Capítulo 18

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Finalmente 5/5!! Aproveitem! Até segunda feira pessoal beijos!
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— E um brinde muito especial — disse Maite erguendo sua taça — ao nosso amigo e herói, o oficial Alfonso Herrera do Departamento de Polícia de Birmingham.
Os convidados aplaudiram entusiasticamente. O coração de Anahi disparou quando Alfonso agradeceu ao casal.
Manuel não aparecera, portanto parte de sua preocupação sumira. Mesmo assim, evitava o tempo todo ficar sozinha com Alfonso. Ele parecia não se incomodar muito com isso, e estava quase sempre rodeado de admiradores
que haviam sido testemunhas do incidente do casamento. E as mulheres.
Anahi franziu a testa. As mulheres eram tão... ousadas em sua linguagem!
Não que ela se importasse. Afinal, tivera suas chances. Alfonso não fizera segredo do fato de que não se importaria de ter um relacionamento físico com ela. E Anahi também o desejava, não podia negar. Mas primeiro Manuel, em seguida, aquele policial, quem teria ela como amante na próxima semana?
Aceitar jogos sexuais só serviria para alimentar um apetite perigoso. Era sempre mais fácil atravessar uma fronteira proibida na segunda experiência, e essa atividade ficava cada vez mais indecente no sentido de trazer a mesma
emoção. Onde acabaria? Não num casamento, por certo.
Anahi bebeu o resto do champanhe e procurou um telefone, pensando em ligar para Manuel a fim de ver se poderiam se encontrar em algum lugar, uma vez que teria seu telefone de volta apenas no dia seguinte. Ela suspirou.
Embora Manuel parecera apreciar seus telefonemas de sexo, ela concluíra que agora ele a evitava. Queria acabar com aquele relacionamento o mais depressa possível. E em definitivo.
— Anahi.
Ao som da voz de Alfonso ela fechou os olhos brevemente e apressou o passo. Quando viu a palavra Escritório numa porta, decidiu entrar. Uma enorme mão segurou a dela no trinco, deixando-a muito nervosa.
— Anahi — ele murmurou. — Preciso falar com você. Anahi desejou não ter bebido aquela taça de champanhe com o estômago vazio. Olhou a mão de Alfonso na sua, e ficou momentaneamente hipnotizada.
— Não é necessário, Alfonso.
— Acredite-me, madame, é necessário.
Anahi virou-se e fitou bem devagar o homem que brincava com suas emoções e sua libido. E tão logo encontrou o olhar dele reconheceu que estava em perigo. Alfonso apertou-lhe a mão com mais força.
Eu o desejo, ela concluiu.
Cada fibra de seu corpo clamava por ele. Seus lábios abriam-se para o beijo. No instante seguinte a boca de Alfonso colava-se à sua, movendo-se com fome. Segurou-a pelos braços com ambas as mãos, como se temesse que ela fugisse. Houve uma verdadeira dança de línguas, provocando calor nas coxas de Anahi. Ela gemia e esfregava o corpo contra o de Alfonso.
Mas, através da névoa densa do desejo, o som de vozes que se aproximavam chegou aos ouvidos de Anahi. Ela retesou o corpo e recuou, reconhecendo ao menos uma das vozes como sendo a de uma faladeira dama de honra. Uma vez vistos juntos, todos saberiam, Anahi deduziu, que ela e Alfonso mantinham um relacionamento amoroso.
O desespero devia ter se estampado no rosto de Anahi porque Alfonso disse "aqui" e empurrou-a para dentro de uma porta aberta, um pouco atrás. O interior da sala estava escuro. A turma barulhenta passou bem devagar, parecendo se tratar de apenas mulheres, todas brincando e rindo. Algumas tropeçaram, pois não estavam lá muito sóbrias.
— Você deu uma olhada naquele maravilhoso oficial? — uma das mulheres perguntou. — Céus, que lindo!
— Eu não me importaria de ser algemada junto com ele — outra retrucou, provocando as gargalhadas do grupo.
O corpo todo de Anahi tremia, os sentidos aguçados pelo beijo de Alfonso e pela proximidade dele no escuro. Anahi podia ouvir-lhe a respiração, junto com os comentários da turma. Finalmente as vozes e o som dos passos sumiram.
Aliviada pelo fato de o desastre ter sido evitado, agarrou o trinco da porta e girou-o.
Só que... o trinco não se moveu.
Em pânico, ela lutava com o trinco.
— Não abre — murmurou.
Alfonso emitiu um som de descrença.
— Deixe-me experimentar — disse.
Anahi puxou sua própria mão quando Alfonso tocou-a. Ele tentou três vezes, em cada tentativa mais insistente do que na última. Depois resmungou:
— O trinco soltou. Caiu nas minhas mãos.
— Oh, Deus! — Não desejosa de aceitar a possibilidade de ter caído numa armadilha, ela inspecionou a sala toda. Uma luz filtrava no interior por uma janela alta na parede traseira da pequena e estreita saleta, silhuetando formas estranhas que não davam a idéia de que se tratava de um escritório. Ela passou a mão pela parede e tocou num interruptor de eletricidade. Pressionou-o, não uma, mas várias vezes. Nada.
— A luz não acende — declarou.
— Em primeiro lugar, porque veio você a esta sala? — Alfonso perguntou, num tom de voz ligeiramente acusatório e mordaz.
— Eu estava procurando um telefone — Anahi respondeu, irritada. — E achei que a etiqueta da porta dizia Escritório. — Ela não acrescentou que, ao ouvir os passos dele logo atrás, simplesmente quis fugir. Entraria em qualquer porta, e ponto final.
— Parece-me mais um depósito para móveis — Alfonso sugeriu, tendo se afastado um pouco dela a fim de percorrer o local.
Assim que os olhos de Anahi se ajustaram melhor à escuridão, ela pôde ver sofás velhos, mesas, e cadeiras enfileirados ao longo das paredes, umas peças sobre as outras, respeitando apenas a segurança. O ar era quente e abafado, prova evidente de que estavam num depósito de móveis velhos.
— Deve haver um meio de podermos sair daqui — ela disse e deu um passo. Tropeçou em qualquer coisa.
Alfonso amparou-a e, no ato, suas mãos tocaram partes íntimas. Um desejo violento explodiu através de todo o corpo de Anahi. No espaço de cinco segundos a atmosfera passou a ser libidinosa.

Anahi mal podia vê-lo, mal podia distinguir o vulto de Alfonso, porém a eletricidade entre os dois brilhava. Ela não conseguia explicar o fenômeno que se materializara entre ambos em tão poucos dias, contudo não tinha forças para resisti-lo. As mãos de Alfonso procuravam seu queixo, os dedos roçaram-lhe a nuca, e ela considerou-se perdida.
— Vamos tentar encontrar uma saída mais tarde — sugeriu Alfonso, e beijou-a por todo o corpo.
Como um soldado cansado, Anahi quase abençoou o momento da derrota. Seus membros estavam flácidos de alívio, a mente resignada à inevitável conseqüência da paixão que os consumia. Ela entregou-se totalmente ao beijo. Se ia renunciar seu orgulho a Alfonso Herrera, que o fosse então da maneira a mais completa e absoluta possível.

Muito quente para dormir AyA - ADP (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora