Peterson

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Passei a noite inteira sonhando com a cena de meu pai internado no hospital e de Peterson assassinando cruelmente Lina, eu havia me lembrado das cartas de meu pai e do dia que eu havia perdido Lina, meu queixo estava tremendo, minhas mãos ardendo de raiva e meu coração pulsava em meu peito como uma bomba pronta para explodir, o que explodiria nesse minuto seria a minha paciência, até agora eu tive piedade, mas Peterson merece morrer, ele não merece a vida que ele tem hoje e eu não mereço tanta desgraça - Peterson vai pagar pela sua vida e irá pagar hoje - no jogo de amanhã nosso time irá perder e todos sentirão a falta de seu queridinho Peterson, Peterson não passará da próxima noite e ninguém poderá me impedir de acabar logo com essa palhaçada.
Assim que cheguei ao centro da cidade fui à loja de armas brancas comprar a faca mais bonita que eu conseguisse encontrar, meu plano já estava todo concluído e cada passo de Peterson hoje, cada batida de seu coração estavam contados. Quando cheguei à loja encontrei uma faca branca e pontuda, pedi ao vendedor que amolasse o máximo que pudesse e que ele embalasse para mim.
- O que pretende fazer com essa faca?
- Temporada de caça
Ele fingiu que acreditou e começou a amolar a faca,
realmente era ridículo ir caçar com apenas uma faca. Mas eu não me importai e também não disse mais nenhuma palavra. Quando terminou de amolar me estendeu a faca para que eu pudesse avalia-la, então a testei fazendo um corte em meu dedo indicador e ela fez um corte fundo e dolorido.
- Perfeita
- Mas é claro que está.
Ele pediu minha identidade e mais alguns dados. Assim que saí da loja fui para a universidade, Peterson tinha academia depois das aulas e iria para casa logo depois, o momento em que eu o atacaria. Meu plano era perfeito e eu planejava matá- lo dolorosamente e sem deixar nenhum rastro assim como ele fez com Lina. Espero que ele queime no fogo do inferno, aquele desgraçado havia arruinado minha vida duas vezes, não vou deixar com que isso aconteça pela terceira vez, Peterson não ira roubar Lina de mim ela é o sinônimo de toda felicidade que me restou e eu não vou deixar com que ele me roubasse essa felicidade também.
Quando cheguei à universidade vi Lina e Brad conversando nas escadas e Edd indo em direção a eles, mas corri e puxei Edd para conversar com ele.
- Finalmente eu te encontrei, escutei o seu conselho e segui o meu coração.
- Que maneiro cara, o que decidiu?
- Brad e eu vamos ficar juntos?
- Parabéns Edd fico muito feliz pela sua coragem e por vocês também
- Obrigado, mas e você e a Naara?
- Nada demais, ainda mais agora. Acho que ela nem quer falar comigo.
- Eu conheço a Naara, ela gosta de você. Tenho certeza de que logo vocês estarão bem.
- Não foi o que pareceu ontem quando ela foi embora com o Peterson
- Acho que você também gosta dela por que isso está cheirando a ciúme
- Ciúme? Não, isso é loucura. Eu não sou capaz de amar
- Joel, até a criatura mais cruel do mundo é capaz de amar. E vocês formariam um lindo casal.
- Isso é impossível, admite que você goste dela.
Antes que eu pudesse responder meu olhar se cruzou com o de Lina, sua expressão era calma e tranquila como a de sempre, mas ela não esboçou reação alguma ao me olhar, continuei olhando fixo em seus olhos, a saudade estava presente em meu olhar e eu sabia que Lina coseguia sentir isso, desviei o olhar novamente para Edd assim que vi Peterson a abraçando por trás.
- É disso que eu estou falando, você não suporta vê-los juntos, e eu juraria se não te conhecesse que você mataria Peterson agora - ele realmente me conhecia - vai em frente cara, o que você está esperando? A mulher da sua vida está na sua frente sendo atraída por outro e você não vai fazer nada?
- Eu não amo ninguém além de mim mesmo. Mas continue tentando, não desista de seus sonhos amigão.
- É você que não deveria desistir dos seus, ainda mais tão fácil assim.
O deixei falando sozinho e sorri sarcasticamente para ele fazendo um sinal de tchau com a mão. Assim que cheguei a minha sala peguei uma folha de papel de trilhei o meu plano
- Mais um para a minha parede
- O que disse Senhor King? - perguntou o monitor
- Nada demais senhor, Joel só está sendo o mesmo idiota retardado de sempre, além de burro ele é maluco também e fala sozinho. Sabia que ele passou a vida inteira internado em uma clinica psiquiatra? - disse Peterson
- Não era uma clinica psiquiatra seu insolente, era um orfanato!
- Meu Deus, além de maluco ele é órfão, que dó.
- Já chega vocês dois, ou parem com esse discurso mimizento ou já para fora! Os dois.
Sem nem pensar duas vezes me levantei e saí, Lina e Edd ficaram me olhando com cara de preocupação e Brad estava com uma expressão confusa. Assim que saí fui até o vestiário masculino, e não demorou muito até que eu tivesse companhia. A porta se fechou levemente e Peterson se aproximou de mim.
- Olá irmãozinho
- Como você sabe quem eu sou?
- Você acha que sou burro? Ninguém além de minha mãe sabe que eu vivo com o dinheiro do meu pai, ele com certeza te contou nas patéticas cartas que escrevia para você no hospital,
- Você não sabe de nada sobre mim Peterson!
- Sei o bastante, sei que você cresceu em um orfanato porque a mamãe nunca te amou, sei que você sofre distúrbios desde que eu matei a sua queridinha baba, sei que você tem um plano contra mim e eu também sei que sua amiguinha Naara será minha dentro de poucas horas.
- Não ouse encostar nela, se não... - ele me interrompe
- Se não o que irmãozinho? O que um verme como você pode fazer com um ser poderoso como eu?
Toda circulação de meu corpo se descontrolam, minhas veias pulsam de raiva e meu coração mais inda, ele estava bem a minha frente e a faca estava no meu bolso. Peterson vem em minha direção e me dá um empurrão fazendo com que eu me desequilibrasse e caísse no chão.
- O QUE VOCÊ VAI FAZER? - Ele grita
Quando me levanto vou em sua direção e atiro um soco em direção ao seu nariz, ele desvia, me pega pela cintura e me atira na parede do banheiro.
- Você é um fraco, eu vou acabar com isso agora mesmo, assim como acabei com a Lina naquela noite.
A raiva tomou novamente cada centímetro de meu corpo e então voei em seu pescoço, soquei seu rosto vários vezes e o prendi pela garganta na parede.
- É isso que você consegue fazer de melhor?
Tiro a faca do bolso e aponto em direção a sua garganta ameaçado corta-la a qualquer segundo
- Então vai, acaba logo com isso. Me mata! É mostre ao mundo que você é um monstro assim como eu e a mamãe. Mostre ao mundo que você matou o seu próprio irmão
- Você me tirou tudo que eu tinha Peterson, por sua culpa eu não conheci meu pai, por sua culpa Helena Susan me abandonou você matou a camareira do orfanato, eu a amava Peterson, ela era como uma mãe para mim. Você me tirou toda a minha felicidade e tudo que eu preciso agora e tirar o que te resta de felicidade, te desejo uma vida vazia e cruel pelo resto da vida no inferno - aperto mais a sua garganta - eu nunca, nem se quisesse me igualaria a você, como você mesmo disse temos o mesmo sobrenome, mas nunca teremos nada em comum. Sua vida é mais vazia do que a minha, disso eu posso ter certeza, desejo que você queime no inferno e que você pague pelo que fez comigo e com a Lina.
- Então me mata! Já que você é tão melhor do que eu.
Apertei mais ainda sua garganta e quando ele estava quase sem respiração o soltei e guardei a faca, ele caiu no chão e se contraiu por inteiro, sua respiração estava ofegante.
- Nunca mais entre no meu caminho Peterson, talvez na próxima a morte não fuja de você.

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