Capítulo 17

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Maratona 7/7

[...]
“Adeus, 2017. A Deus, 2018.”
Mais um ano chegou ao fim e, com ele, mando embora tudo de ruim que ocorreu. Eu levo muito a sério essa coisa de “ano novo”, então encaro isso como uma época de deixar de lado os ressentimentos e mágoas. É uma forma de purificar a alma e abstrair a negatividade. Deixe estar. Agradeço pela minha família, pelas amizades trazidas e por todo amor recebido nesse ano tão louco.
Eram 00:00 e os fogos começaram a enfeitar a praia de Copacabana. Eu, de boba que sou, sempre choro nessas horas de saudade da minha família. Hugo estava abraçado em mim por trás e suas mãos estavam entrelaçadas na frente do meu corpo. Eu deitei minha cabeça no seu ombro e recebi um beijinho na testa.

Hugo: Feliz ano novo, pequena. -Ele sorriu.

Beatriz: Pra nós.

Foram alguns minutos de fogos e, no final, percebi que não era a única emocionada ali. Gabi e Camila também estava chorando, mas abraçadas. Dou conta dessas peruas?

Beatriz: Vadias. -Ri abraçando-as.- Feliz ano novo.

Gabi: Não me faz chorar.

Camila: Eu não aguento mais e minha blusa tá ficando encharcada.

Beatriz: Vocês são muito emotivas.
Gabi: Cala a boca porque sua maquiagem tá borrada também.

Beatriz: Mentira. -Olhei para o Hugo que ria.

Hugo: Tá não, amor. -Riu me dando selinhos.

Bernardo: Vai pra puta que pariu. -Chegou ao nosso lado.

Beatriz: Que isso, menino? Já atraindo coisa ruim?

Bernardo: Não aguento cu doce.

Camila: Hm?

Bernardo: Cadê meu irmão?

Beatriz: Você não vai cumprimentar a gente mesmo?

Bernardo: Já vi vocês hoje.

Beatriz: Bernardo... -Olhei-o.- Já tá chapado?

Bernardo: Quantas horas?

Beatriz: 00:20.

Bernardo: Caramba. -Riu sem graça.

Beatriz: Feliz ano novo, praga.

Bernardo: Sabe que eu amo você né? -Aproximou-se de mim.- Licença, parça.

Hugo: De boa. -O Bernardo me abraçou de lado e até rodopiou. Fala se eu não amo esse garoto?

Gabi: Isso mesmo, esquece das amigas.

Bernardo: Tem Bernardo pra todo mundo, meus amores. -Soltou-me e foi até elas.

Hugo: Quer dar uma volta?

Beatriz: Sim.

Nós íamos caminhando pela orla, com um pouco de dificuldade por ter muita gente. Seu braço estava ao redor do meu corpo. Ele iria embora amanhã, então, meu coração já estava até apertadinho de dor. Não nos veríamos tão cedo porque a vida acadêmica e profissional não permitia.

Hugo: Por que chorou?

Beatriz: Saudade.

Hugo: Mas eu nem fui ainda. -Brincou.

Beatriz: Você sabe que eu sofro de antecedência.

Hugo: Hm. Mas sério.

Beatriz: Fala.

Hugo: Saudade da sua família né?

Beatriz: É sim.

Hugo: Por que eles não mudaram com você?

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