Capítulo XXVII

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Willian


     A entrada da boate não é tão ruim como eu imaginei. Parker me ligou mais umas duas vezes, me informou que ela desceu na parte de trás do clube, e ao que parece, o taxista - funcionário dele - ficou observando o movimento do lugar.

     Não vejo o táxi em lugar nenhum. E percebo que tem dois caras na portaria, faço questão de estacionar bem perto, quero que eles vejam que estou de Bentley, dinheiro sempre abre portas.

     Me arrependo de não ter colocado um terno, meu pai me mandou uma mensagem dizendo que já está dentro, mas que ainda não a viu. Espero que ele facilite a minha entrada. Na portaria, eles perguntam meu nome, e a que venho. A que venho? Venho acabar com vocês se necessário e buscar a minha namorada. Mas é claro que não falei isso pra eles.

     Passei que tinha uma reunião, informei meu sobrenome e pronto. Até me informaram que um outro Laurentis já tinha chegado.

     Quando entro me impressiono um pouco com tudo, o lugar é bonito, muito bem decorado, o vermelho e o dourado chamam bastante atenção, tem uma pista de dança do lado direito, e no centro tem o palco, o restante é repleto de mesas espalhadas, algumas com bancos outras só com poltronas. Existem três bares espalhados pela casa, um em em cada estremo, o principal deles é em frente ao palco e no fundo da casa, tem vários bancos em volta do balcão e as mesas perto dele parecem confortáveis.

     De onde eu estou consigo ver que tem um segundo andar, mas não dá pra enxergar muitos detalhes. Tento observar cada canto, quero saber onde estão as portas, tento conhecer as minhas opções, caso precise.

     Os únicos funcionários homens são os seguranças que ficam espalhados pelo lugar, o restante são todas meninas, algumas com poucas peças de roupas, outras com nenhuma.

     Uma das garotas se aproxima e me mostra a mesa onde sou aguardado, questiono sobre as garotas nuas e ela me informa que é só antes de abrir para o público, e que normalmente o clientes tiram ou pedem para se livrarem das peças que usam. Questiono sobre o segundo andar e se tem outras saídas, passo por um cliente curioso. Sorrio para todas as garotas que passam por mim, finjo me interessar por pelo menos duas delas.

     Pergunta se quero ser atendido por alguém em especial, informo sem deixar transparecer muito algumas das  características de Nina. Ela sorri e diz que vai tentar providenciar uma garota adequada.

     Quando chego perto da mesa, procuro meu pai, mas não o encontro, tem dois desconhecido sentados, eles acenam e sorriem pra mim, um deles se levanta e me cumprimenta, o outro dá um leve balançar de cabeça. Eu peço uma água pra não ficar sem nada na mão, a garota se afasta sorrindo.

     — Não se preocupe. Seu pai está bem, usei o sobrenome dele para entrar, com a permissão dele, é claro. Preferimos deixar ele com a equipe do lado de fora. Temos ordens de retirar a garota sem atrapalhar as investigações. — Eles não me dão tempo para falar. — Nós vamos ficar aqui conversando enquanto meu colega aqui, entra e verifica o local. Temos um agente infiltrado que vai facilitar tudo. Antes que fale algo, não tem a opção que você procura por ela. Não queremos estragar uma investigação de quase três anos, temos vidas em jogo. E você não é profissional. — Não tinha o que falar. Não quero e não posso arriscar a vida dela, tenho certeza que um erro, por menor que fosse, poderia coloco-lá em risco. Só posso prestar atenção em tudo e estar aqui pra ela.

     — Só preciso estar com ela. Gaste o que precisar. Espero que não chegue a esse nível, mas se for preciso eu a compro. Quero deixar claro que ela é muito importante...

     —Não se preocupe senhor Laurentis, já entendemos isso.

     — Antes de ir. Preciso informá-los de algo importante. — Eles me olham com curiosidade.

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