Capítulo 44

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Maratona 4/5

A festa estava uma maravilha de tão boa. Não queria nem saber de nada, só fiquei na minha cervejinha e na dancinha improvisada com as meninas que também mandavam muito bem.

Mirela: Amiga, olha quem tá ali. -Ricardo estava passando por nós.

Beatriz: Onde vai, gostoso? -Falei no seu ouvido, ele olhou malicioso, mas perdeu a graça ao me ver.

Ricardo: Caralho, Bia, não faz mais isso.

Beatriz: Que isso, ficou animado? Relaxa que tem alguém aqui que também está. -Olhei pra Marina.

Ricardo: Tímida pra caralho ela?

Beatriz: Tá se fazendo, chega junto.

Ricardo: Com uma amiga dessa quem precisa desse monte de macho atrás em? -Rimos.

Beatriz: É o que eu digo.

O Ricardo puxou a Marina pra um canto.

Hugo: Viu o Ricardo? -Tomei maior

Beatriz: Que isso, caralho, não chega no sapatinho. -Riu.- Ele foi pra lá acompanhado.

Hugo: Não tem amiga aí pra mim não? -Cara de pau falou sério ainda.

Beatriz: Tchau, Hugo. -Fiquei de costas pra sair andando, me puxou pela cintura e minha bunda deu uma leve passada no seu pau.

Hugo: Você já foi mais bem-humorada, morena. -Falou no ouvidinho, descarado demais esse homem.

Beatriz: Minha cara de quem tá achando graça. -Afastei-me.

Hugo: Não vai subir?

Beatriz: Vou, por quê?

Hugo: Vamos então.

Beatriz: Não agora.

Hugo: Cu doce da porra em?!

Beatriz: Aí Hugo, não me cansa.
Ele acabou me convencendo de ir para o camarote. Estúpida sou eu mesma.

No finalzinho da noite já estava com as pernas até bamba. Não ocorreu nada de inesperado, dancei pra caralho e só. Nem uns beijinhos.

Bernardo: Tem um pessoal jogando “desafio” ali na varanda, vamos lá?

Breno: Animados demais pra isso, vamos embora, amor?

Gabi: Fala sério, vamos lá ver a bagunça.

Beatriz: Topo demais!

Puxei a Gabi pela mão até a varanda do camarote, então os meninos vieram atrás, até o Breno contra sua vontade. Havia uma mesa de sinuca e uma garrafa no meio da mesma, de uma coisa eu sei: ou dá bom ou dá merda. Enfiei no meio das pessoas e a galera se espalhou pela mesa.

— Ninguém sai sem cumprir pelo menos um desafio, beleza?! -Assentiram.

O garoto que deu as “ordens” era o aniversariante. Minha cara queimava por nem conhecê-lo, mas estava nem aí também. De início o jogo ficou bem enjoado, a garrafa nunca parava em mim nem pra fazer alguém pagar desafio e nem pra pagar um. Confesso que a bebida já havia me deixado um pouco alterada, o que aumentava minha sede pelo jogo. No decorrer do jogo foi falado que quem não quisesse cumprir o desafio deveria virar uma dose de conhaque, então ficou de boa.

— Eu para, qual o nome do bonito? -Uma menina que nunca vi na vida para Hugo.

Hugo: Hugo. -Riu de lado.

— Eu desafio você... -Ela caminhou até ele sob olhares.- A me dar um beijo. Bem aqui.- Passou o dedo indicador pelos lábios do Hugo.

Essa é a hora que a minha tensão sobe e eu faço escândalo? Fiquei plena esperando os próximos atos.

Hugo: Dá um copinho aí. -Riu de lado fixando seu olhar no meu.

— Uuuuuuu.

Gabi: Representa a tropa. -Debochou.

Bernardo: Se um dia critiquei não lembro.

Hugo virou um copinho de conhaque, então continuaram a rodada. Algumas depois eu fui acionada, uma pena ser com o amigo da onça, vulgo Bernardo. Iria me foder com certeza.

Bernardo: Não é novidade pra nós, desafio você a dar um beijão na boca do Hugo. -Riu cínico.

Ricardo: Agora eu quero ver. -Riram.

Breno: Vai que é sua, Tafarel!

Nós estávamos um ao lado do outro, não deu nem pra pensar, quando percebi estava esperando a iniciativa de Hugo. Levantou meu queixo para sustentar o olhar no meu. Eu estava com minhas mãos apoiadas na mesa de sinuca atrás de mim. Suas mãos deslizaram pelo meu braço até a minha cintura. Fechei meus olhos a medida que seu rosto estava mais próximo do meu. A sua respiração e o hálito de bebida que vinham da sua boca denunciava ainda mais a sua aproximação. Levei minha mão até sua nuca para fazer um cafuné e o sentir arrepiar. Soltei um risinho, mas que foi interrompido pelo toque da sua boca na minha. Os nossos lábios possuíam um encaixe perfeito que eu não me cansaria nunca de provar, minha boca deu passagem para sua língua que se cruzou a minha. De longe já dava pra notar a galera fazendo uma burburinhos, mas eu estava nem aí pra nada. Só paramos, de verdade, quando não restava fôlego. Graças a Deus nada foi suficiente pra me fazer esquecer o quanto esse homem é gostoso pra caralho.

HUGO.
Sua boca descolou da minha, mantive meus olhos fechados e a testa encostada na sua. Na real a galera que estava em volta da mesa nem preocupado com nós estavam mais.

Hugo: Quer sair daqui? -Sussurrei no seu ouvido ao apertar sua cintura.

Beatriz: Pra onde vamos?

Nem me dei o trabalho de responder, também não sabia pra onde poderíamos ir, só queria sair dali e aproveitar essa vibe boa pra passar o resto da noite com ela. Fomos para o lado de fora da boate em direção ao estacionamento que estava o carro do Ricardo.

Beatriz: Loucura. Sabe disso né? -Falou ao encostar no capô do carro.

Hugo: Loucura é querer ficar contigo e aturar esse doce.

Beatriz: Sabe que não é doce.

Hugo: Esquece disso então, vem cá. -Coloquei-a sentada no capô do carro.

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