Visão De Cria

29- Medo

                     **Thayná**

Ver GH sendo atingido por aquele tiro, vê-lo no chão imóvel, foi horrível. Ficamos todos chocados, Rafael chorava e tentava gritar, mas era impedido pelo pano em sua boca.

Estamos vendados em algo que parece ser o porta-malas de um carro, não sei pra onde estamos indo. Isso está acabando com minhas esperanças de sermos salvos.

Thay- Tem alguma ideia de onde ele possa estar nos levando?

Ana- Sei não viu, acho pouco provável de ser pra favela. GH..... Quer dizer. GS e os vapores nos achariam muito fácil, seria o primeiro lugar que eles ia procurar.

Rafael- O papai foi pro céu?

Thay- Não sei... Talvez, agora ele é uma estrelinha- Não ia adiantar mentir, ele viu o pai sendo baleado na sua frente. Mas eu tinha que saber como falar pelo menos.

Rafael- Esse é o cara mal que o papai falava?

Thay- Sim, mas a gente vai sair dessa tá bom?...

Disse aquilo, mas nem eu sabia se alguém conseguiria nos achar a tempo.

Mais alguns minutos naquela agonia e o carro parou. Ouvi o barulho da porta do carro bater e em seguida o porta-malas foi aberto. Fomos arrancados do porta-malas com brutalidade, saímos sendo arrastados para algum lugar.

Quando as vendas foram retiradas, estávamos em uma espécie de sela, onde só tinha uma janela pequena e muito alta, já vi que por ali seria impossível fugir, e tinha uma porta toda de metal com uma pequena janela onde só daria pra ver os olhos da pessoa do outro lado.

Eu estava com medo, na verdade todos nós estávamos. Ana tentava não demonstrar e passar tranquilidade pra mim e pro Rafa, mas dava pra notar seu medo bem no fundo de seus olhos.

Um silêncio tomava aquele cômodo. Todos estavam abalados, até que lágrimas involuntárias começaram a descer sobre meu rosto.

Thay- Não acredito que o GH morreu.... Não pode ser verdade, ele tem que estar vivo. Diz que tem chance Ana....

Ana- Olha.... Eu sei que é difícil acreditar, mas ele tava sem colete, é aquela arma é muito forte, as chances são quase zero...- Falou segurando o choro.

Ela tentou o máximo que pode, mas não demorou muito até que ela se sentasse no chão e começasse a chorar de cabeça baixa.

Uma pequena passagem se abriu na porta de metal, e por ela passou uma bandeja com três pratos pequenos com arroz e ovo, em seguida a passagem se fechou. Fui até a bandeja, me abaixei e peguei a mesma, quando levantei me deparei com um par de olhos negros pela pequena janela da porta, quase deixei a bandeja cair com o susto.

KR- Divirtam-se aí dentro, serão longos dias.

Depois de falar o mesmo gargalhou e fechou a janela.

Ana- A gente tem que sair daqui.

Thay- Sim, mas como?- Disse entregando um prato pra Ana e outro pro Rafa.

Ana- Tem um celular escondido no meu sutiã, vou ligar o GPS e ligar pro Gorila, ele entende dessas coisas e pode rastrear o local da ligação.

Thay- Entendi, mas é muito arriscado

Ana- E também nossa única chance

Thay- Vamo esperar anoitecer. Será menos perigoso, duvido que o KR vá ficar aqui