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Como se sente? " perguntou ao perceber que ela estava acordada, ainda a abraçava, não sabia porque, devia a soltar, mas já fazia horas que pensava se devia a soltar ou não, e ainda não havia a soltado.
"Com raiva"
"E quando não esteve com raiva? "
"Pra ser sincera, eu não sei" ele a ouviu responder com a voz rouca, havia lhe dado dois tônicos durante a noite e pedido a Deusa terra que a protegesse, estar falando, a ouvir falar, já era perfeito para ele "não foi você, não é? Que jogou a praga " ela sentia as costas contra um peito musculoso, o braço pesado ao seu redor, se afastou, virou - se de frente para ele, queria olhar em seus olhos, os olhos não podiam mentir
"Joguei pragas em campos, causei fome, mortes, não sou bom, mas não fiz isso"
Ela procurou qualquer traço de mentira ali, nos filamentos rosados que brigavam com o azul celeste, ele não mentia, então respirou aliviada
"E vlad?"
"Vai ter que perguntar para ele" nick respondeu tirando as mechas de cabelo escuro do rosto da jovem, então ela sentiu o peso voltar aos ombros, e o afastou mais ainda
"Não me abrace de novo" disse se sentando na cama " vai ser estranho "
" por que? Não gostou de ter alguém para lhe dar conforto durante uma noite difícil ?"
"Gostei " ela o olhou enquanto ficava de pé, era lindo, mas isso não importava, não era uma criança que se apaixonava facilmente, não significava nada " mas nunca irá acontecer nada" ela terminou dizendo
" por que tem tanta certeza?"
"Não tenho" foi sincera "mas prefiro morrer do que trair quem amo"
"E quem você ama?" Ele ficou de pé, andou ate ela "diga!" Gritou "quem você ama?"
Ela viu as pupilas dilatadas, a raiva no rosto que antes era suave
"Eu mesma" respondeu e quase caiu no chão quando ouviu sair batendo a porta.

Ela procurou livros sobre os Deuses, as pragas as quais lançavam na humanidade, coisas horríveis, achou um livro enorme no qual achou inúmeras, tinham nomes diferentes, mas sabia de quais doenças elas se tratavam, de quais pragas jogavam sobre o solo, da fome, da escassez de agua, da tortura aos abutres, eram ruins até mesmo para eles, cada maldição que jogavam, tirava algo de um Deus, eles também pagavam pelas pragas, não havia nada sobre curas no livro, leu a tarde toda, não comeu, quando encontrou, já era madrugada, no final, em uma página dobrada, ali estava

"Pelo fruto que lhe foi dado
Será tomado
Pela dor a qual causa
Será arruinado
A carne comerá a carne
E alma será prisioneira do corpo apodrecido
O tempo tomará um pouco de cada vez
Assim como a vida, a morte é eterna e a ela pertence o tempo, e somente o tempo pode tomar.
A morte deixará um rastro, e o temor alimentará sua alma, lhe tornando forte novamente"

Não havia um título, mas um símbolo, três aspirais unidos, uma tríplice; o mesmo que estampava o castelo, era a doença, ela sabia, os órgãos iram falhar, aprisionando a alma no corpo lentamente, não tinha mais nada na página, três páginas faltavam antes dessa, haviam sido arrancadas, gritou com raiva, nada, ali não tinha as respostas que buscava, se odiou, odiava tudo. Continuou a procurar, ler todas as noites, magia, pragas, bruxaria, e tudo que achasse sobre os paladinos que matavam Deuses, precisava se defender de alguma forma, tentou usar as palavras do livro de magia, passou uma manhã inteira olhando para uma maçã, apenas precisava falar "aliviatti" e ela flutuará, mas não acontecia, não custava tentar, já que mostro÷ e Deuses eram reais. Via nick nos treinamentos, ele lhe ensinava sobre as armas, nunca falava sobre as marcas queimadas no gramado, nem na carroça arruinada, era como se nunca tivesse acontecido, como se não fosse uma bomba prestes a explodir, não falavam sobre nada, ele a chamou para jogar xadrez, e depois de uma noite toda ela ganhou uma partida, por fim comeu seu pudim de chocolate, era isso que estava indo fazer, quando bateu na porta do quarto, queria o chamar para uma partida, era madrugada, mas sabia que ele não estava dormindo, ela abriu a porta, ele não estava, devia sair, mas tudo no quarto era tao elegante, caminhou até a estante de livros branca, moderna, uma coleção particular de contos, procurou um título que pudesse a ajudar, mas todos pareciam ser sobre aventuras, já estava saindo quando uma capa verde, escondida entre outros livros, lhe chamou atenção, na capa dizia ser um livro marítimo, candence o folheou mesmo assim,ela precisou apenas ler alguns trechos para saber que ali não havia nada sobre navegações, era o livro dele, do Deus Cernunnos, e ele o escondia, ela já havia procurado em todos os lugares mas não achava, e agora estava em suas mãos, correu para os próprios aposentos o mais rápido que pode e escondeu o livro no armário.

Chama-me do que QuiserOnde histórias criam vida. Descubra agora