Capítulo 19

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Oi pessoal! Bora pra mais um capítulo!
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Os olhos de Anahi ajustaram-se rapidamente à pouca luz, ajudados pela alvura da camisa de Alfonso. Os beijos ficavam cada vez mais ardentes e mais promissores, as línguas dançavam, os dentes se tocavam. E o calor. A temperatura abafada e a energia sexual concorriam para umedecer o corpo todo dela. Os sentidos ficavam mais aguçados, expelindo chamas de desejo e prazer que a deixavam ofegante. Quando Anahi não pôde mais agüentar a investida violenta de Alfonso, desabotoou a camisa dele. O simples ato desencadeou uma torrente de gemidos roucos e apressou os movimentos até a camisa de Alfonso e a blusa dela ficarem completamente abertas a dedos ávidos.
O tórax de Alfonso era uma parede firme, coberta por um triângulo de pêlos escuros. Anahi acariciou-o, desejando ver todo aquele corpo nu, em plena luz. O coração de Alfonso batia acelerado, como se a ereção insistente contra seu ventre não fosse uma prova clara de que ele estava bem vivo.
Alfonso afagou-lhe os seios, massageando os mamilos.
— Com mais força — ela pediu, arqueando as costas. Como resposta, ele desabotoou-lhe o sutiã, tomou ambos os seios nas mãos e massageou os mamilos até Anahi gritar. Sem a prevenir, baixou a cabeça e beijou-lhe os seios. Então, o que sobrava de controle, sumiu.
— Ai! — ela gemeu, segurando a cabeça de Alfonso contra seu corpo.
Alfonso passou a língua no sensível mamilo provocando em Anahi ondas de prazer que ela só imaginara como seriam através dos telefonemas, e que agora experimentava como realmente eram.
O toque, ela concluiu, a excitava de maneira diferente. Firme mas gentil.
Poderoso mas controlado. Ele a agradava como se se tratasse de um tesouro especial que se quebraria se mal usado. E a voz de Alfonso, ou melhor, os sons que produzia, provocavam um choque em suas coxas. Anahi observou com entusiasmo o momento em que ele transferiu a atenção para o outro mamilo, tratando-o igualmente. Ela acariciava a parte do corpo de Alfonso que podia alcançar, o que o fez erguer a cabeça para fitá-la bem nos olhos. Em seguida conduziu-lhe a mão até a cintura dele.
Anahi entendeu. Alfonso a desejava, mas queria que a decisão partisse dela. Anahi escorregou os dedos por baixo do cinto para sentir a carne nua, quente. Quando ele gemeu, sentiu em si um poder feminino que a deixou mais confiante e mais ousada. Abriu-lhe então a braguilha e beijou-lhe o membro intumescido.
Com um longo e gutural gemido Alfonso levantou-lhe a saia e deu um puxão na calcinha. Anahi sentiu os joelhos fraquejarem e achou que não agüentaria tamanha excitação. Porém seus instintos por tanto tempo inibidos e agora livres, a fizeram aproximar-se mais, desejando-o dentro de si.
— Anahi! — Alfonso gemeu. — Quero você agora. Agora mesmo. Por favor.
— Sim — Anahi respondeu, surpresa por ele não saber o quanto também o desejava.
Alfonso carregou-a e colocou-a no encosto de um sofá jogado no chão.
De repente, ela lembrou-se de que não lhe perguntara se estava protegido. Mas no mesmo instante Alfonso disse:
— Eu trouxe proteção. — Imediatamente tirou do bolso um pequeno envelope.
Anahi estava mais ansiosa que nunca pela união que em breve teria lugar. Preparado agora, Alfonso abraçou-a. Fez várias tentativas antes. Uma vez, duas vezes, três vezes, e finalmente penetrou-a bem devagar.
Uma onda de adrenalina subiu pelo corpo de Anahi como o mercúrio de um termômetro colocado em água quente. Centímetro por centímetro ela sentia-se tomada por uma sensação intoxicante que tornava seus membros bambos e a mente lânguida.
O orgasmo veio inesperadamente, com a força de um súbito temporal. Ela agarrou-se às costas de Alfonso, gritando mais e mais à medida que o êxtase atingia seu ponto máximo. Alfonso sussurrava o nome dela ao ouvido e segurava-a com firmeza, como se Anahi fosse a fonte de sua energia. Ela caiu para o lado sem forças, e pela primeira vez entendeu a expressão francesa para "orgasmo", pequena morte. Por um vibrante momento, desejou ficar presa ao abraço daquele homem para sempre, do homem que lhe provara que a realidade poderia superar as decadentes fantasias.
Mas, à medida que voltavam ao normal, o mundo exterior usurpava-lhes ó espaço. Vozes se faziam ouvir, como também o som da música.
— Você está bem? — Alfonso lhe perguntou, ajudando-a a levantar-se.
Anahi arrumou as roupas enquanto procurava organizar suas emoções.
Não sabia como devia se sentir. Grata? Satisfeita? Estranha? De qualquer maneira, atingira a idade madura dos trinta anos sem conhecer o sabor sexual que a maioria das mulheres experimenta tão facilmente.
Ela não conseguia achar a calcinha e o sutiã, no meio daquela confusão.
Alfonso parecia sem pressa nenhuma de se vestir.
Não que eles pudessem sair, uma vez que a porta estava sem trinco.
Teriam de bater até que alguém aparecesse. E como explicariam a razão de terem ido parar naquele lugar? Anahi ajoelhou-se no chão na tentativa de encontrar as peças perdidas de seu vestuário. O remorso atingiu-a com toda força. O que pensaria Alfonso do caráter dela? O que pensaria ela de uma mulher que fosse fazer sexo num depósito de móveis velhos e com um homem que conhecera havia poucos dias apenas? Nada muito elogioso.
— Achei. Olhe aqui. — Alfonso estendeu-lhe algo branco. O sutiã. Anahi virou-se para vesti-lo. Mas ele apareceu por trás e disse:
— Deixe-me ajudá-la. — E fechou os colchetes.
— Obrigada — Anahi agradeceu.
— Mais uma coisa — Alfonso passou-lhe às mãos outra peça branca.
A calcinha. Isso ela pôde vestir sozinha. E refletia: Sexo sem amor era algo... vazio. Desapontador. E, inevitavelmente, destrutivo.
Seria tarde demais começar a vida de novo com Manuel? Ao menos poderiam construir uma amizade bem alicerçada, em vez de somente entusiasmo animal. Anahi procurava um meio de arrancar de si a sedução por Alfonso
Herrera... e de perdoar sua fraqueza.

