e cada um tem sua história meio louca e divertida em como acabaram casados e juntos, todos juntos morando na mesma vila ou rua fechada.

Contrato invejávelOnde histórias criam vida. Descubra agora