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A Foto

OS DEDOS DE Lyon passeavam pelas teclas do piano como se fossem feitos só para isso. Era como se cada parte do corpo do albino fosse criada para música. Como se sua própria existência viesse dela. De olhos fechados, o garoto sentia a melodia de seu corpo ser transmitida por sua voz e pelo som do órgão que tocava. Cada palavra que saía de sua boca lhe dava um choquezinho que inacreditavelmente lhe transmitia vida. Mesmo que não estivessem abertos, as lágrimas insistiam em se formar em seus olhos.

 Ele sentia a sua mãe ali. Tocando-lhe a garganta, seus dedos e passando as suas mãos delicadas nos fios de seus cabelos. Por mais que sua especialidade fosse violino, quando criança, sua genitora sempre tocava para ele uma música no piano. Tinha uma melodia simples, ela mesma havia criado para que o mais novo dormisse rapidamente, porém aquilo só despertava a criatividade do garotinho que apenas queria aprender a passear seus dedos pelo piano como se nascessem pra isso. 

Passaram-se apenas alguns minutos – por mais que pro ex-F4 parecessem séculos – quando a música chegou ao fim.

Abriu os olhos lentamente e parece que um choque de realidade lhe atingiu. Finalmente ouviu milhares de aplausos, o teatro gigantesco estava totalmente lotado. Pessoas de todas as partes do mundo estavam ali só pra ouvir sua música. Sorriu timidamente e sentiu seu coração aliviado. 

O seu concerto durou mais algumas horas. Quando finalmente deixou o palco e foi para seu camarim, sentiu as batidas do seu coração pararem ao ver uma pessoa em especial esperando alguém na frente de um dos camarins.

Paralisado, sentiu o peso do olhar da garota sobre si e viu que ela sorria e caminhava em sua direção.

– Lyon. – a sua voz o despertou de seu transe.

– M-Meredy. – foi tudo o que conseguiu falar.

– Faz tanto tempo que não nos vemos. Podemos tomar um café amanhã de manhã? Eu sinto que precisamos bastante conversar. – dizia animada como sempre.

Vastia sorriu minimamente e concordou, vendo a garota lhe dar um sorriso e despedir-se rapidamente, dizendo ter trabalho pra fazer.
Na manhã seguinte, o albino, pontual como sempre, já se encontrava no local combinado pelos dois. Meredy chegou poucos minutos depois, carregando algumas sacolas.

– Lyon! Desculpe-me a demora. Estava comprando alguns materiais para gravar alguns vídeos essa semana.

– Não foi nada, acabei de chegar. – ele sorriu. 

– E então? Já escolheu o seu pedido?

– Não. Queria esperar você, mas acho que vou querer um café Americano.

– Boa escolha, mas vou querer um Machiatto. – chamou o garçom e fez os pedidos. – Enfim, há quanto tempo, Lyon? 

– Sim. Me desculpe por ficar tanto tempo longe. – dizia envergonhado.

– Pois eu ouvi bastante de você, sr. F4. – riu. – Você é bastante próximo de Juvia Lockser, não é?

– Sim, e ela é bastante fã sua, na verdade. – lembrou-se. – Não é difícil de imaginar por quê. Você continua incrível como sempre. 

– E você? Seu concerto foi incrível. Sua mãe se orgulharia de você. – colocou a mão sobre a mão de Lyon.

– Obrigado. E o que faz aqui? Digo, como soube do meu concerto?

– Se eu disser que foi destino, você acredita? – Vastia fez que não com a cabeça. – Mas não vou contar quem me contou que você estaria aqui.

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