Alfonso tivera esperança de que o marcante ato de amor fosse como um momento decisivo para a frágil... associação deles dois. Mas em segundos Anahi pareceu escapar de seu alcance mais uma vez. E ele procurava por todos os meios fazê-la entender o que acontecera.
— Anahi, sei que o que se passou foi espontâneo, mas tenho de admitir que venho pensando nisso desde a primeira vez em que a vi. Na realidade, não consegui tirá-la de minha cabeça. Quis várias vezes dizer a você...
— Pare, Alfonso. Não entendo o que aconteceu comigo. Sei que você não vai acreditar, mas nunca agi assim em toda minha vida.
Fazer amor com um estranho numa saleta de depósito de móveis velhos?
Não era o mesmo que abandonar seu controle e levar o amante com você à lua?
— Acho que seria melhor se não nos víssemos nunca mais — ela acrescentou.
— Anahi...
— Nunca mais. Sei que todos estes encontros foram ocasionais, mas...
— Anahi...
— ...nossos caminhos não podem mais se cruzar. Há uma coisa...
— Maravilhosa?
— ...perigosa nisto...
— Atração?
— Tentação. O que acabou de acontecer foi um acaso, um acidente infeliz, uma fantasia.
— Cair na banheira e quebrar um braço é um acidente infeliz, Anahi. O que aconteceu conosco foi bem deliberado, ao menos de minha parte.
— Você planejou tudo? — Anahi indagou, assustada.
— Não, madame! Quis dizer que, quando começamos a nos beijar... — Alfonso
suspirou, achando que piorava as coisas. Resolveu atacar de outra forma. — É por causa de seus sentimentos para com Manuel?
— Sim. Manuel é um bom homem.
Alfonso abriu a boca com intenção de contar o que sabia sobre Manuel. Mas parou antes de atravessar a linha perigosa. Se Anahi estava apaixonada pelo homem, com certeza sabia tudo sobre o passado dele. E, se não soubesse, não seria ele a pessoa indicada a lhe contar.
Além disso, fora o primeiro a admitir que encontrara uma mulher irresistível. Mas, o que tinha a lhe oferecer caso ela rompesse com Manuel? Não estava pronto a assumir a responsabilidade de um casamento, tampouco a obter uma casa num bairro elegante, sem um salário razoável.
— Não podemos sair daqui, por favor? — ela pediu. — Preciso achar um telefone.
— Com certeza, madame.
— Você precisa me chamar disso? — ela suspirou.
— Do quê?
— Madame.
— Isso a incomoda?
— Faz com que eu me sinta como uma... desconhecida.
— Desculpe. Quis apenas ser respeitoso.
— Bem... não seja.
Alfonso não disse nada, discreto por causa da súbita mudança de atmosfera.
Desentendimentos. Constrangimentos. Complicações. Todas as razões pelas quais ele sempre evitara se envolver com mulheres. E foi tolo em imaginar que tudo seria diferente com Anahi Portilla só porque seu desejo por ela adquirira proporções insuportáveis.
Sentindo-se péssimo, aproximou-se da porta tentando escutar algum movimento. Nada. Deu um passo atrás e desferiu um violento pontapé na porta, abrindo-a.
Anahi saiu depressa, deixando para trás o odor de seu perfume e de seu corpo. Alfonso concluiu logo, com desânimo, que um sono profundo e em paz não surgiria em sua vida num futuro próximo

Muito quente para dormir AyA - ADP (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora