Capítulo 6

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A primeira coisa que percebi foi que estava com muito calor. A segunda foi minha cabeça doendo, não conseguia nem abrir os olhos, então continuei deitada sentindo pena de mim mesma e tentando lembrar da noite anterior, porque, com toda certeza eu ainda estava bêbada. Senti alguém se mexendo embaixo de mim e congelei, abri os olhos. Dei de cara com os olhos verdes de Alec.

- Desculpa, não queria te acordar. - Sussurrou - Mas meu braço está dormente.

Merda!

Aparentemente, eu dormi em cima dele.

- Meu Deus - Gemi, mais pela situação e um pouco pela dor de cabeça.

- Laura, volta a dormir.

Eu estava imprensada entre o sofá e o corpo dele, as pernas enroscadas, mas eu estava vestida. Mais ou menos. Estava sem blusa, porque eu estava sem blusa? Mas continuava com minha calça jeans. Alec me abraçou mais apertado e eu olhei pra ele.

- Não aconteceu nada. – Ele disse.

- Eu sei. Mas me deixa sair de cima de você.

- Não, dorme Laura. Não são nem seis horas. - Eu não queria levantar.

- Mas seu braço tá dormente. Acho melhor ir pro meu quarto. - Falei sem muita convicção e não me mexi. Ele se desenrolou de mim e levantou do sofá. - Ele olhou para meu corpo, metade desnudo e soltou um suspiro. - Você pode pegar minha blusa? - Tentei me cobrir com os braços.

- Não - E sem nenhum aviso, Alec me pegou no colo. Agarrei seu pescoço instintivamente.

- Alec! O que você está fazendo?

- Vamos pra cama, dormir melhor. Eu tentei me mexer o mínimo possível pra não te acordar, com medo de você sair correndo. Mas você acordou e ainda está aqui, então vou curtir minha sorte e dormir mais tempo com você.

- Meu Deus, isso não está certo. - Escondi meu rosto em seu pescoço, respirando seu cheiro. Ele estava tão quente.

- Relaxa, por favor. - Ele me colocou suavemente na cama desenroscando meus braços de seu pescoço e me cobriu com o edredom, tirou a camisa e deitou do meu lado. Acompanhei seus movimentos com os olhos, eu estava congelada no meu lugar. O que eu estava fazendo? Isso era um desastre.

- Alec - Olhei pra ele - Essa situação é normal pra você?

- Claro que não. Eu nunca dormi com alguém do qual eu não fiz sexo.

- Você entendeu. - Falei ironicamente.

- Sim, mas eu não sei explicar. Só quero dormir com você. Vem aqui. - Ele me puxou pela cintura, deixando minhas costas coladas em seu peito. Alec suspirou, afastou meu cabelo e beijou minha nuca. Meu corpo esquentou querendo muito mais. Mas ele apenas relaxou contra mim e eu fiquei ali sem reação e palavras.

Depois de alguns minutos senti a respiração dele normalizar e os braços em volta de mim, relaxar. Apesar da minha consciência atormentada, não consegui sair da cama. Iria pensar nas consequências dessa noite depois.

Depois de quase uma semana fugindo de Alec, eu ainda não estava preparada pra enfrenta-lo. Assim como não estava conseguindo falar com David, minha traição estampada em minhas palavras e muito provavelmente na minha cara. Por isso rejeitei qualquer chamada de voz ou vídeo, alegando cansaço. Respondia suas mensagens, mas essa era a única interação que estava tendo com meu namorado. A culpa me corroendo por dentro e me destruindo a alma aos poucos. Alec não deve ter ficado surpreso quando acordou e não me viu ao seu lado na cama, pois não me procurou depois da minha fuga iminente na manhã de sábado, eu simplesmente não conseguiria ter essa conversa com ele, ainda mais descabelada e com a cara amassada, então fugi.

Por Trás do Seu SorrisoOnde histórias criam vida. Descubra agora