Capítulo 4

20 4 8
                                    


19 de dezembro – Segunda-feira

Estava com meus amigos no Laboratório, sentados no chão em um círculo. Lilly nos explicava o que deveríamos fazer quando chegássemos ao nosso destino. Selena ainda conversava com Jesse. Ou simplesmente olhava para ele.

– É... Bem... – Lilly olhou para o senhor Bell, mordendo o lábio. Eles compartilhavam pensamentos. Arqueei as sobrancelhas. – Nós meio que... Hã... É, meninas, nós vamos para a...

– Lilly, fala logo! Para onde temos que ir? – surtou Amy, não literalmente, é claro, erguendo uma sobrancelha e encarando-a. Eu e Bridget rimos. Selena revirou os olhos. – Qual é o lugar que nos levará ao mundo das sereias? E como conseguiremos chegar lá?

– Bem... vocês já o conhecem... – Lilly respirou fundo, mirando-me. Mordi o polegar. Bridget e Amy se entreolharam e Selena me encarou, franzindo a testa. Respirei fundo.

– Não diga que é... – Bridget tentou argumentar, arregalando os olhos, porém, sua voz falhou. – É na Grécia...?

– Ah, não! – Amy praticamente gritou, cobrindo a boca aberta e meneando a cabeça em negativa. – Não me diga que teremos que voltar para a caverna Melissani!?

– Digo sim, porque teremos – retruquei, suspirando e fazendo Salvatore e Howard olharem para mim em sincronia. – Só precisamos saber como abrir o Portal... Como faremos isso, Lilly? – virei-me para ela, voltando a morder o polegar.

– Primeiro, vamos até a caverna. Depois, teremos de recitar a profecia – começou a explicar, olhando para todas nós, uma de cada vez. Bridget e Amy estavam com os olhos arregalados, sem acreditar. Observei Lilly cautelosamente, assim como Jesse. – Quando terminarmos de recitar a profecia, utilizaremos a pedra de magnetita, a que veio do colar, para abrir o Portal. E assim conseguiremos...

Ouvimos um ruído forte vindo da porta, que tinha sido aberta bruscamente. Uma pessoa havia irrompido: Aaron. Ele respirava com dificuldade, andando de um lado para o outro. Parecia irritado, e sua expressão demonstrava decepção. Meu coração disparou ao vê-lo daquele jeito.

Tentei ler seus pensamentos, porém, ele pensava em tanta coisa que eu não estava conseguindo encontrar o pensamento principal, o que estava causando aquela reação nele.

Quando parou de andar, minutos depois, encarou-me, furioso, as narinas dilatadas. Senti todos os olhares sobre mim. Encolhi os ombros; meu rosto deveria ter ficado ruborizado, pois sentia-o queimar. A mão de Jesse pousou sobre a minha, consolando-me. Meus olhos se encontraram com os dele por um breve momento, antes de eu voltar a olhar para Aaron Miller.

Seus olhos me fuzilavam, fazendo-me sentir um peso enorme. Engoli em seco e respirei fundo. Mais uma vez, tentei ler seus pensamentos, só que eles continuavam confusos, de modo que eu continuava sem conseguir decifrar o que ele estava pensando.

– Eu quero saber... saber... Que droga é essa? – gritou, gesticulando e voltando a andar de um lado para o outro.

Do que ele está falando? – pensei, franzindo a testa e me entreolhando com meus amigos.

– Quero que me explique, Kath, por favor! Não entendo... Você é... é... Não, por favor, diga que não... – voltou a me fitar, desejando que eu negasse tudo, o que, infelizmente, não podia. Estremeci. – VOCÊ É UMA SEREIA?

Estremeci e, provavelmente, não fui a única. Ele podia estar bravo por diversos motivos, porém, não por aquilo. Como ele descobriu? Eu não conseguia compreender. Como minutos se passaram, e Aaron não obteve nenhuma resposta, ele bufou e nos deu as costas. Saiu do Laboratório, fechando a porta atrás de si.

PacificOnde histórias criam vida. Descubra agora