Capítulo 27

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A nossa mente prega muitas peças na gente, não é mesmo? Ela consegue nos deixar mais ansiosa do já que estamos, com mais raiva do já que estamos e mais preocupadas do já que estamos.

A minha mente está a mil, imaginando mil coisas que podem está acontecendo á minha prima Ellen. Como o meu avô pôde fazer isso com ela? Avós deveriam proteger, zelar por seus netos e não os entregar de mão beijada a alguém mau. O meu mundo está de cabeça para baixo. Os papéis se inverteram e está difícil viver assim.

Essa noite eu não preguei os olhos. Pensamentos maus pairavam sobre a minha cabeça e foi impossível afastá-los. Eles só se aprofundaram ainda mais em minha mente, tornando acalmar o meu coração muito difícil.

Meu pai veio me tirar da cama e me obrigou a descer para o café da manhã. Consegui beber um suco e comer algumas frutas, nada mais. Comer se tornou inviável neste momento.

- Alana? - meu pai me tirou de meus devaneios.

- Oi, Matt. - o olhei.

- Eu tenho um amigo do FBI que vai vir conversar com você. Daqui a pouco ele chega, okay?

- Está bem. - sorri sem mostrar os dentes. - Obrigada, Matt. - sorri fraco.

- Faço o possível e o impossível por você. - ele disse.

- Isso me tranquiliza.

- Quero te ver bem.

- Eu vou ficar. - me levantei - Estou indo lá pra sala de tv esperar.

- Okay. - deixei meu pai e Gabriel sozinhos e fui me jogar no sofá.

A noite mal dormida deu sinais e o cansaço estava chegando. Me aconcheguei e senti o sofá me abraçar.

- O que eu posso fazer para você se sentir melhor? - Gabriel se sentou ao meu lado.

- Acho que nada. - me aconcheguei em seu peito.

- Nem um carinho? - sorri.

- Isso é tão novo pra mim.

- O que? - me olhou confuso.

- Esse negócio de carinho. Eu sempre morei com a minha mãe e ela nunca foi assim comigo. - nem gosto de lembrar dela.

- Eu sei mais ou menos do seu histórico com a sua mãe. Você vai mesmo voltar pra lá? - perguntou.

- Não. Eu conversei com o meu pai e decidi ficar. - eu disse feliz pela minha decisão. - Não vai ser nada fácil ter essa discussão com ela.

- Então eu não vou precisar pegar um avião todo final de semana pra ver a minha namorada? - sorriu.

- Você faria isso? - eu sorri instantaneamente.

- Mas é claro! Eu não aguentaria ficar tanto tempo sem te ver. - disse como se fosse óbvio.

- Sabe que eu também não? Eu sinto a necessidade de me olhar no espelho a cada cinco minutos. - brinquei.

- Ha ha, engraçadinha. - eu sorri e um silêncio reinou por alguns segundos.

- Você acha que minha prima está bem? - mudei de assunto.

- Eu não sei, mas vai dá tudo certo. - ele disse convicto.

- Promete? - só preciso ouvir um sim

- Eu não posso te prometer isso, mas independente do que acontecer eu vou está aqui com você, está bem? - eu assenti e dei um sorriso fraco. Ele me abraçou e me deu um beijo na testa.

Foi por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora