Capítulo 8

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19 de dezembro – Terça-feira

Quando saímos da caverna, eu e as garotas nos encontramos com meu pai, que estava nos esperando do lado de fora. Explicamos o que havia acontecido. Não sei se ele ficou decepcionado ou aliviado pelo que aconteceu. Meu pai disse que partiríamos assim que comprasse as passagens de volta para Trinidad. Lilly e eu nos despedimos das meninas e, junto com meu pai, fomos para o hotel.

Então, ele seguiu para fazer algumas ligações, e eu subi com Lilly para o nosso quarto. Deitei-me na cama e fiquei lá, chorando, sem conseguir dormir, ou simplesmente descansar. Minha mente não parava de trabalhar. Precisava saber onde se localizava esse outro Portal. Nós tínhamos de conseguir entrar no mundo das sereias. Ou minha mãe jamais seria salva.

Infelizmente, ficar remoendo sobre aquele acontecimento de nada adiantaria, só me deixaria triste, com a cabeça latejando. Fiquei pensando na minha mãe, pesa, até que Selena me ligou e mencionou um "assunto importante", que passou a tomar conta da minha mente. Estava curiosa. Queria que fosse (tinha de ser) uma boa notícia. Talvez ela soubesse algo sobre o "novo Portal".

Embarcamos umas duas horas depois. Teria de ir à casa de Jesse assim que chegasse em Trinidad. Não conversei com meu pai e Lilly durante praticamente todo o percurso. Fiquei apenas quieta, escutando músicas. Pensava na minha mãe, no mundo dela, e no que Selena havia me contado. Estava muito curiosa para saber que "assunto importante" era esse.

Quando chegamos (algumas horas mais tarde), avisei ao meu pai que me encontraria com meus amigos. Despedi-me de Conner. Provavelmente, somente nos veríamos quando as aulas retornassem, o que não demoraria muito tempo (eu esperava, pelo menos). Entrei num táxi e disse o endereço da casa de Jenner, que Houston havia me enviado há poucos minutos. Felizmente, não demorei muito para chegar lá, e também não tive de pagar muito caro.

A casa dos Jenner era completamente diferente do que eu estava acostuma, afinal, eles eram ricos. Os pais de Jesse, provavelmente, gastaram uma fortuna naquela casa. Ou mansão. Meu pai, por outro lado, mesmo ganhando muito bem por ser um dos melhores na área em que trabalha, não gosta de ostentar tanto assim. Morávamos em um apartamento, e não em uma casa.

Respirei fundo, aproximando-me da porta, e toquei a campainha.

Esperei. Esperei até que uma mulher viera me atender, vestindo uniforme. Percebi que era uma das funcionárias. Sorri para ela, cumprimentando-a e perguntando se Jesse se encontrava. Ela aquiesceu e me guiou casa adentro, mostrando-me uma escada e indicando que o quarto dele era um dos primeiros. Dito isso, agradeci e a vi entrar em um corredor.

Subi os degraus, esperando não entrar no cômodo errado. Porém, por sorte, a porta estava aberta e pude ver meus dois amigos sentados num sofá, conversando. Pelo visto, eles tinham voltado ao normal. Ou o mais normal possível. Suspirei, aliviada, e sorri. Pelo menos algo de bom havia acontecido.

Bati na porta, atraindo a atenção deles. Jesse sorriu e Selena se levantou bruscamente, correndo para me abraçar. Abracei-a de volta, perguntando que "assunto" era aquele.

– Ah, Kath, você e Jesse precisam me ajudar! – exclamou. De repente, sua expressão ficou séria, sem saber se olhava para mim ou para ele. Assustei-me um pouco, porém, tentei não me preocupar muito. Talvez Selena só estivesse exagerando. – Sente-se, por favor, pois isso com certeza será um choque!

– Sim, claro – tive de concordar com um breve sorriso, sentando-me ao lado de Jenner, que deu de ombros como se ainda não soubesse do que ela estava falando. Eu e ele nos abraçamos. – E por que somente nós devemos ficar sabendo sobre esse "assunto importante"? – fiz aspas no ar. Onde estão Bridget e Amy?

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