Capítulo 12

16 3 18
                                    

09 de janeiro – Segunda-feira

Tinha acabado de tomar banho e trocar de roupa. Arrumava-me para me encontrar com Zeke Parker vários dias depois de ter concordado em fazer o acordo com ele. Talvez estivesse fazendo besteira ao aceitar, porém, acreditava que havia algo além de somente ameaças (como dizia Selena), e queria aproveitar isso para fazer ciúmes em Aaron, já que as aulas retornariam em uns cinco dias.

Depois de calçar os tênis, desci para ficar esperando por Zeke, já na porta de casa. Sim... agora eu morava em uma casa, porque meu pai decidiu procurar um lugar maior para morarmos, e terminou encontrando uma casa em frente à praia. Era incrível poder observar o mar todas as noites, antes de dormir. Isso me fazia lembrar da minha mãe, e de como podíamos estar perto de salvá-la (ou não).

Além de ser somente minha casa, agora era o ponto de encontro meu e de minhas amigas. Não posso me esquecer de acrescentar Jesse (ele comparecia a todos os nossos encontros para nos ajudar com tudo).

Não esperei muito por Zeke, pois o garoto havia chegado no momento exato em que havíamos combinado. Mordi o polegar enquanto ele parava o carro na frente da minha casa e buzinava. Agora não tinha mais volta. Tinha de prosseguir com o plano, com o acordo.

Respirei fundo, me aproximei do carro e entrei. Parker me olhou, como se estivesse me avaliando, e fiz o mesmo com ele (o garoto usava uma camisa cinza sob um moletom desgastado, preto, e calça jeans).

Franzi a testa. Ainda bem que, quando conversamos, ele me permitiu fazer uma mudança no seu visual. Quando conversei com ele, ao começar a estudar na Pacific, ele não se vestia assim, certo? Ou será que as palavras de Selena estavam começando a mudar minha percepção sobre ele?

Respirei fundo, pois precisaria de muito tempo para melhorar o estado do seu estilo... se é que ele realmente me permitiria modificá-lo por completo.

– Para onde quer ir primeiro, Bell? – perguntou Zeke com seus olhos azuis fixos em mim; não avaliando mais. Sorri amigavelmente, pensativa. Precisamos ir para um lugar onde eu possa transformar todo o seu estilo e vender todo o seu guarda-roupa. – Shopping ou...?

– Podemos ir ao shopping, claro – respondi, meneando a cabeça em concordância. – Precisamos ir em diversas lojas hoje. Não sei do que você gosta, nem de quanto pode gastar, então... Que me diz sobre as lojas? Quais são as lojas que podemos comprar, por exemplo?

– Acho que podemos pensar nisso quando chegarmos lá – retrucou Zeke, voltando-se para o volante.

Aquiesci, já que não sabia o que dizer.

Não fale besteira, entendeu? Não fale besteira, entendeu? Não estrague tudo. É a única chance que tem de sair com uma garota bonita e... – parei de ouvir os devaneios de Parker assim que me senti corar. Eram pessoais demais, e todos sobre mim.

Mordi o polegar.

– Que acha de eu colocar uma música?

– É uma boa ideia... Música, claro – respondi enquanto ele engatava a marcha e começava a dirigir.

Coloquei o cinto de segurança e liguei o som, aumentando o volume e tentando descobrir que música era aquela que estava tocando no carro de Zeke Parker. Queria saber qual era o seu estilo musical. Talvez isso me ajudasse a entendê-lo.

– Quem está tocando, Parker? – indaguei, virando-me na sua direção e observando-o.

– Não acredito que você não conhece, Bell! – exclamou, quase boquiaberto, realmente perplexo por eu não saber. Vi que sorriu, e isso me deixou mais à vontade. – Tudo bem. Sei por que não conhece essa banda. Eles não são tão conhecidos como deveriam, e acho melhor que continue assim... Na verdade, a banda se separou há alguns anos, e não é o verdadeiro cantor que está cantando...

PacificOnde histórias criam vida. Descubra agora