Capítulo 4

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   Estou trancada em meu quarto desde que cheguei do parque. Aproveitei para arrumar minhas coisas no closet e meus produtos no banheiro. Não quero me acomodar, mas, minhas coisas não poderiam ficar cinco meses dentro de malas.

   Levei um bom tempo nisso, meu perfeccionismo não deixou eu simplesmente jogar as coisas e pronto, tive que dobrar peça por peça. Eu não devia ter trago tanta roupa.

   Me joguei na cama exausta e soltei um suspiro de alívio.

   - Filha? - ouvi o meu pai me chamar e logo depois batidas leves na porta.

   - Que droga. - me levantei. - Já estou indo. - caminhei até a porta e a abri.

   - Vim te chamar para almoçar. - só de pensar em comida me dar fome, mas não estou nem um pouco afim de almoçar com essas pessoas.

   - Não estou com fome. - nesta hora a minha barriga roncou muito alto, denunciando a minha mentira e o meu pai explodiu em uma alta gargalhada.

   O olhei sem entender nada.

   - Está rindo do quê, Matthew? - cruzei os braços. - Pare de rir! Não tem a menor graça! - o fuzilei com o olhar e o mesmo se conteve.

   - Tem certeza de que não está com fome, filha? - ele disse com um sorriso nos lábios. - Pois não foi isso que seu estômago me disse.

   Busquei em minha mente qual foi a última vez em que vi meu pai gargalhar. Não me lembrei.

   - Droga de estômago! - reclamei.

   - Te peguei na mentira. - me acusou e eu suspirei. - Vamos comer!

   - Vamos. - disse vencida e passei pela porta.

   Meu pai, incoveniente como é, passou seu braço pelo meu ombro enquanto caminhavamos na maior cara de pau. Olhei para a sua mão sobre meu ombro direito e a removi.

   - Espaço pessoal, Matthew. - olhei para ele.

   - Você não tem jeito mesmo, Alana.

   - Quem disse que eu preciso de jeito? - desci a escada em sua frente e o ouvi suspirar logo atrás de mim.

   Quando chegamos na sala de estar Gabriel e Alice se levantaram. Seguimos para a sala de jantar e nos sentamos.

   Permaneci em silêncio o almoço todo. Eles conversaram entre aí, mas, não fiz questão de participar da conversa. Até que, quando eu estava saboreando o meu delicioso sorvete de chocolate, meu pai me disse:

   - A sua mãe me ligou, Alana.

   - Ligou? O que ela queria? - perguntei curiosa.

   - Disse que tem um presente para você. - só pode ser sacanagem com a minha cara.

   - Um presente? - o olhei confusa.

   Essa mulher é doida ou oque?

   Primeiro: Diz que vai me mandar para a casa do meu pai, o cara que ela odeia. Depois me dar um tapa na cara e não faz questão nenhuma de se despedir de mim. Agora presente? Ou ela é louca ou está com medo que eu conte algo para o meu pai e de ele querer a minha guarda. Não, isso jamais. Parece que vou ter que entrar no jogo dela.

   - Sim, parece que chega semana que vem. - ele confirma.

   - E o que é? - perguntei.

   - Isso eu não sei. Ela disse que quer fazer uma surpresa.

   Só pode ser brincadeira. Eu preciso falar com essa mulher.

   Imediatamente limpei minha boca com o guardanapo.

Foi por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora