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Meses antes, Jungkook nunca imaginaria que terminaria um dia na escola, na delegacia.

Afinal, quais eram as chances? Quais eram as chances de um Jungkook completamente ingênuo, sem uma mente formada, sem a imagem de seu pai revelada, denunciar o próprio progenitor e pastor? Zero. E, mesmo naquele momento, diante da policial que estava prestes a lhe fazer diversas perguntas, Jungkook não estava acreditando em tudo o que estava acontecendo.

— Você prefere esperar o seu advogado? — a policial perguntou, abrindo um sorriso gentil para o garoto. Por mais que estivesse em um estado de choque, ele se sentia confortável com aquela oficial, que fazia questão de abrir sorrisos revigorantes e repetir que estava tudo bem.

— Na verdade, sim. — confirmou com a cabeça, sabendo que James estava a caminho. — Eu só... queria saber se minha mãe também vai ser interrogada.

— Sim. Ela está sendo examinada, na verdade, no momento. — a policial respondeu, apoiando os cotovelos sobre a mesa cinza e sem graça.

— Examinada? — Jungkook arfou, imaginando o provável desconforto da mulher na situação em que ela estava. — Demora muito?

— Não se preocupe com isso, a médica está acompanhada de uma psicóloga, então, qualquer desconforto de sua mãe será minimizado ao máximo. Imagino que seja isso que está lhe incomodando no momento, certo? — quando o adolescente assentiu, mais um sorriso lhe foi direcionado. — São profissionais nesse quesito. Infelizmente, temos vítimas de violência doméstica quase todo dia.

— T-todo dia? — Jungkook arregalou os olhos, extremamente surpreso. A policial assentiu. — Minha nossa...

Alguém bateu na porta da sala de interrogatório e, quando a policial, que Jungkook descobriu que tinha o sobrenome "Choi", deu permissão para a pessoa entrar, um outro policial adentrou o recinto, acompanhado de James, que era quase o dobro do tamanho do pobre oficial. Jungkook sentiu uma leve vontade de rir quando o marido do tio passou pela porta e o policial que lhe acompanhava lhe olhou de cima a baixo, engolindo em seco.

— Senhor Walsh, estou correta? — a policial curvou-se em educação, sendo correspondida por James.

Ele sentou-se ao lado de Jeon: — Isso mesmo.

— Bem, você será responsável pelo caso de ambos os Jeon e estará ao lado tanto de Jungkook quanto da senhora Jeon quando eu interrogá-la, certo?

— Sim. Gostaria apenas de solicitar um momento com a cliente antes que ela assuma o lugar do filho na sala. — James pediu, colocando sua maleta sobre a mesa, lançando um rápido olhar para Jungkook.

— Sem problema algum. — a policial coçou a garganta. — Começarei, então, com as perguntas para o garoto. — ela ergueu seu olhar até o adolescente. — Pode me descrever o comportamento de seu pai ao longo dos anos?

Jungkook respirou fundo: — Até o início do ano eu não enxergava as coisas que ele fazia, como como ele inferiorizava a minha mãe, era bruto tanto comigo quanto com ela, fazia pouco caso quando eu estava doente e já me deixou em casa por um bom tempo quando eu estava com uma gripe. Ele já me deixou sem comer, além disso... — coçou a garganta. — Quando comecei a enfrentar ele, as coisas pioraram: ele me bateu no rosto, quase quebrou meu braço e me ameaçou. — ergueu a manga, mostrando a enorme marca dos dedos de seu pai ainda presentes.

Jungkook sabia que, quem havia lhe impedido de comer, tinha sido sua mãe, mas ele também sabia que aquilo era tudo sob comando de seu pai. Sua mãe não tinha culpa de nada, ela era uma vítima, assim como o filho, e ele não desejava vê-la pagando pelas coisas ruins que ela lhe havia feito. Jungkook entendia como ela se sentia, ela lhe mostrou e deixou transparecer. Jiyoon era vítima de um marido abusivo, que lhe sugava tanto psicologicamente como fisicamente. Ela não merecia pagar pelo que ele fizera.

Polemic! • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora