Polemic! • jjk + pjm

1.3

Yoona era uma grande admiradora de frases bem pensadas ou, como diria Jimin, frases filosóficas. E, uma vez, ela lembrava-se de ter concordado com o grupo de amigos em fazer uma maratona da saga preferida de Taehyung, Harry Potter, e ter ficado com uma frase específica em mente:

"Palavras são, na minha humilde opinião, nossa inesgotável fonte de magia. Capazes de formar grandes sofrimentos e também de remedia-los."

Talvez ela e seus amigos fossem os que mais soubessem o quanto aquele ditado era verídico: estavam mais do que habituados a ouvirem palavras serem lançadas contra eles na intenção de machucá-los.

Yoona, de longe, parecia forte, inquebrável e inabalável. Ela respondia todas as ofensas dirigidas a ela com a cabeça erguida mesmo que o seu peito apertasse e torcesse em agonia. A sua sorte era que, no fim do dia, seus melhores amigos lhe ajudariam a distorcê-lo.

Eram apenas oito e quarenta da manhã quando Yoona precisou ouvir, mais uma vez, sua mãe reclamar da garota ter chegado tarde na noite anterior quando, na verdade, quem chegou bêbada e por último fora a mais velha. Era manhã de domingo, o dia após o show de Hoseok e a manhã na qual Yoona estava focada em somente cuidar de Taehyung:

— Tudo bem, mãe. Me desculpa. A senhora quer um café? — Yoona ofereceu, seus ombros encolhidos como nunca ficavam quando ela pisava fora daquela casa.

— Sim. — Foi o que a mulher respondeu, deixando a cozinha para ir tomar um banho.

Yoona suspirou, seus dedos arranhando o próprio braço sem que ela ao menos percebesse. Ela virou-se e tratou de começar a fazer o café não somente para sua mãe como para Taehyung. Não fez nada para ela, já que estava sem apetite.

Quando o café terminou de passar, ela deixou a garrafa térmica em cima do balcão da cozinha após tirar uma quantidade suficiente para Taehyung. Pegou também uma cartela de aspirina no armário de remédios para o garoto e subiu de volta para seu quarto logo em seguida, lembrando-se de trancar a porta quando estava finalmente dentro do cômodo.

— Bom dia. — A voz rouca assustou Yoona que, por pouco, não derrubou todo o café.

— Meu Deus, que susto!  — exclamou, repreendendo-se mentalmente em seguida por lembrar-se que sua mãe estava em casa.

— Desculpa — murmurou em resposta, rindo fraco e resmungando logo após por conta da pontada que sentiu em sua cabeça.

Yoona aproximou-se da cama e sentou-se na ponta desta, estendendo a xícara e a aspirina para o garoto após este ajeitar-se e sentar-se corretamente. Taehyung agradeceu com um sorriso retangular que, inevitavelmente, fez Yoona sorrir de volta. Ele ingeriu o líquido em quase um gole por ser um amante nato de cafeína, arrancando uma risada de Yoona:

— Não estava quente?

— Eu gosto assim. — Ele deu de ombros, espreguiçando-se.

Yoona engoliu em seco ao admirar o menino sob a luz do sol que atravessava o vidro de sua janela, lembrando-se da noite anterior quando teve seus lábios quase colados aos do garoto. Lembrança que aqueceu seu estômago e o fez formigar, trazendo em conjunto a cor escarlate para suas bochechas.

— O que eu fiz ontem? — perguntou o garoto.

O coração de Yoona falhou uma batida ao cogitar a possibilidade de Taehyung não se lembrar do momento que tiveram naquela mesma cama. Entretanto, ele percebeu a expressão desolada da menina e, imediatamente, riu, mostrando que estava brincando.

— Relaxa, eu lembro de tudo.

O silêncio prevaleceu durante alguns segundo e Yoona, quando finalmente soube o que falar, teve que chamar o nome do menino três vezes para tirar a atenção dele dos fiapos soltos do cobertor que o cobria.