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Jungkook não estava desanimado com o fato de ir a Igreja e ser obrigado a sair com Yongsun depois. Na verdade, quando viu a menina parada ao lado de seus pais perto da fonte do jardim da casa de Deus, acenando para si, feliz, ele sentiu-se animado. Era uma amiga, no fim das contas.

— Você vai levá-la ao parque central e almoçará com ela em um dos restaurantes em torno do local, me ouviu? — Jungwon se pronunciou, parando o filho antes que este passasse pelos portões da Igreja. Jiyoon entrou na frente, indo cumprimentar a mãe de Yongsun e o marido desta. — É uma garota bonita e de família boa, Jungkook, aproveite esta oportunidade.

— Aproveitar? — Jungkook acabou soltando, sem pensar, achando um tanto absurdo a forma que seu pai falava. — Você nem sabe se ela gosta de mim, pai. E nem se eu gosto dela — sussurrou o fim, não percebendo a sua "audácia" em enfrentar o seu pai até desviar o olhar da fonte de água para ele. — Q-quer dizer...

— E isso importa, garoto? — Jungwon questionou, a sobrancelha franzida em completa raiva enquanto cruzava seus braços. — O importante é você escolher uma boa moça, recatada e de família boa. E você tem que fazer como eu digo. Agora vai, entra.

E você tem que fazer como eu digo. Aquela frase nunca soou tão incômoda aos ouvidos de Jungkook.

O garoto, apesar de tudo, foi educado com os pais de Yongsun e cumprimentou a moça com um abraço que, aos olhos dos pais dos adolescentes, era algo com segundas intenções, enquanto para eles era apenas um cumprimento normal para dois amigos que não se viam a alguns dias. Jungkook gostava de abraços. Principalmente do de Jimin.

— Vamos entrar? — Jungwon perguntou, andando ao lado do antigo pastor, pai de Yongsun, com ambas as esposas atrás deles, conversando sobre alguma receita de bolo de carne.

Jungkook, antes de seguir sua família, observou-os se afastando, sentindo algo preso em sua garganta. Algo que estava lhe incomodando desde que acordara naquela manhã. Seus olhos voaram para Yongsun e ele viu a menina iniciar seu caminho para seguir os mais velhos. Porém, quando a morena percebeu que Jungkook não estava ao seu lado, ela olhou para trás, confusa.

— Não vem? — chamou, voltando alguns passos ao ver a expressão atrapalhada do menino. — O que houve?

— E-eu... — Respirou fundo, vendo o olhar doce da garota lhe incentivar a dizer o que tanto lhe incomodava. — Nós vamos sair juntos hoje e... — Engoliu em seco, coçando a nuca. Como ele diria que não tinha as mesmas intenções que seu pai?

Yongsun, entretanto, percebeu e, imediatamente, interrompeu o raciocínio do garoto: — Não esquenta com isso, Jungkook-ah. Vamos sair como amigos.

Jungkook, de imediato, sentiu-se aliviado. Aquele incômodo de antes deixou seu peito e ele conseguiu sorrir verdadeiramente para a menina.

— Eu sei que ambos sabemos quais são as intenções de seus pais e dos meus — continuou, tocando o ombro do garoto em forma de apoio. Jungkook assentiu, um tanto envergonhado. — E também sei que ambos não temos as mesmas intenções, certo?

— Sim — respondeu, o alívio total tomando-lhe e permitindo que ele risse junto a Yongsun da situação.

Mas Jungkook não conseguiu evitar pensar no fato de que aquilo não fazia muito sentido. Yongsun era uma garota linda, educada e muito legal... Então por que Jungkook não sentia vontade de trocar bitoquinhas com ela ou namorá-la, como seus pais queriam que ele fizesse? Seu pai já chegara a comentar consigo que, quando ele crescesse, quando ele visse garotas como Yongsun (bonitas e educadas), ele sentiria algo em si esquentar e iria querer levá-las para jantar e coisas do gênero mas Jungkook não se sentia assim. Ele nunca sentiu-se assim com nenhuma menina.

Polemic! • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora