Capítulo 2

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17 de dezembro – Sábado

Esperei um pouquinho com os meninos, na sala de estar, enquanto Amy subia para tomar banho e se arrumar. Ela tinha esquecido completamente que iríamos sair com os garotos naquele dia. Eu andava de um lado para o outro, pensando para onde poderíamos ir, já que não tínhamos decidido ainda, quando meu celular tocou.

Parei, tirando-o do bolso do suéter. Selena estava me telefonando depois de uns dias sem falar comigo (ou com Amy) (e, aparentemente, aquela não era a primeira ligação do dia). Arqueei as sobrancelhas, me perguntando o que ela queria conversar comigo, afinal, ela estava no Resort com a família.

– Finalmente, você atendeu seu novo celular! – exclamou, suspirando do outro lado da linha, assim que aceitei a ligação. Pelo que consegui perceber, através de sua voz, Selena parecia estar chorando (ou ter chorado muitíssimo). Tinha uma ideia do motivo de suas lágrimas. – Que está fazendo?

– Esperando Amy para sairmos – respondi, me sentando de frente para os meninos, no sofá. Eles me observavam atentamente. – E você, o que está fazendo? Acho que a diversão não para aí, certo?

– Errado, Bridget. Para onde vocês estão indo, a propósito? – perguntou entre soluços. Passei a língua nos lábios secos. Como responderia para ela, já que não sabia para onde estávamos indo?

Drew e Jason ergueram as sobrancelhas, como se perguntassem quem estava do outro lado da linha.

– Ainda não sabemos, na verdade – tentei explicar, respirando fundo. – Aconteceu alguma coisa que precisamos saber, Selena? Acho que você está passando por maus momentos, e sozinha. Não deveria ser assim. Podemos ajudar umas às outras, nem que seja pelo telefone. Tem a ver com...?

– Vou conversar com os meus pais e avisar que vou sair – interrompeu-me sem deixar que eu dissesse nada para contrariá-la. Selena sempre sabia o que dizer, e no momento certo. – Encontro vocês no Parque Central em aproximadamente trinta minutos, pois o Resort é um pouco distante. Tudo bem assim? Posso contar com as duas?

Queria muito dizer que ela podia contar conosco, no entanto, o que diria para Drew e Jason? Tínhamos marcado de sair com eles há mais tempo; não podíamos simplesmente despachá-los assim... Selena, por outro lado, estava precisando da nossa ajuda. Necessitava de suas amigas. A dúvida do que deveria responder estava me consumindo, e Selena me perguntou mais uma vez, começando a ficar impaciente.

– Nos encontre no Parque Central, só que Amy e eu não estaremos sozinhas – respondi, assim que ela repetiu a pergunta. Não podia deixá-la esperando a vida toda, nem os garotos. Se ela quisesse se encontrar conosco, teria que aceitar a companhia deles.

– Ah, já sei! Aqueles garotos vão com vocês... Drew e Jason, certo? – retrucou, suspirando, um pouquinho decepcionada por não ser apenas nós três no Parque.

Balancei a cabeça em concordância, percebendo, um momento depois, que ela não podia ver meus movimentos.

– Hã... sim, são eles. E você sabe que eles são pessoas legais, Selena – tentei argumentar, no entanto, não havia muito a dizer. Também não queria discutir com ela pelo celular. – Estaremos lá, no Parque Central, em uns trinta minutos. Que tal a ponte do Lago Secundário? Acho que teremos mais privacidade do que no Lago Principal, afinal, as pessoas vão para assistir ao espetáculo que tem lá...

– Parque Central. Lago Secundário – repetiu, como se fosse um lembrete. – Eu sinto falta de vocês, de verdade. Pensei que jamais fosse dizer isso, todavia... aqui estou eu, dizendo. Bem, encontrarei vocês lá, então. Em trinta minutos. Tchau, Bridget.

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