Alana
Aconteceu um acidente em uma das paradas do trem. Por um momento achei que o meu ciclo se encerraria, porém, na minha quase morte, eu não senti dor. Apenas havia um grande vazio e eu não sabia se era a minha hora ou se eu voltava. Eu decidi voltar, antes de ir eu preciso salvar algumas vidas primeiro.
- Dormiu bem, amor? - eu havia acabado de acordar e Gabriel velava o meu sono.
- Sim. - bocejei. - Eu devo estar horrorosa.
- Está linda como sempre. - meu namorado era incrível.
- Só queria um banho.
- Quer que eu te leve até o banheiro.
- Sim. - Gabriel me pegou no colo e me carregou até o banheiro.
Leves batidas soaram pelo quarto.
- Pode entrar. - foi Gabriel quem disse.
- Vim ver se Alana já acordou. - era Alice. - Dormiu bem, querida?
- Sim.
- Mãe, você pode ajudar Alana a tomar banho?
- Claro! - caminhou até mim e me fez sentar na privada. - Gabriel, encha a banheira. Vou separar uma roupa para ela.
A movimentação chegou a me dar tontura. Mas devo admitir que é bom ser cuidada.
Assim que a banheira encheu, minha vontade de entrar nela estava grande. Como eu desejo um bom banho.
- Tudo pronto. - Alice fez menção de tirar o meu pijama e olhou para Gabriel. - Nos dê licença, meu filho?
- Claro. - Gabriel coçou a cabeça e saiu envergonhado.
Nunca me senti tão bem cuidada em toda a minha vida. Alice lavou meus cabelos e me tratou feito uma rainha. Nunca pensei que eu poderia começar a ter afeto por ela. Ela é totalmente diferente do que eu pensava.
- Venha. - sai da banheira e Alice me enrolou com o roupão.
Caminhamos de volta para o quarto onde eu desejava a minha cama.
- Ainda está aqui, Gabriel? - Alice olhou para o filho sentado em minha cama.
- Fiquei esperando.
- Vai buscar o café da manhã da Alana, vai meu filho.
- Estou indo. - e então, Gabriel se foi do quarto.
Alice me ajudou a vestir um pijama e me colocou deitada na cama novamente.
- Vou lá em baixo ver se Gabriel já está vindo. - beijou minha testa. - Qualquer coisa me chama, está bem?
- Está bem. - sorri. - Obrigada pela ajuda.
- De nada. - sorriu de volta e saiu do quarto fechando a porta atrás de sí.
Sinceramente, não sei o que pensar. Quando sua vida estar por um fio, parece que você não viveu o suficiente. Pra gente nunca é o suficiente.
Alguma minutos se passaram e logo Gabriel adentrou o meu quarto com o meu café.
Tem tempo que não sei o que é comer. No hospital apenas o soro e sondas me alimentavam e eu estava morrendo de saudades de sentir o gosto da comida novamente.
- Aqui está. - Gabriel colocou a bandeja no meu colo.
- Mingau? - eu fiz uma careta.
- A enfermeira disse que por agora você precisa comer comidas leves.
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Foi por você
RomantizmAlana, uma adolescente que já sofreu demais para a sua idade. Foi abandonada pelo pai aos cinco anos, sendo deixada com sua mãe, uma mulher mesquinha, mal caráter, que só pensa em si mesma. Foi criada por babás, e não cresceu como uma criança deveri...