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Sábado de manhã, Jungkook tomou café da manhã ao lado de seus pais, extremamente cedo, já que seu pai exigira que ele fosse junto a ele à Igreja naquele horário para que chegassem antes de todos os outros e Jungkook se mostrasse um adolescente exemplar. Ele não questionou, por mais que sua mente estivesse girando em torno de seu trabalho de história e de como conseguiria terminá-lo.

A mãe de Jungkook ficaria em casa para arrumá-la e dissera ao marido que chegaria mais tarde no culto, o que foi prontamente aceito pelo homem. Com isso, Jungkook seguiu para a Igreja ao lado de seu pai, no carro da família. A viagem fora silenciosa e incômoda para o adolescente, que não sentia absolutamente nenhuma vontade de ir orar naquele dia ou de conhecer a pessoa que seu pai queria que ele conhecesse, a tal filha do antigo pastor.

Mentalmente, Jungkook pediu perdão a Deus por não sentir vontade de orar ou de fazer algo que seu pai exigira de si.

A Igreja era linda, de fato, e Jungkook admirou, silenciosamente, a construção antiga que constrastava com a parte moderna da cidade. Adentrou junto ao seu pai que fora trocar de roupa na parte dos fundos do local, e fora se sentar na primeira fileira de cadeiras, fitando seus próprios joelhos pois não tinha nada mais para distrair-se com.

Com o silêncio e ambiente tranquilo, Jungkook começou a vagar em pensamentos ligados aos seus dias naquela cidade: as suas ações recentes que eram o oposto do que ele costumava fazer em sua cidade natal, as diversas vezes que pedira perdão a Deus mentalmente e antes de dormir por conta de seus erros, suas novas amizades...

Antigamente, quando ouvia a palavra "amigo" ou "amizade", ele pensava apenas em Seokjin. Era seu melhor amigo. Mas, desde que começara a frequentar seu novo colégio, aquelas palavrinhas tomaram outra imagem em sua mente. Ele passou a visualizar Jimin também. Jimin, Taehyung, Yoona e Hoseok. Tudo bem que ele não era tão próximo de nenhum deles, mas ele queria ser. Deus, como ele queria.

O conforto que ele sentia ao lado daquelas pessoas era o mesmo que ele sentia com Seokjin. Fora a maneira distinta com a qual ele sentiu-se próximo de Jimin naqueles dias, desejando mais que tudo a amizade do ruivo e buscando não afastá-lo, por mais que seu consciente lhe dissesse que aquilo era errado.

Então, ali, de frente para a imagem de Jesus, Jungkook decidiu que não se afastaria de Jimin ou dos outros mencionados. Ele esconderia aquilo de seus pais e ele conservaria, ao máximo, aquele conjunto de sentimentos bons que aquelas pessoas traziam para ele.

— Jungkook, meu filho?

A voz de seu pai soara mais dócil do que nunca e, imediatamente, Jungkook soube que o homem não estava sozinho ali. Jungwon não era um pai doce ou que buscava ser agradável com o filho ou a mulher e Jungkook não costumava reparar demais naquilo, mas ali, naquele momento em que ele divagava na forma como seus amigos agiam com ele, o garoto reparou. E o sentimento em seu peito fora extremamente desagradável.

Jungkook levantou-se e virou-se para onde seu pai tinha entrado anteriormente, vendo ele aparecer ao lado de um outro homem que aparentava ter a mesma idade que ele e, atrás deles, uma garota. A menina carregava una expressão extremamente envergonhada e fitava as próprias mãos, estas que mexiam com a barra de seu vestido florido.

Jeon suspirou inaudível, coçando a nuca e levantando-se do banco que estava sentado, curvando-se para o homem mais velho e, em seguida, para a menina, que olhou-o rapidamente e ficou mais corada que antes.

— Este é Sungwon, Jungkook. E esta é sua filha, Yongsun. — Jungwon se pronunciou, indicando o outro homem e a menina conforme os apresentava.

— Muito prazer. — Jungkook curvou-se novamente e os outros dois fizeram o mesmo. Ele ficou em silêncio, em seguida, sem saber o que dizer ou o que seu pai queria que ele dissesse.

Polemic! • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora