Nos últimos minutos do da segunda feira mas ainda conta kkkk rumo à reta final!
—————— Talvez eu me mude para Denver — Anahi disse, assoando o nariz. — Tenho certeza de que meu cunhado me ajudará a encontrar um trabalho; — Ela jogou o lenço de papel no lixo, ali na cozinha. Pela primeira vez desde que as duas moças se conheceram, Dulce estava muda, e assim estivera desde que Anahi lhe contara a chocante verdade.
— Dulce, diga alguma coisa.
— Eu ajudo você na mudança.
Anahi começou a chorar de novo. Seus ombros sacudiam em conseqüência de um sentimento de vergonha e humilhação e de algo pior, desapontamento. Por ela ter começado a pensar que Alfonso Herrera era um rapaz decente, talvez um que ela pudesse amar. Até um que pudesse amá-la também.
Seu coração encheu-se de tristeza.
Dulce abraçou-a e deixou que Anahi chorasse por longos minutos, em seguida a fez sentar-se numa cadeira da cozinha.
— Fique aí sentada enquanto lhe preparo uma bebida fresca. Você sabia que a lâmpada de sua geladeira está queimada? — perguntou-lhe Dulce.
— Sabia. Ao menos o zelador cumpriu a palavra no referente ao termostato. Consertou-o enquanto eu trabalhava no hospital esta manhã.
Não seria interessante, ela pensou, que eu pudesse simplesmente reprogramar meu coração como foi feito com o termostato? Embora, com minha inaptidão, acabaria perdendo um órgão importante do corpo.
Anahi segurou a cabeça nas mãos, visualizando Alfonso correndo atrás do ônibus, olhando para ela. Que sentimento o demovera a segui-la? Culpa pelo comportamento que tivera? Medo de que ela pudesse levar os fatos ao conhecimento do seu superior da polícia?
Certamente não preocupado pelo fato de como a havia manipulado como se se tratasse de um monte de massa plástica.
Mas... as coisas que ela lhe dissera... Oh, Deus.
O telefone tocou. Anahi e Dulce trocaram olhares, porém ambas deixaram que o aparelho tocasse de novo, duas, três, quatro vezes, e que depois passasse o recado para a máquina. O bipe soou.
— Anahi, aqui é Alfonso. — A voz profunda de Alfonso penetrou no ar, num lindo som estereofônico. — Se você estiver aí, por favor, pegue o fone.
Como ele ousava lhe telefonar?, refletiu Anahi. Ela continuou sentada onde estava, como se tivesse raízes na cadeira. Olhava para a máquina.
Alfonso suspirou e prosseguiu:
— Olhe, não a culpo por nunca mais querer falar comigo. Posso imaginar o que deve estar pensando de mim. Mas apenas gostaria de lhe dizer que... sinto muito. Tudo começou como uma brincadeira inocente, e o controle escapou de minhas mãos. Quando a conheci, quis lhe contar. Tentei falar com você na recepção do casamento, antes de nós... bem, você sabe.
Dulce ergueu uma sobrancelha. Anahi fechou os olhos.
— Eu estava até pensando num meio de lhe dizer tudo hoje — Alfonso falava agora num gemido quase rouco — por isso quis ficar sozinho com você. Embora não possa honestamente dizer que contaria tudo, pois as coisas pareciam ir tão bem entre nós e eu tinha esperança de que...
Anahi arregalou os olhos. Ele tinha esperança?
— Eu tinha esperança...
Anahi andou pela sala. Ele tinha esperança?
— Eu tinha esperança de que você não me odiasse, Anahi.
Ela franziu a testa. Tarde demais.
— Sinto muito por havê-la enganado, mas juro que fui sincero em tudo o que falei ao telefone. — Após uma pausa, ele terminou: — Bem, não vou mais incomodá-la. É que não podia permitir que as coisas terminassem assim. Sinto muito, Anahi...O telefone foi desligado e o bipe soou de novo. Anahi enxugou os olhos.
Seu rosto e corpo doíam de tanta emoção. Dulce serviu dois copos de limonada e sentou-se à mesa.
— Bem? — disse.
Anahi sentou-se também e interrogou:
— Bem, o quê?
— Bem, ele soou bastante arrependido, Anahi.
— Está triste, sim, mas triste porque foi apanhado — Anahi declarou.
— O que ele quis dizer sobre a tal de recepção?
Anahi ficou olhando para o copo de limonada, rubra como um pimentão.
— Anahi?
— Fizemos amor num quarto de depósito de móveis velhos. — Anahi suspirou.
— Ah, então foi onde ele desapareceu também. Pensei que você tivesse ido buscar Manuel.
— E estava indo. Mas Alfonso me seguiu, me beijou. Depois percebemos que alguém se aproximava e nos escondemos no tal quarto. Então, uma coisa conduziu a outra. E pensar que o tempo todo Alfonso sabia...
Dulce segurou a mão da amiga.
— Ok, vamos colocar isso tudo em ordem — ela disse. — Você pensou o tempo todo que estivesse telefonando para Manuel mas ligava o número errado.
— Certo.
— Daí, no dia seguinte, encontrou-se com Alfonso quando ele apareceu com o cachorro no hospital.
— Certo.
— Bem, Anahi, ele não poderia ter planejado atropelar o cachorro só com o fim de levá-lo para você.
— Não. — Anahi sacudiu a cabeça. — Alfonso não faria isso. Foi coincidência, garanto.
— E quando ele descobriu seu nome, concluiu logo quem você era?
— Ele me perguntou se me conhecia de algum lugar, depois disse que conhecia um rapaz chamado Manuel que namorava uma moça de nome Anahi. E eu lhe perguntei se ele se referia a Manuel Velasco.
— E ele disse que sim?
— Disse. Eu devo tê-lo chamado de Manuel ao telefone. Alfonso inventou tudo aquilo de conhecer um Manuel só para ver se eu era a pessoa que telefonara para ele.
Dulce sacudiu a cabeça.
— Soa razoável — comentou.
Anahi bateu com a mão na testa.
— O recado! — exclamou.
— Que recado?
— Quando eu ia saindo do hospital no outro dia, Melanie me deu um recado escrito num papel dizendo que Manuel tinha sido chamado para outra cidade.
— E Alfonso ouviu a conversa?
— Ouviu.
— Ele sabia então que Manuel estaria fora de cena por alguns dias.
— Mas ele não podia saber que Manuel não telefonaria, ou que a parte dos recados na minha secretária eletrônica estava numa verdadeira confusão.
— Mas arriscou. Você deve ser boa na cama, valeria a pena arriscar. — Dulce sorriu.
Anahi corou. Eles dois eram bons, quanto a isso não havia dúvida.
Anahi provou a limonada.
— O que você pôs aqui? — ela perguntou a Dulce.
— Rum — Dulce respondeu, apontando para a garrafa em cima do balcão.
— Beba um bom gole, vai lhe fazer bem.
— Houve uma noite — disse Anahi — em que pensei que Manuel fosse confessar que me amava, e eu entrei em pânico.
— Você quer dizer que Alfonso fosse confessar, não Manuel.
— Bem, naquele momento para mim era Manuel.
— E por que entrou em pânico? — Dulce lhe perguntou.
— Porque... suponho que eu sabia que não gostava de Manuel.
— Porque o quê?
— Porque... porque eu começava a me apaixonar por Alfonso.
— Então, será que não enxerga? — Dulce apertou-lhe a mão. — Tudo é perfeito! Ele gosta de você, e você gosta dele.
— Mas, como é possível? Mal conheço o homem!
— E daí? Você conhecia Manuel durante dez meses já e isso não ajudou em nada. Nem mesmo sabia que ele tinha tido uma passagem na polícia, por Deus.
Mas Alfonso provavelmente sabia, Anahi admitiu, franzindo a testa. Havia algo de elogiável enterrado no fato de que ele poderia ter lhe contado tudo, mas não contara por discrição.
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Muito quente para dormir AyA - ADP (Finalizada)
RomantikQuente demais... O calor excessivo não deixava Anahi Portilla dormir. Entediada com sua vida amorosa insípida, ela decide fazer uma brincadeira com o namorado: flertar pelo telefone... e algo mais! Sua ousada experiência é um sucesso. Só que Anahi...