Capítulo 17

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Eiii pessoal! Continuando como prometido 4/5! Curtam e comentem!
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— Desça — Alfonso falou ao estacionar. — Não me demorarei mais do que alguns minutos e você poderá ver Crash.
Anahi hesitou. Mas logo constatou que estava sendo tola. Alfonso Herrera, super-herói, era completamente confiável. Além disso, ela queria saber como ele vivia. Seguiu-o e subiu dois lances de escadas. Pararam numa porta de número 24. Ela brincava com o chapéu, incapaz de ignorar por completo as implicações provenientes do fato de entrar no apartamento de um homem sozinho. Alfonso, ao contrário, parecia bem à vontade quando abriu a porta.
Anahi se perguntou se ele tinha por hábito convidar mulheres; e entrou.
Não esperava encontrar um local mobiliado com tanto gosto. Plantas e fotos de família ornamentavam a sala.
— Que lindo lugar! — ela exclamou.
— Quer beber alguma coisa?
Ela fez um gesto negativo com a cabeça, de súbito nervosa, e se abanou.
— Deus, pensei que meu apartamento fosse o lugar mais quente de Birmingham.
— Sinto muito, madame — ele disse sacudindo os ombros. — Não paro de me queixar, pois isto aqui parece um forno. A noite é quente demais para se dormir.
Essas palavras enviaram uma sensação erótica que percorreu o corpo de Anahi. Suas coxas tremeram. Durante as crises de insônia, ficaria ele acordado pensando nela? Morria de vontade de ter os braços de Alfonso em volta de seu corpo. A tensão aumentava no ar pesado do apartamento.
— Bem — ele disse —, por que não se senta? Voltarei logo.
Alfonso sorriu e desapareceu no corredor, seus ombros quase roçando as paredes em ambos os lados.
Anahi ficou olhando as fotografias. Todos se pareciam tanto com Alfonso que não podiam deixar de ser parentes. Interessante, agora que pensava no caso, lembrava-se de nunca ter visto fotos na casa de Manuel. Detestava comparar os dois homens, mas, no momento, fora inevitável.
A distância ouviu o barulho do chuveiro, alertando-a ao fato de que o musculoso corpo de Alfonso estava posicionado sob a água corrente. Pele escura, cabelos escuros, músculos firmes, membros longos. Ela afastou os pensamentos e continuou a examinar o local.
Em vez de couro, vidro e cromo, os móveis da sala consistiam em dois grandes sofás azul-marinho, uma poltrona beije, e uma mesa de café de maple ladeada por enorme tevê. Ela acomodou-se num dos sofás. Fechou os olhos e imaginou-se assistindo à tevê com um grande pacote de pipoca nas mãos, e recostada no ombro de um homem de físico avantajado.
Anahi interrompeu o curso de seus pensamentos mais uma vez, consciente do ruído do chuveiro. Sentia atração por Alfonso, mas Alfonso Herrera tornara muito claro que não tinha interesse em relacionamentos sérios. E ela precisava apagar de seu corpo aquela grotesca situação sexual com Manuel, que a deixava desorientada.
Alfonso fechou o chuveiro.
Anahi deu um pulo, de repente desejando não ter subido.

O físico de Alfonso era intenso demais para ela, na presente situação. Quem sabe Manuel
apareceria na recepção do casamento e eles dois poderiam conversar, deixando Alfonso com seus próprios problemas. Ela pôs-se a passear pela sala, tentada a fugir, imaginando o tempo todo ver um vulto provocador emergindo do banheiro, um corpo de homem enrolado numa toalha.
Ao ouvir um barulho atrás de si, Anahi deu um salto. Virou-se e deparou com Crash se arrastando, ainda protegido pelo gesso, fazendo árduo esforço para caminhar.
Com pena, foi até o cachorro para acariciá-lo, lembrando-se do dia em que conhecera Alfonso. Havia sido a menos de uma semana? Nesse surpreendente curto espaço de tempo ele invadira seu esquema de vida e sua mente. Se ela fosse do tipo desconfiado, acreditaria que Alfonso planejara tudo. Mas isso era absurdo. Como poderia ele saber da doação de sangue, ou do casamento naquele dia?
Anahi coçou as orelhas de Crash, ajoelhando-se no chão.
— Acho que ele se lembra de você do parque — Alfonso comentou da porta.
Anahi ficou encantada com o aspecto de Alfonso. Estava de calça marrom e camisa beije. Os cabelos haviam sido penteados para trás. Do lugar em que ela se encontrava podia sentir o aroma da colônia e do sabonete. Alfonso estendeu-lhe a mão para ajudá-la a se levantar.
Como em câmara lenta, Anahi observou sua mão tocando a dele. O beijo foi inevitável e talvez mais potente por esse motivo; por ser inevitável.
Os lábios se juntaram como dois címbalos percutindo. E os corpos como que derreteram, um contra o outro. Alfonso desceu os lábios beijando-lhe a orelha, o pescoço, e sussurrando o nome dela junto à pele quente. Deslizou as mãos e segurou-lhe os seios através do vestido fino. Anahi gemeu.
O súbito latido de Crash separou-os. E Alfonso deu um suspiro de irritação ao ver o zelador do prédio parado à porta.
— Desculpe — ele disse a Alfonso. — Mas bati três vezes.
Alfonso pôs as mãos nos quadris e encarou-o de mau modo:
— Sr. Frank, afinal, o que deseja de mim?
— Vim para verificar o que há com o ar condicionado. Tudo já devia estar funcionando bem. Mas poderei voltar numa outra hora.
— Estávamos saindo — Anahi declarou depressa, apanhando a bolsa e o chapéu. Passou ao lado do sr. Frank e ficou esperando por Alfonso no corredor.
Quando ele apareceu, Anahi não ousou fitá-lo nos olhos.
— Sinto muito pelo que houve, madame — disse Alfonso com voz rouca.
— Foi culpa minha tanto quanto sua — ela respondeu, ainda nervosa pelo que poderia ter acontecido. — Ambos ficamos tentados.
— Culpa? Quem falou em culpa? Eu senti muito, mas foi por termos sido interrompidos. Não pelo que fazíamos.
Anahi ficou rubra; contudo, não comentou nada. Palavras não seriam necessárias na linguagem universal da paixão física. O rosto dela queimava de vergonha. Fora apenas na véspera que rejeitara o beijo de Alfonso dizendo-lhe que estava envolvida com outro homem? O que pensaria dela o oficial?
— Anahi, diga alguma coisa — Alfonso lhe pediu, enquanto desciam as escadas.
— Mal nos conhecemos. Não foi certo o que fizemos.
— Dê-me uma chance, então. Eu falava sério quando disse que queria conhecê-la melhor.
— Não é este um bom momento para mim — Anahi sacudiu a cabeça.
— Por causa de seu namorado?
Naquela hora, a melhor defesa que possuía para não ceder a seu apetite sexual era conservar Alfonso Herrera à distância. Por isso apresentou como desculpa:
— Sim, e sinto muito se o deixei acreditar que as coisas podiam ser diferentes.
Ela continuou descendo na frente, e esperou-o no sopé da escada.
Alfonso não protestou. Não disse nada. Prometera a si mesmo ir devagar, mas pensara o tempo todo em que estivera no chuveiro que a mulher mais erótica que conhecera estava sentada a alguns passos de distância, em sua sala. Antes de sair do banho, tomara uma ducha de água fria para controlar a libido. Achou que agüentaria, até sair do banheiro e vê-la ajoelhada no chão, agradando o cachorro. Mas Anahi ria, e os olhos dela brilhavam. Resultado: não conseguira se conter.
— Olhe, talvez não seja uma boa idéia a de nos conhecermos melhor — ele falou.
— Talvez...
— Que tal se eu a deixar no salão e for embora? — Ele suspirou. —
Apresentarei minhas desculpas ao sr. e à sra. Childers quando eles aparecerem na delegacia para assinar a queixa contra Haney.
— Não seja tolo — disse Anahi. — Maite e Neil ficarão desapontados se você não aparecer. Além disso, depois do que fez hoje, precisa ir lá.
— Qualquer militar faria o que eu fiz.
— Mas não foi qualquer militar que fez. Foi você. Tem uma maneira toda sua de aparecer quando eu menos espero. Às vezes penso que você...
Alfonso engoliu em seco. Pensava que ele o quê?
— Não importa. Vamos — ela terminou a sentença.
Alfonso a fez entrar em seu carro esporte. Sorriu e comentou:
— Você não estava pensando que eu iria dirigir o carro da radiopatrulha o tempo todo, estava?

Muito quente para dormir AyA - ADP (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora