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Jungkook lembrava-se de ter estudado a globalização na Ásia quando era mais novo. Ele lembrava-se de ficar fascinado com as super potências mundiais e o modo como elas faziam com que o mundo comercial, econômico, político, social e cultural funcionasse. E, após ver em sala de aula como aquele mecanismo todo funcionava, Jungkook passou a pensar nele quando fazia qualquer coisa que fosse.

Quando ele bebia um refrigerante, ele pensava em como aquela pequena latinha passou por um processo de criação elaborado nos Estados-Unidos para, em seguida, ser enfiada em um container com outras cem mil -ou mais- latinhas daquele refrigerante.

E era frustrante para si, pois o único momento em que ele podia mostrar o seu fascínio pelo funcionamento do mundo, não só no quesito comércio, era na sala de aula.

Se Jungkook ousasse cogitar a idéia de falar com seu pai a respeito de outras culturas, se ele tirasse as dúvidas que rondavam sua mente todo segundo, seu pai - ou sua mãe -lhe daria uns bons cascudos pois, ao contrário de Jeon, ele era alguém ignorante quando o assunto era o mundo e seu modo de girar. A única coisa que lhe interessava era a palavra de Deus.

O que esperar de um pastor de uma cidade pequena na Coréia do Sul, afinal?

Porém, Jungkook sentiu um pequeno fiapo de esperança crescer dentro de si quando soube que ele e sua família teriam que se mudar para Seul. O motivo foi uma proposta que surgiu para Jeon Jungwon, pai de Jungkook: a igreja central de Seul ofereceu o posto de pastor para o velho após a saída do antigo. Jungwon era conhecido nas igrejas ao redor do país pois não havia mais tantos pastores e muito menos excelentes como ele.

Ou seja, a família Jeon mudaria-se para a grande capital do país. O pai de Jungkook estava tão empolgado em, finalmente, trabalhar em uma igreja grande e de extrema importância que mal lembrou-se de como seu filho ficaria mais sujeito às corrupções do mundo.

No que envolvia a escola, Jungkook não estava muito preocupado com a mudança. A única coisa que lhe preocupava, no fundo, era deixar seu único e melhor amigo para trás. Seokjin, o tal amigo, ficou muito triste quando soube que Jeon o deixaria sozinho naquele "fim de mundo", mas acalmou-se quando lembrou que, dentro de alguns meses, ele tentaria ir para a capital para os estudos universitários. Ambos entrariam no terceiro ano escolar naquele ano letivo, então não faltaria muito até verem-se novamente.

A mãe de Jungkook estava preocupada. Ao contrário de Jungwon, ela havia parado para pensar na transferência de Jungkook para o colégio central de Seul, aonde existiam pessoas de todos os tipos e com quem Jungkook não podia manter nenhum tipo de contato. Jiyoon até mesmo tentou conversar com o marido a respeito e, quem sabe, tentar mudar sua convicção sobre a mudança. Ela não fazia questão de ir para a capital e, acima de tudo, não queria ver seu filho sujeito à poluição da cidade.

O problema foi que Jungwon não lhe deu ouvidos, respondeu-lhe de maneira grossa e focou somente em organizar tudo que precisava organizar para a mudança.

Então, Jiyoon calou-se, abaixou a cabeça e concordou, como uma esposa digna deveria sempre fazer ao receber uma ordem de seu marido.

Quando o dia da mudança chegou, Jungkook não poderia estar mais ansioso. Ele não sabia mesmo como aguentaria as seis horas de viagem que passaria enfiado dentro de um veículo, sonhando acordado com a capital que lhe esperava, mas faria um esforço.

Seokjin fez questão de ir despedir-se do melhor amigo alguns momentos antes dele deixar sua residência:

— Saeng! Espera! — gritou após pular a cerca da casa dos Jeon, tropeçando e quase caindo, porém conseguindo apoiar-se na caixa de correio da família antes de bater a cara no chão. — Espera!

Polemic! • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora