Capítulo 9

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Fiquei parada no meio da sala de Alícia e por mais que de verdade, não estivesse esperando nada além daquele pedido, eu ainda não sabia o que dizer. Eu sei, ela não estava fazendo um pedido em tom de "algo além de dormir", não era expectativa, era surpresa. Mas Alicia era assim, eu já deveria ter acostumado.

- Tem certeza? [Perguntei ainda hesitante]

- Eu não tenho certeza de quase nada ultimamente. [Ri de sua maneira de falar] Tua companhia me agrada e o que nos agrada, gostamos em manter por perto. Além do mais, é tarde.

- Dentre as mil coisas que gosto em ti, creio que a sinceridade estará em primeiro. Vou enviar uma mensagem a minha mãe.

- O que dirá a ela?

- É... Eu não sei.

Realmente não sabia. Mentir para minha mãe era algo que eu não cogitava mas eu não podia dizer onde estava dormindo. Vi Alícia voltar a cozinha, parecia cortar algumas frutas. A conheço bem, provavelmente quis me deixar em total privacidade. Foi então que pensei melhor e resolvi enviar uma mensagem.

• Mãe, dormirei na casa de uma amiga. Trata de aproveitar a noite. Te amo.

Bloqueei a tela e voltei minha atenção àquela mulher em uma versão que eu desconhecia.

- E então?

- Disse que dormiria na casa de uma amiga, sem citar nomes. [Ela então começou a servir um creme com frutas não muito doces]

- Prova. Você também não comeu nada.

Provei um pouco e estava simplesmente perfeito. Ela sorriu com minha expressão.

- Está delicioso! Você é boa nisso.

- Coisas que se aprende quando mora só.

- Alicia... Como farei com isso? [Apontei ao vestido de festa que ainda usava]

- Hum [fez um som levantando-se em seguida] Vem até meu quarto.

A acompanhei até o quarto e a observei abrir uma gaveta que parecia ser de roupas mais íntimas, talvez camisolas.

- Pode vestir isso.

- Nossa! Eu já nem lembrava. Premeditado, doutora?

Ela gargalhou enquanto me entregava minha camisola que estava com ela desde a viagem.

- Juro que não, querida. É só que... Nunca quis levá-la aonde sempre te vejo durante a semana, é meu trabalho. Mas anda, se troque. [Ela parecia um tanto sem graça, poderia ser impressão] Quer ajuda?

Acenei que sim. Virei de costas a ela e pude sentir sua delicadeza ao afastar meu cabelo. Com essa mesma suavidade, começou a desabotoar o vestido por toda a extensão. Eu não usava sutiã naquele vestido, ele não se fazia necessário. Quando terminou, senti suas mãos subirem até meus ombros, elas eram tão macias... Alícia parecia tocar em algodão, ela então desceu devagar as alças.

- Me deixa ver você...

A voz estava ainda mais bonita, parecia bem mais um sussurro. Virei ainda segurando a parte que cobria meus seios. Não saberia descrever o que sentia naquele momento. Eu quase não pude pensar. Alícia agora olhando-me de maneira mais profunda, foi afastando minhas mãos e senti o vestido escorregar por meu corpo. Fechei os olhos em uma respiração profunda deixando meus braços relaxarem por completo. Eu não tinha vergonha dela.

De olhos ainda fechados, sentia a ponta de seus dedos desenharem meu colo, passando entre meus seios e ombros, ainda sem toca-los verdadeiramente. Minha pele arrepiava com cada toque e minha respiração parecia começar a mudar, mesmo com a minha falha tentativa de controle.

Décimo nono andarOnde histórias criam vida. Descubra agora