Quando nos acostumamos com algo é difícil desacostumar, né? Em um caso específico me acostumei super rápido. A solidão se foi e eu não sinto nenhum pouco a falta dela.
Voltar pra escola vai ser um saco, ainda mais por saber das baboseiras que terá esse semestre. Um baile mega chato, terei que ir para a natação e pro teatro. Agora me diz? Pra quê? Eu já sei nadar e não tenho a mínima vontade de ser atriz, meu sonho já está concreto em minha cabeça e não pretendo mudá-lo, mas, como atividades extracurriculares são importantes pra faculdade, aí vou eu.
- Quando você vai começar a dirigir o seu carro? - Gabriel me perguntou, de olho na estrada.
Estávamos indo para a bendita escola.
- Eu não tenho carro. Devolvi pra minha mãe, ela só não veio buscar ainda. - chequei novamente o celular para ver se havia recebido alguma mensagem de Ellen - Por que? Não quer mais me dá carona?
- Claro que quero! Só acho estranho você ter devolvido pra ela. - me olhou por dois segundos e se virou para a estrada novamente.
- A minha mãe nunca me dá nada e quando dá quer algo em troca. Prefiro não aceitar nada que venha dela.
- Complicada a relação de vocês.
- Você não imagina o quanto.
Nossa conversa se encerrou e apenas curtimos a companhia um do outro.
Quando finalmente chegamos na escola, o estacionamento estava vazio. Imagino que ninguém queira ficar ao lado de fora com menos dez graus de temperatura.
Saímos do carro e eu congelei instantaneamente. O pátio interno não ficava muito longe, então, fomos logo para nos aquecer.
Ao entrarmos, de longe avistei Arthur e Nick.
Arthur assim que me viu abriu um largo sorriso e veio em minha direção com Nick.
- Que saudades, morena. - Arthur me deu um belo de um abraço e pude sentir o seu cheiro amadeirado.
Como senti saudades desse cheiro.
- Também estava, moreno. - retribui o seu abraço.
- O Brasil te fez bem em. - me analisou depois do abraço. - Está ainda mais linda. - sorri pelo elogio e ouvi um pigarro atrás mim. - Você também está um gato. - falou direto com Gabriel.
- Muito engraçado, Arthur. - deu uma falsa risada e cumprimentou Arthur com um tapa nas costas.
- Sabe quem não parou de falar em você as nossas férias inteiras, Alana? - Nicholas envolveu meus ombros com o seu braço.
- Não sei, me diga. - o olhei curiosa.
- O meu caro Arthuzinho.
Que eu e o Arthur ficamos bem próximos nesses meses eu não posso negar. Ele é um cara incrível, atencioso e carinhoso comigo, mas, somos só amigos e eu já deixei isso claro pra ele. Não gosto de enganar as pessoas e lhes dar falsas esperanças. Eu já passei por isso em outras circunstâncias e não foi legal. Ele entendeu super, mas Nick ainda joga uma pilha.
- Eu sempre falo de você, Alaninha. - me deu um leve carinho no rosto e eu sorri.
- Meus amores! - Sophie chegou com Jake em sua animação de sempre.
Neste momento Gabriel me envolveu com o braço.
- Quem diria, em? - Nick os analisou com a mão no queixo. - Os dois assim, juntinhos, sem brigarem. - se aproximou de Jake e lhe deu um leve tapinha no ombro. - Meu parabéns, amigo. Conseguiu conquistar a fera.
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Foi por você
RomanceAlana, uma adolescente que já sofreu demais para a sua idade. Foi abandonada pelo pai aos cinco anos, sendo deixada com sua mãe, uma mulher mesquinha, mal caráter, que só pensa em si mesma. Foi criada por babás, e não cresceu como uma criança deveri...