Em Outra Língua

Capitulo XXXII

Nina

23 de fevereiro

     Acabamos de chegar no apartamento do Willian, vou passar essa noite com ele porque amanhã ele tem uma viagem importante logo cedo, estou no banheiro tirando o que sobrou da maquiagem e me preparando para dormir, acho que hoje vou burlar o banho, estou muito cansada.

     A festa de aniversário do Willian terminou não tem duas horas, e apesar de ter sido adiantada dois dias, a pedido dele, saiu tudo de acordo com o planejado. Helena quase enlouqueceu a pobre da Alejandra com toda essa coisa de mudança de data, prazos e etc... Mas graças a Deus e a competência dos envolvidos, saiu tudo maravilhosamente perfeito.

     Todos os convidados comparecerem, diferente do que eu acreditei, já que foi em plena quinta-feira. Mas é justamente como Lanna disse, ninguém deixa de ir em uma festa organizada por um Laurentis.

     A festa teve mais de trezentos convidados, a maioria deles tem negócios com a família ou gostariam de ter. O problema desse tipo de festa é que apesar de toda elegância, requinte e riqueza espalhados por todos os lados eu senti falta de amizade, de carinho, de aconchego, de alegria. Faltou despretensão; a maioria das pessoas ali estavam interessadas em conseguir bons contatos, dinheiro, parcerias.

     E esse era o problema pra mim, um aniversario é uma celebração a vida. E era para estarmos celebrando, festejando e agradecendo a vida dele. E aquela festa não era nem de longe pra isso. É verdade que Willian não tem muitos amigos, ou quase nenhum, mas tenho certeza que uma festa mais intimista teria sido muito mais agradável e prazeirosa.

     Apesar de toda a arrogância que flutuava por aquele lugar, em momento nenhum me senti excluída ou inferior, todos os Laurentis, sem exceção, foram atenciosos e carinhosos comigo.

     Os pais e os avós Laurentis, fizeram questão de me apresentar a todos como namorada do Willian, e ele não pareceu incomodado com isso, eu senti um pouco de ansiedade, confesso.

     Sebastian estava acompanhado de uma moça elegante, ela me tratou cordialmente, foi simpática a todo instante, mas alguma coisa nela me deixou intrigada, na verdade neles dois. Já o Pierre está com todas e com nenhuma, esse é o lema de vida dele.

     Willian não me deixou sozinha por muito tempo, fez questão de não convidar a inconha da Jhessica, e a mãe dele achou um jeito de convidar a família dela sem ter que aturá-la. E eles compareceram. Sei que sim, porque minha sogra fez questão de me apresentar a eles, não sei se fiquei feliz ou incomodada com isso. Mas entendi o que ela queria com aquilo. Queria deixar claro que Willian estava comprometido.

     Apesar de eu acreditar que não tenha saído como ela imaginou, o carinho dela me faz bem. O Sr. Zinnout, pai da inconha, é um homem de feições pesadas e taciturnas, não pareceu dar muito atenção, já a mãe é ruiva como a filha e me pareceu um pouco "too much". Me encarou com um olhar superior, olhou de baixo para cima e soltou um "Oh! Eu não sabia que ela era negra", foque no "ela", falou como se eu não estivesse ali, ou não tivesse importância. E pra completar ainda me chamou de "aventura da vez", não sou mal-educada, mas tenho meu limite, estava pronta pra sair dali quando Willian chegou do meu lado e apertou meu braço com delicadeza, o toque da mão dele no meu braço me fez esquecer do porque estava nervosa, ainda me assusta a intensidade a qual meu corpo responde o dele.

     Quando o olhei me deparei com um olhar felino, ele fica muito sexy quando esta me defendendo. Ele falou diretamente com ela, mas não tirou os olhos de mim, "Marina não é uma aventura Sra. Zinnout, é a mulher da minha vida, sou muito grato por tê-la comigo." Literalmente ele sabe como mexer comigo, não sei quanto da conversa ele ouviu, mas não pareceu disposto a ficar ali por muito tempo, virou por um minuto e cumprimentou o Sr. Zinnout pediu desculpas a mãe por roubar sua acompanhante e me tirou de lá.