Hoje o dia não foi nada normal para mim. Sophie, me acolheu em seu grupo e não deixou eu ficar sozinha um minuto neste primeiro dia. Eu estranhei no início, estou acostumada a ficar sozinha.
Seus melhores amigos também foram super legais comigo. Parece que já os conheço a anos. E também teve Tiffany. Já me odeia. Nunca consegui fazer uma pessoa me odiar tão rápido. E Gabriel, ficou afastado de mim. Deve ser pelo ciúmes da namorada. Mas não sei, parece que está sendo forçado a ficar com ela, tá na cara que a presença dela não o agrada. Não entendi direito, só sei que o relacionamento dos dois não é nada saudável. Quase perguntei á ele o motivo de seu desagrado quando estávamos voltando para casa, mas ainda não somos íntimos, senti que não devia.
Hoje foi diferente. Diferente dos meus dias convencionais. Me senti bem no ambiente escolar como não me sentia a muito tempo. Na minha antiga escola, eu havia me tornado a garota que ninguém queria ficar perto, fazer trabalhos juntos.
A primeira vez em que eu pisei na escola foi no primeiro ano do colegial. Não exatamente a primeira vez. Minha mãe me tirou da escola quando o meu pai foi embora e eu passei a estudar em casa, então pra mim foi como se fosse a primeira vez. Eu queria que fosse incrível, como qualquer adolescente de quinze anos, mas acabei me envolvendo com um cara extremamente idiota e só consegui fama de corna. Sim, ele me traiu. Como era a minha primeira vez naquela escola eu não o conhecia bem. Descobri que ele era o tipo de cara que ficava com todas, usava e descartava. Fui só mais uma vítima. Fiquei arrasada. Minha expectativa para a escola se foi e eu quis voltar a estudar em casa, mas ao invés disso, decidi deixar de ser boba e de abaixar a cabeça para as pessoas. Fiquei irreconhecível. Comecei a enfrentar a minha mãe e me vinguei do cafajeste que conseguiu fazer todos da escola ficarem ao lado dele. Ele conseguiu fazer todos me odiarem e isso só me fez ter mais raiva dele. Eu até hoje não consigo entender como eu fui capaz de me apaixonar por aquele garoto. Ele era mesquinho, egocêntrico e se achava melhor que os outros por possuir mais. Não sei o que deu em mim. Acho que o fato de nunca ter estudado em uma escola antes me fez querer ser visível e popular, então, fiquei com o garoto mais popular da escola. A maior burrada que eu já fiz.
Enfim, hoje o dia foi diferente. Finalmente deixei de ser a garota traída e vingativa. Ninguém conhece o meu passado e isso é bom. Vou tentar fazer melhor dessa vez.
Eu já havia chegado da escola a um tempo. Passei o resto da tarde inteira no quarto. Dei uma cochilada e agora estou tentando resolver uns malditos exercícios de matemática que estão acabando com o meu cérebro. Porque matemática precisa ser tão difícil? Estou quase arrancando os meus cabelos.
- Filha? - ouvi leves batidas na porta e logo depois meu pai me chamar me impedindo de arrancar os cabelos.
Obrigada, Matt. Gosto muito do meu cabelinho.
- Entra. - fechei meu caderno, convencida de que eu nunca conseguiria resolver um negócio daqueles e me virei junto com a cadeira para a porta do quarto dando de cara com o meu pai parado no batente da mesma. - Diga.
- Primeiramente, boa noite. - ele já não está vestido com o seu traje formal. Está casual até de demais. Será que ele vai sair?
- Boa noite. Agora diga. - já estou impaciente.
Minha paciência é igual ao amor da minha mãe. Não existe.
- É que... - ele ponderou por uns segundos em quanto caminhava até a minha cama e se sentou na mesma. Me olhou apreensivo parecendo inseguro com o que iria dizer.
Credo. Até parece que vai me chamar para um encontro.
- Desembucha! - ele está atrapalhando os meus maravilhosos exercícios.
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Foi por você
RomantizmAlana, uma adolescente que já sofreu demais para a sua idade. Foi abandonada pelo pai aos cinco anos, sendo deixada com sua mãe, uma mulher mesquinha, mal caráter, que só pensa em si mesma. Foi criada por babás, e não cresceu como uma criança deveri...