Capítulo 14

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24 de janeiro – Terça-feira

Lilly ligou para todas nós, pedindo para que fôssemos à casa de Kath o mais urgente possível. Só tive tempo de trocar de roupa às pressas e correr para pegar um táxi. Pela voz de Conner ao telefone, sabia que não tinha tempo para me arrumar devagarzinho. Precisava me apressar.

Chegando à casa dos Bell, minutinhos depois, toquei a campainha. Jesse abriu a porta, pedindo para que eu fosse ao quarto de Kath e esperasse um pouco, porque Lilly estava conversando com o senhor Bell primeiro, já que ele precisava dar uma saidinha. Fiz o que me pediu, me juntando às garotas.

Selena chegou depois de mim, como se tivesse acabado de sair de uma festa, Amy se vestia como sempre e Kath também não estava muito diferente. Todas pareciam ansiosas e inquietas. Bell mordia o polegar, Howard tamborilava os dedos na perna e Houston andava de um lado para o outro. Aquela cena me fez perceber que era algo realmente sério. Estremeci.

Jenner parou ao meu lado, respirando fundo. Mordi o lábio. Se elas continuassem a agir daquele jeito, enlouqueceriam. Assim que Amy notou minha presença, se levantou do sofá e correu ao meu encontro. Me abraçou fortemente (como se não fôssemos nos ver nunca mais).

O que está acontecendo?, quis perguntar. Quando estava prestes a indagar o motivo de tanta inquietação e preocupação, Conner entrou no quarto com um livro preto (e de capa dura) nas mãos. Não havia nada escrito na capa. Nada. Franzi as sobrancelhas.

Lilly suspirou ao parar no centro do cômodo, atraindo os olhares de todos nós. Ela nos pediu para que sentássemos em um círculo para que pudesse nos explicar o que estava acontecendo. Jesse fechou a porta que havia sido deixada aberta e se juntou a nós no chão, se sentando ao meu lado.

Meu coração acelerou quando Lilly abriu o livro e fechou-o com um sorrisinho.

– Que é isso, Lilly? – Selena foi a primeira a perguntar, arqueando as sobrancelhas e apontando para o livro, muitíssimo curiosa. – Onde conseguiu esse livro?

– Bem... eu o consegui da mesma maneira que Bridget conseguiu aquela pedra... enquanto sonhava. Lembram? – explicou Lilly, passando a mão pelo livro.

Assentimos com a cabeça, permitindo que ela continuasse.

– Foi deste modo que aconteceu: sonhei com minha mãe e mais duas mulheres, uma estava mais perto da minha mãe do que a outra, que estava um pouco mais distante. Elas estavam presas em um lugar quase sem luminosidade nenhuma. Todas pareciam se esforçar ao máximo para que eu conseguisse trazer esse livro comigo, para que nós pudéssemos lê-lo...

– Quem eram essas duas mulheres, a propósito? – interrompeu-a Jesse, sem exatamente ter essa intenção, foi a curiosidade falando mais rápido. Olhamos para ele, e de volta para ela. Assim como ele, queríamos respostas. – Você chegou a ler esse livro? E, se leu, sobre o que ele fala exatamente?

– Ele nos traz respostas, Jesse. Respostas! – exclamou Lilly com um sorriso de orelha a orelha, os olhos brilhantes, no entanto, não passou muito tempo sorrindo, porque algo lhe veio à mente. – Bem... essas mulheres são, ou eram, sereias, e muito poderosas, por sinal. Angel e Zorah.

– M-Minha m-mãe? V-Você viu minha m-mãe? – gaguejou Kath com os olhos arregalados, mordendo o polegar, agora mais interessada do que nunca. Lilly balançou a cabeça em afirmativa. – Como ela está? Se sente bem ou...? Não acredito que a viu, Lilly! Isso me dá mais esperança... Temos de encontrar esse Portal urgentemente!

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