Capítulo 18

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   Eu sempre odiei acordar cedo, isso é um fato, mas hoje, às seis eu já estava de pé, e não, não tinha formigas na cama, era a minha ansiedade que não me deixava dormir. Nunca me imaginei tão animada de manhã cedo.  Tanto que resolvi acordar Gabriel pulando em sua cama.

   - Sai daqui, Alana! Nem amanheceu ainda. - virou de barriga para baixo e escondeu a cabeça no travesseiro.

   - Claro que amanheceu! - Deitei em cima de suas costas. - Eu disse que te acordaria às sete.

   - Eu deveria ter colocado um calmante na sua água. - Bufou. - Vou dormir só mais um pouquinho.

   - Não, Gabriel! - Virei de barriga para baixo. - Vamos ao central park!

   - Poxa vida, eu só queria dormir. - Choramingou.

   - Levante.

   - Se você sair de cima de mim, eu levanto.

    Me levantei e o esperei de pé. Ele relutou, mas levantou e foi para o banheiro.

   Decidi o esperar na sala e assim que fui pra lá, vi meu pai no sofá.

   - Já está pronta?

   - Sim. - Sentei ao seu lado.

   - O que está achando?

   - Demais! Você sabe que eu amo nova York.

   - Bom dia. - Surgiu uma Alice animada na sala.

   - Bom dia. - Eu disse.

   - Bom dia, amor. - Disse meu pai.

    Gabriel surgiu com cara de sono e se jogou ao meu lado no sofá.

   - Bom dia. - Disse com os olhos fechados e agarrado á uma almofada.

   - Tinha formiga na cama, meu filho?

   - Um furacão chamado Alana.

   - É véspera de natal! - Me levantei. - E você vai me levar pra patinar. - Estendi minhas mãos para ele. - Vamos. - Ele segurou minhas mãos relutante.

   - Aonde eu fui amarrar meu burro?

   Fomos os quatro, todos empacotados com roupas de frio, para uma lanchonete tomar café da manhã. Logo Gabriel desemburrou a cara e começou a curtir o momento. Momentos esses que nunca irei esquecer. Pode se dizer que as companhias estão agradáveis. Isso não quer dizer que eu perdoei o meu pai, há um bloqueio muito forte entre a gente e o que ele fez comigo ainda me persegue, as consequências ainda me perseguem, e isso e difícil de ser esquecido, mas, eu tento. Viver com esse sentimento é ruim e eu tento dissipá-lo, porém, é muito difícil. Fui muito infeliz por conta disso.

- O que foi, filha? - Meu pai me tirou de meu transe.

- Nada. - Bebi um gole do meu chocolate quente.

- Você ficou pensativa de repente.

- Não foi nada. Vamos ao park? - Meu sorriso voltou para os meus lábios.

   Fomos os quatro para o park. Gabriel e eu fomos direto buscar patins para ir pro gelo.

- Acho que eu esqueci como se faz isso. - Gabriel colocou os pés no gelo.

- Eu nunca esqueci. - Dei uma caminhada com os patins e voltei.

   Amo a brisa gelada em meu rosto. Amo esse sensação de liberdade.

- Você patina lindamente.

- Obrigada. - Fiz uma referência. - Vamos? - Estendi minha mãos para ele.

Foi por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora