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Eu não quero" ela disse olhando para o carrinho enorme, cheio de armas e coisas pesadas, até bolas de canhão estavam nele, e pelo que sabia, no bosque não tinha canhão nenhum
"Se reclamar, subirei aí em cima também" ameaçou ele, cada dia da semana que passava,mudava um pouco, primeiro tinha o visto arrumado como um Deus, com chifres imensos, depois o vira deitado, usando apenas um jeans, e então a camisa verde com calças de alfaiataria , agora vestia uma camiseta preta, e a mesma calça jeans daquela manhã, nunca usava sapatos, mais uma vez ela usava a calça jeans que ele havia lhe dado e a blusa verde, mas, nada de tênis estava descalça, já era o terceiro dia que faziam mesma coisa, ele lhe dava um bom café da manhã, um tônico para dor, e então a fazia arrastar o carro pesado, como um boi, e depois a fazia voltar e guardar tudo nos lugares certos, se arrependia amargamente de ter vendido a alma daquela forma, principalmente agora, que sabia que os irmãos podiam ser muito piores. Então ela fez, e no dia seguinte, e no seguinte, e nas duas semanas que passaram onde tudo que fazia era levar o maldito carro pesado de um lado para o outro e então adormecer na cama, uma noite acabou dormindo na banheira e lá ficou até a manhã, quando acordou se sentia muito doente, achou que morreria com a febre, ele lhe dera um tônico, não achou que faria diferença, dormiu um dia inteiro, na manhã seguinte o tônico havia ajudado, pois acordará bem, e por punição por ter dormido na banheira, agora ele se sentava na carroça, junto com todas as armas e bolas de canhão, para que ela o puxasse, enquanto ele ia de pernas cruzadas, tocando um flauta feita de bambu, canções antigas as quais só piorava o trajeto, eram lindas e davam sono, no fim se acostumara ao ver subindo na carroça com as armas para que ela os puxasse, se acostumou até mesmo com a música sonolenta. Todos os dias.

" por quanto tempo vamos fazer isso?" Ela perguntou, bebendo toda a agua que tinha levado consigo
"Até que o faça em um tempo aceitável " ele respondeu jogando uma pedra no lago, que ricocheteou até se perder de vista.
" quanto tempo levei?"
"4 horas e alguns minutos"
"Mas já melhorei muito" ela quase gritou, ficando de pé nos cascalhos que rodeavam o lago no qual mergulhava os pés sujos e cansados
" que tal 30 minutos?"
"Impossível" respondeu com raiva, jogando uma pedra tão perto dele que quase acertou em suas pernas, errou por pouco
"Sua mira é uma vergonha" balançava a cabeça indignado " seu tempo " mais uma vez fez uma expressão que beirava a humanidade, cansado. Ela não entendeu " vamos tentar algo novo amanhã " ele disse indo até ela
"Você disse que aqui tinha animais " disse em tom cansado e nervoso " só vejo dois patos e o cervo que não sai da sua cola" reclamou
" os animais ainda não confiam em voce" ele olhou para ela " talvez se chegasse mais cedo, os pegaria de surpresa, eles já sabem que chega quase no por do sol "
"Até os animais riem de mim?" perguntou balançando a cabeça para todos os lados, se jogou contra os cascalhos de pedra " o que fiz para merecer isso?" Perguntou a si mesma, já não sentia as pernas e os braços.
" tá na hora de voltar"
Ela o olhou, o viu apontar para o carrinho,levantou desanimada e o deixou lá, não disse mais nada,apenas começou seu trabalho e foi para casa, para descansar e fazer tudo de novo no outro dia.

" como estão seus pés? " ele perguntou entrando no quarto pela varanda, nunca usava a porta, já era noite e tinha negado o jantar, queria deitar e se mal dizer da vida sozinha, mas ele nunca a deixava sozinha, até mesmo dormia na varanda, ela olhou para os pés e então para ele, largou o livro que tentava ler mas não conseguia, respirou fundo e se afundou nos travesseiros
" isso é uma resposta?" Perguntou se aproximando mais da cama
"Não usa camisas de noite?" perguntou ainda de olhos fechados
" Está calor "ouviu a resposta "tem algum problema com isso? Posso vestir uma se for o que quer"
"Por que faria o que eu quero? " perguntou sentando na cama
" porque sou educado, principalmente com uma dama" o viu franzir as sobrancelhas, como se ela fosse louca
" sou humana" candence abriu os braços " já tem duas semanas que está aqui e ainda não deixou claro seu nojo por mim, por favor comece logo, detesto esperar" respondeu sem educação alguma
" se quer o meu irmão de volta posso ir embora" NIck se afastou, sentou em uma cadeira que ficava perto da cama " eu não vou demonstrar meu nojo porque não o sinto, nunca fez nada para mim"
"Que parte da minha humanidade medíocre voce nao entendeu?"
"Sinto muito que ele tenha a feito pensar dessa maneira" nick relaxou mas seu músculos continuava delineados, como uma armadura, ela queria não olhar, mas, não conseguia disfarçar, não tinha experiência com homens e sabia que ele não era um, mas parecia tão normal quando estava relaxado
" nao precisa por a camisa" disse se virando para olhar para a varanda " eu só nao estou acostumada a conviver com o sexo oposto" foi sincera " e aqui faz muito calor, passei dias de camisola"
" eu nunca quis a provocar"
"Eu sei, nao me provoca, apenas não tenho costume" deu de ombros um pouco envergonhada

Chama-me do que QuiserOnde histórias criam vida. Descubra agora