Por que me beijou" ele perguntou ao se afastar
"Por gratidão" ela levantou as sobrancelhas enquanto amarrava o roupão
"Esse é o seu máximo de romance?" Zombou
"Se quer um romance, certamente não será comigo" deixou claro, não era uma piada, ele tinha que entender
"E por que não?" As narinas estavam dilatadas, como uma fera
"Meus objetivos são outros" deu de ombros
" quer meu sangue em suas mãos? Dos meus irmãos? "
"Quero minha família de volta" disse ao se sentar na cama, tentava se manter forte
"Isso é um conto de fadas Candece" ele riu " como pensa que vai sair daqui? Que vai ter sua vida de volta? "
"Ele me prometeu " ela apertou a tatuagem no pulso
"Acredita na promessa dele? Você é um brinquedo, um objeto"
"E pra você sou o que? "
"Uma humana burra"
"Se pensam igual, então porque não faz como ele? Se afaste de mim!"
"É o que mais quero" gritou, não a pegou de surpresa quando se aproximou para pressiona - lá sob a cama, ele foi rápido, sorrateiro como sempre, mas ela também era, em um único movimento, o punhal que estava em baixo dos lençóis foi para suas mãos, pressionando contra a garganta do corpo musculoso, ele se afastou
"Vejo que nick fez mais do que flertes com você"
"Não tem idéia do que ele fez comigo "
"Ótimo, vai precisar, para as lutas de amanhã " ele riu
Ela gritou para que fosse embora, gritou fazendo um escândalo, ele se foiEla ficou sentada na cama, as portas trancadas, assim como a varanda e a janela, não queria arriscar que algum dos convidados tentasse lhe fazer uma visita, e naquela altura da noite, já sabia que não conseguiria dormir, embora tivesse bolado para todos os lados cama, preferia ficar lá fora vendo a neve cair, mas, nem se quer era opção, não conseguia ler, estava sem vontade alguma, se perguntava quando era o natal, já não tinha conta depois de tanto tempo presa na redoma do castelo brincou com o amuleto, as vezes era a única coisa com a qual conversava, contava - lhe tudo, até os devaneios mais profundos, estava feliz, talvez eufórica,alguém havia a protegido, aqueles seres não a viram nua, balançou a cabeça zangada, a forma como havia expulsado alaquias de seu quarto, aos gritos, depois do que eles tinha feito, ela não sabia o que teria acontecido se não tivesse feito aquilo, foi uma forma de se auto proteger, mas com toda certeza ele queria mata-la, tinha que agradecer a nick, era um bom amigo, um de verdade, talvez o único que tinha, mesmo assim, por mais que tentasse, não conseguia tirar a angustia do peito, a dor que sentia, a humilhação de estar nua naquele palco, doía, ser humilhada doía muito, ele não se importava, queria a exibir como um pedaço de carne, se encolheu na cama, a verdade com a qual lutava, doía, não havia tocado no jantar, não havia parado de chorar, mesmo que estivesse contente por ninguém ter a visto nua, e o corpo que antes era brasa, agora se tornava um cubo de gelo, cada segundo encolhida na cama, apoiando o queixo nos joelhos, se sentia afundando no lago, sem esperanças de lutar, talvez tivesse expulsado alaquias pelo mesmo motivo, mas doía tanto ser humilhada por vlad, ele era tão mal, que a fazia sofrer com seu jeito, se perguntou o porque a opinião dele, o que ele fazia ou deixava de fazer, a importava tanto, se perguntou até mesmo, porque ele lhe deixava tão brava, o odiava, mais do que qualquer outra coisa no mundo, e talvez fosse a raiva, mas o cheiro de orvalho e eucalipto, inundava seu quarto, naquele momento, ela quis o Abraço da mãe, mas não teria, jamais teria, sofreu calada. Observou o gelo que tomava conta da cama, temeu não ser mais ela mesma. Fechou os olhos, se viu presa em chamas, uma mão se estendia para a salvar, se não a segurasse, o fogo a consumiria, segurou a mão, já não estava em chamas, mas no palácio onde antes tivera uma visão parecida, olhava para uma multidão, cabelos negros cumpridos iam até os joelhos, lisos, em sincronia perfeita, vestido como um guerreiro, as asas maiores do que seu próprio corpo, ele se virou com um sorriso, ela paralisou ao ver os olhos castanhos, era ele, e era o homem mais lindo que ja havia visto, engoliu em seco, olhando ao redor, era uma festa? Segurava flores nas mãos, a armadura a qual ele usava, era elegante, uma coroa dourada enfeitava sua cabeça, ela parou de andar, olhando para o próprio vestido, não era uma festa, era um casamento, seu casamento, os olhos castanhos a encaravam com medo.