Capítulo 22

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BEATRIZ.
A viagem, como sempre, foi cansativa e um pouco demorada. Quando cheguei minha mãe estava me esperando na rodoviária, ela estava diferente da última vez que nos vimos, o cabelo estava diferente e até o corpo. Seu sorriso era o mesmo, sempre linda.

Rosa: Filha, que saudade. -Sorriu ao me abraçar.

Beatriz: Eu também, mamis, cadê o meu pai?

Rosa: Ele ficou em casa porque quebrou o pé. -Revirou os olhos.- Não tá nem levantando do sofá por causa disso.

Beatriz: Será de quem eu puxei meu drama?

Rosa: Juro que não sei. -Me ajudou a pegar uma bolsa.- Como foi a viagem?

Beatriz: Cansativa.

Rosa: Vamos logo então que vou fazer uma comida gostosa pra gente e você vai poder dormir até amanhã.

Beatriz: É dessa vida que eu falo, Brasil.

Rosa: Não acostuma, não. -Rimos.- Meu carro tá ali.

Beatriz: Trocou de carro?

Rosa: Troquei, filha, você não vem e nem mantém contato, temos que conversar sobre varias coisas.

Beatriz: Temos?

Rosa: Hugo... -Riu de soslaio.

Beatriz: Como sabe?

Rosa: Você tem primas pra isso.

Beatriz: Esqueci desse detalhe.

Rosa: Pois é, mas me fala, de onde ele é?

Beatriz: Do Paraná.

Rosa: Quê? -Olhou assustada.- Brincando né?

Beatriz: Não. -Forcei um sorriso.

Rosa: Quando perguntei de onde era esperava que fosse falar até Ipanema, mas Paraná? Distante, filha.

Beatriz: Isso que é o complicado, ele foi embora ontem e já sinto saudade.

Rosa: É uma questão de costume.

Beatriz: Talvez seja, minha primeira vez nesse negócio de distância, então.

Rosa: É verdade, falando nisso, como vai o Miguel?

Beatriz: Bem.

Rosa: Agora preciso de notificar mais sobre meu atual genro.

Beatriz: Xô, passado.

Rosa: Isso mesmo.

O trânsito daqui costumava ser de boa, então, íamos sempre conversando sobre assuntos aleatórios à vontade. Minha mãe quis saber sobre cada detalhe do Hugo.
Eram 20:30 Eu estava cansada, desanimada e havia acabado de acordar de um sono que me relaxou por inteira. Meus pais haviam saído para fazer compras e eu estava sem fazer nada, mas como o Hugo não me respondeu desde a última vez, então não iria mandar mais mensagens. Minha prima até me chamou pra ir em uma balada que rolaria por aqui, mas eu estou um caco que só Deus. Peguei meu celular e fui conversar no grupo já que não havia nada pra fazer.

—Mensagem.
Beatriz: Gente.
Ricardo: Mas já com saudade?
Gabi: Sabe que essa aí não vive sem a gente.
Bernardo: Ninguém me chamou né?
Beatriz: Fiquei sabendo que você virou para o canto quando chamaram.
Bernardo: Estava cansado, sabe como é.
Beatriz: Tá perdoado.
Gabi: Amiga, como tá as coisas aí?
Beatriz: De boa, graças a Deus.
Ricardo: E as festas?
Beatriz: Fiquei sabendo que são boas.
Breno: Aproveita e vai pra contar pra gente e irmos experimentar novos ares.
Gabi: Enjoei de Gameleira todo dia.
Ricardo: Partiu hoje?
Miguel: Seus putos, fechadão também.
Breno: A gente chega lá e o bar até sabe nossos pedidos.
Bernardo: Bom que poupa saliva.
Gabi: Hoje não vai rolar pra mim, tenho que sair com meus pais.
Breno: Esqueci disso.
Beatriz: Vai deixar @Gabi?
Gabi: Deixa ele.😠
Beatriz: Tô um caco, mas se fosse pra curtir com vocês eu iria, minha prima chegou aqui chamando pra festa.
Camila: E aí, galera, saudades.
Bernardo: Saudades, novinha, quando vem me ver?
Camila: Breve.
Bernardo: Gostei.
Beatriz: Já volto.
Gabi: Vai se arrumar?
Beatriz: Claro, mana, quem espera é passageiro.

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