Chegamos em Vancouver no domingo à noite e fomos direto para o quarto de Alec, o vôo de volta não foi muito bom, cheio de turbulência e meus nervos ficaram em frangalhos. Alec tentou me acalmar, e então a comissária me deu um remédio e eu dormi. Fui acordada poucos minutos antes do pouso, mas o remédio era bastante forte e assim que chegamos ao hotel, caí na cama e dormi imediatamente.
Nosso último dia em Paris, foi tranquilo. Passamos assistindo filmes, jogados no sofá do hotel e saímos a noite para uma última volta pela cidade, sentamos em um bistrô numa ruazinha próximo ao centro, tomamos vinho. Muito vinho.
Senti beijos nas minhas costas e me encolhi. Se Alec queria fazer sexo, ele teria uma decepção. Estava com o corpo todo dolorido.
- Ei dorminhoca. - Ele sussurrou no meu ouvido.
- Alec, eu quero dormir. - Gemi.
- Eu sei, mas você precisa comer alguma coisa.
- O que eu preciso é dormir. Me deixa em paz. - ouvi ele sorrindo e senti o lençol sendo tirado de cima de mim.
- Laura, acorda. - Repetiu e senti a mão dele na minha cintura.
- Sai pra lá seu tarado. - Enfiei a cabeça embaixo do travesseiro. Ele sorriu e descobriu o meu rosto.
- Daqui uma hora eu vou voltar e você vai levantar. Já está dormindo há muito tempo.
- Tá. Agora sai.
- Laura, eu estou falando sério. Se você não levantar daqui uma hora, eu vou chamar um médico.
- Não precisa, Alec. Só preciso dormir mais um pouco.
- Ok. Daqui a pouco eu volto. - Ele me deu um beijo no rosto e ouvi os passos dele saindo do quarto.
Cedo demais fui acordada novamente.
- Laura. - Sua voz estava estranha. Meu ombro foi cutucado.
- Hunm - tentei abrir os olhos, mas a claridade não deixou. Apertei os olhos.
- Alec, apaga a luz. - A minha voz estava estranha também e se a dor na garganta era um indicativo, parecia que eu estava doente.
- Brad, eu quero um médico aqui. Agora.
- Ele já tá chegando, Alec. Calma.
- Ela tá dormindo há horas. Eu deveria ter levado ela pra um hospital.
- Espera o médico chegar e ele vai dizer se é necessário.
Eu queria falar que estava bem, Alec parecia estar muito aflito, mas a minha garganta estava queimando.
Abri os olhos e em segundos ele estava pairando sobre mim.
- Tudo bem?
- Minha garganta tá doendo. - Falei o mais baixo pra evitar a dor.
- Tá com febre. - Alec encostou uma mão na minha testa. Tentei levantar, mas meu corpo protestou. - Fica deitada.
- Eu tenho anti-inflamatório no meu quarto.
- Já chamei um médico.
Eu queria discutir, mas não tinha forças. Voltava da inconsciência uma e outra vez, ouvia apenas metades das conversas. Acordei com um grunhido.
- Alec, me entenda porra. - Brad meio sussurrou, meio gritou.
- Não vou sair daqui.
- Você é teimoso pra caralho.
- Não vou sair desse quarto. - Alec era taxativo.
- Irmão, me escuta. Só Deus sabe qual foi o milagre de você ter passeado pela Europa com ela e ninguém tenha fotografado vocês juntos. Por um outro milagre qualquer, estamos nesse hotel há semanas e essa notícia ainda não vazou. Não podemos cometer um deslize agora, não conhecemos esse médico.
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Por Trás do Seu Sorriso
Literatura FemininaLaura Lessa consegue sua grande chance para atuar no cinema, mas assim que conhece melhor seu protagonista, vai perceber que a experiencia será interessante e muito, muito complicada. Uma promissora atriz. Um ator solitário, cansado da fama. A atraç...